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Empresário “inventa” nova propina dentro de esquema da Sodoma para desviar dinheiro de sócio

27 Fev 2017 - 08:14

Especial para o Olhar Direto - André Faust

Foto: Rogério Florentino Pereira/ Olhar Direto

Empresário “inventa” nova propina dentro de esquema da Sodoma para desviar dinheiro de sócio
O empresário Juliano Volpato, da empresa Marmeleiro, confessou à Justiça fazer parte de suposto esquema de pagamento de propinas para figuras importantes no governo Silval Barbosa (PMDB), incluindo o próprio ex-governador e secretários de administração. Juliano só não sabia que, por 7 meses, foi lesado pelo próprio sócio, Edésio Corrêa, que foi destinatário de parte do valor da propina da secretaria de administração e, além disso, “inventou” outra cobrança, de R$ 62 mil, que seria para pagar servidores, mas que na verdade era em benefício próprio. A informação está na delação do próprio Edésio.
 
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De acordo com o depoimento de Juliano Volpato, em 2011, após assumir um contrato de fornecimento de combustível para veículos do Estado, ele teria sido intimado pelo então secretário de administração, César Zílio, a pagar, mensalmente, R$ 70 mil, para obter a liberação do repasse de seu contrato.

A princípio, esse valor teria sido entregue integralmente para Zilio, entretanto, passados alguns meses, o secretário teria pedido que o repasse fosse feito em 4 envelopes, um, no valor de R$ 30 mil, iria para o então governador, Silval Barbosa. Outros dois de R$16 mil iriam para o próprio Cesar Zílio e para o ex-chefe de gabinete do governador Silval, Silvio Cesar. O último, no valor de R$ 8 mil, para os “Guachebas”, segundo o depoimento de César.

De acordo com a delação do próprio Zílio, desde o início de 2013, esse quarto envelope iria para o próprio Edésio, que teria pedido para o então secretário para ser incluído na divisão da propina, sem que Juliano tivesse conhecimento.

Ao mesmo tempo, em 2013, quando Francisco Faiad assumiu a secretaria de administração, outro esquema teria começado a ser operado pelo suposto grupo criminoso. Esse teria o objetivo de pagar dívida de R$ 1,7 milhão deixada pela campanha eleitoral de Lúdio Cabral e Faiad com a empresa Marmeleiro.

O esquema supostamente consistia em criar inserções fictícias de combustível em caminhões tanques da Sinfra. Inicialmente seriam 100 mil litros de combustível por mês, entretanto, Juliano teria aumentado a quantidade para 120 mil litros, para eliminar seu prejuízo com o “mensalinho” da secretária de administração.

Conforme a narrativa de Juliano, até agosto de 2013 a dívida já teria sido paga com esse esquema, entretanto o grupo teria resolvido continuar com o esquema para poder utilizar o crédito durante a campanha eleitoral de 2014.

Segundo Juliano, para esse esquema continuar, os servidores da Sinfra estariam pedindo, através de Edésio, um repasse de R$ 62,5 mil por mês. Para pagar esse valor, a quantidade de inserções fictícias de combustível teria subido de 120 mil litros para 150 mil litros por mês. O dinheiro, entretanto, não era destinado para os servidores da Sinfra, mas sim para o próprio Edésio, que, em sua delação, admite ter inventado o valor da Sinfra para poder ficar com o dinheiro e pagar dívidas de sua outra empresa.

Esses repassasses teriam parado no final de 2014, por ordem de Pedro Elias, um dos ex-secretários de administração do governo Silval. No período, entretanto, Edésio teria se beneficiado de R$500 mil desviando dinheiro que Juliano usava para pagar propina.
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