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Sexta-feira, 29 de março de 2024

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Sodoma 5

MP aponta que MT vive crise sem precedentes por atuação criminosa da quadrilha de Silval

Foto: Rogério Florentino Pereira/Olhar Direto

MP aponta que MT vive crise sem precedentes por atuação criminosa da quadrilha de Silval
As investigações do Ministério Público Estadual (MPE) apontam que a pecha [vício] do Estado de Mato Grosso em corrupção contribuiu para a crise pela qual o Executivo atravessa. Além disto, o órgão ressalta que a quadrilha, que seria chefiada pelo ex-governador Silval Barbosa (PMDB), provocou o caos da administração pública. Ao todo, nos crimes investigados na quinta fase da ‘Operação Sodoma’, os criminosos teriam dado um prejuízo de R$ 8,1 milhões ao erário.

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“Mato Grosso tem perdido investidores graças à pecha de Estado corrupto, onde não vale a pena investir. Mais do que isso, a avalanche de notícias que aponta o Estado como vítima de uma organização criminosa que teria provocado o caos da administração pública, certamente traz como consequências a evasão de investimentos externos e a diminuição da arrecadação em favor do Estado e da sociedade mato-grossense”, aponta o MPE.
 
O livro “Corrupção – Entrave ao Desenvolvimento do Brasil”, organizado pelo jornalista Oscar Pillagalo, aponta que cada R$ 1 desviado pela corrupção, representa um dano para economia e sociedade de R$ 3. Levando por esta ótica, os R$ 8,1 milhões desviados pela quadrilha, representaram uma perda de R$ 24,3 milhões à sociedade.
 
O MPE aponta que “outro efeito que pode ser percebido em crimes deste naipe, é a ‘contaminação’ de honestos por corruptos. Antes, agentes públicos que exerciam suas funções corretamente, ao perceberem que seus colegas que praticaram crimes contra a Administração Pública, não estão recebendo resposta estatal à altura, podem passar a agir em benefício próprio acreditando que ficarão acobertados pela inércia do Estado”.
 
“O Estado de Mato Grosso enfrenta uma crise sem precedentes, graças à atuação criminosa e continuada da organização descrita. Todo esse quadro de caos deve ser levado em conta quando se tenta quantificar o dano provocado por crimes como os que ora se apura”, finaliza a investigação.
 
Investigação
 
Segundo a Polícia Civil apurou, as empresas foram utilizadas pela organização criminosa, investigada na operação Sodoma, para desvios de recursos públicos e recebimento de vantagens indevidas, utilizando-se de duas importantes secretarias, a antiga Secretaria de Administração (Sad) e a Secretaria de Transporte e Pavimentação Urbana  (Septu), antiga Secretaria de Infraestrutura (Sinfra).
 
As duas empresas, juntas, receberam aproximadamente R$ 300 milhões, entre os anos 2011 a 2014, do Estado de Mato Grosso, em licitações fraudadas. Com o dinheiro desviado efetuaram pagamento de propinas em benefício da organização criminosa no montante estimado em mais de R$ 8,1 milhões.
 
A investigação revela ainda que a partir de outubro de 2011, por determinação de Silval Barbosa, Juliano Volpato passou a efetuar um pagamento mensal de propina, sendo que o primeiro foi de R$ 150 mil  já que César Zilio teria exigido o pagamento de R$ 70 mil desde a vigência do contrato.
 
"Esclarece Juliano Volpato que teria solicitado a Cesar Zilio o pagamento parcelado da propina "acumulada", o que foi prontamente negado por César Zilio com a argumentação de que ali não era "Casas Bahia" e que toda a 'quantia deveria ser paga de uma só vez.
 
O esquema desvendado durante a 5ª fase da Sodoma aponta o direcionamento de licitações, além do contrato de empresas para o fornecimento de 29 milhões de litros de combustível para o Executivo. No entanto, havia a manipulação do sistema de inserção de dados quanto ao consumo e valores a serem debitados.
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