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ENTREVISTA ESPECIAL

"Não firmou colaboração ainda, mas está avaliando", revela defesa de Pedro Nadaf

23 Fev 2017 - 10:51

Da Redação - Paulo Victor Fanaia Teixeira

Foto: Rogério Florentino Pereira/OD

Pedro Nadaf e seu advogado, Khalil

Pedro Nadaf e seu advogado, Khalil

A decisão da magistrada Selma Rosane Arruda, da Sétima Vara Criminal, em autorizar a deflagração da quinta fase da “Operação Sodoma” reacendeu a polêmica quanto a possível colaboração premiada firmada pelo ex-chefe da Casa Civil, Pedro Jamil Nadaf. Em determinado trecho do documento  a magistrada se refere a ele como “colaborador”. A possibilidade, levantada pela imprensa nacional há pouco menos de um ano, é negada por seu advogado, William Khalil, que em entrevista ao Olhar Jurídico não nega que Nadaf tenha interesse em firmar um acordo.

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O polêmico trecho diz: “Salta aos olhos a periculosidade da organização como um todo, tanto pelo que se depreende das declarações dos colaboradores Pedro Jamil Nadaf e Pedro Elias Domingos de Melo, que dão conta que, com o fito de garantir um pacto de silêncio, aliás, necessário para a sobrevivência de qualquer organização criminosa, com frequência ouviam ameaças proferidas pelos integrantes do grupo, conforme já está consignado em outros autos, especialmente nos oriundos das operações apelidadas de Sodoma e Sodoma 2”, diz a decisão.
 
Como se sabe, o ex-secretário de Administração (SAD) Pedro Elias Domingos é colaborador premiado. O que reacendeu a possibilidade de que Nadaf já esteja sendo tratado, nos corredores, como delator da Sodoma. Em outro trecho, a juíza Selma Arruda volta a tratar Nadaf igualmente.
 
“As ameaças foram, inclusive, relatadas em juízo a esta magistrada pelo colaborador Pedro Nadaf, que afirmou categoricamente ter sido alvo de Sílvio Corrêa, obviamente, agindo a mando do chefe e líder da organização criminosa”, acrescenta a decisão.

Advogado nega:
 
“Não, ele não firmou nenhuma colaboração...ainda!”, fez mistério o advogado William Khalil. “O que a juíza quis dizer é que ele se tornou um colaborador desde o momento que assumiu a postura de assumir (culpa). Diferente dos outros, que primeiro firmaram um acordo para depois começarem a colaborar, ele (Nadaf) tem colaborado, demonstrando seu interesse de colaborar com a justiça, sem a obrigação de um acordo”, acrescentou.

No Aeroporto:
 
Sobre as fotos publicadas que flagram Pedro Jamil Nadaf no saguão do Aeroporto Internacional Juscelino Kubitschek, em Brasília, o advogado despista. “Não dá para saber se ele estava em conexão, eu não tomei conhecimento desta ida dela. Como ele não tem restrição de viajar desde que comunique o juízo, ele pode viajar para qualquer lugar do Brasil. Não dá para saber se ele foi à Brasília para tratar de coisas particulares ou para tratar de uma eventual colaboração”, afirma.
 
Questionado sobre a possibilidade de firmar um acordo, novamente Khalil faz mistério. “É uma coisa que ele não descarta. Ele está avaliando”.
 
Adiante, o advogado avalia a ausência do nome de Pedro Jamil Nadaf na quinta fase da “Operação Sodoma”, para Khalil, é prova de que seu cliente não intervia em qualquer ato criminoso envolvendo César Zílio ou Pedro Elias, na SAD.
 
Sodoma 5: 

“Foi muito importante a deflagração da quinta fase da operação Sodoma, ela prova de forma tranquila que Pedro não era um dos ‘cabeças’ da operação, como o MPE tinha afirmado anteriormente, tanto é que seu nome nem é cogitado. Ele não tinha condições de saber tudo o que acontecia em determinada secretaria, Silva Barbosa era um cara seletivo, ou seja, ele tratava determinado assunto com determinado secretário, e não em conjunto. Assim, um secretário não sabia o que o outro fazia”, explica. “Tanto é que os empresários delatores não citam Pedro Nadaf”.

Operação:
 
Provocado, o advogado nega que a ausência sentida do ex-chefe da Casa Civil na quinta fase da Sodoma guarde qualquer relação com eventual colaboração feita “à surdina”. “Nada, tanto é que, se não, apareceria algo dele na decisão (de Selma em deflagrar a Sodoma 5). Algum depoimento dele apereceria na decisão dela. O que ela cita é um depoimento dele em juízo, dado no interrogatório dele. Por isso ela o chama de colaborador”, conclui Khalil.
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