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ENTREVISTA ESPECIAL

Próximo chefe do Gaeco assume em abril e diz que onda de investigações "é caminho sem volta"

06 Mar 2017 - 15:30

Da Redação - Paulo Victor Fanaia Teixeira

Foto: Rogério Florentino Pereira/OD

Marcos Bulhões

Marcos Bulhões

Quem acompanhou de perto a cerimônia de posse do Procurador-Geral do Ministério Público Estadual (MPE), Mauro Curvo, e do Corregedor-Geral, Flávio Cezar Fachone, na manhã desta segunda-feira (06), na Sede das Promotorias, em Cuiabá, foi Marco Bulhões, promotor que deverá assumir a chefia do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco). A vaga será deixada por Marco Aurélio Castro, que irá dedicar-se aos estudos. Bulhões evitou falar como futuro chefe do órgão, embora já esteja conduzindo diálogos com Mauro Curvo. A expectativa é que a nova gestão dedique-se a investimentos em tecnologia e pessoal no órgão responsável por investigar os figurões do Estado.

O Gaeco é responsável por promover atividades de inteligência, investigação e acusação perante à Justiça de casos de corrupção envolvendo grandes figuras do Estado. Foram presos por conta deste grupo o ex-deputado José Geraldo Riva, o ex-vereador João Emanuel Moreira Lima e membros da Operação Rêmora, como o ex-secretário Permínio Pinto e o empresário Alan Malouf.

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“Hoje sou coordenador em substituição ao Márcio Aurélio”, frisou Marcos Bulhões ao Olhar Jurídico, antes de travar qualquer diálogo. Ele evita falar como Chefe definitivo do órgão, embora esteja quase certa a escolha de Mauro Curvo. Nos corredores, ambos já traçam análises para o futuro do Gaeco.  

”A ideia é dar continuidade ao trabalho que vem sendo feito, nós temos as ações e investigações importantes em andamento. A mudança de coordenação não irá mudar em absolutamente nada a postura do MPE, em razão do trabalho que já vinha sendo desenvolvido. Se alguém espera por mudança, pode esquecer, a ideia é dar continuidade a esse trabalho já tão positivo que vem sendo feito”, avaliou Bulhões.

Sobre a possibilidade do Procurador-Geral, Mauro Curvo, mudar os quadros do Gaeco, removendo atuais promotores e enfraquecendo investigações em andamento, o promotor rechaça. “É um caminho sem volta, o caminho que tomamos e os resultados que tivemos não nos permitem retroceder, a ideia é trazer implementações e melhorias, tentar combater cada vez mais os excessos que vamos encontrando pelo caminho”, respondeu.

O prazo para a nomeação do novo chefe do órgão é abril, conforme explica Bulhões. “Isso depende muito do Conselho Superior do MPE, mas Abril é o mês que vencem as nomeações dos atuais integrantes. É anual, todo anos concorremos e o Procurador-Geral decide se te mantém ou substitui. Deliberação dele que depois vai ao Conselho. Abril vence o período dos colegas que compõem o Gaeco atualmente. No próximo mês então teremos a definição dos novos nomes, ou confirmação da Coordenação, e as atividades seguem”. 

Entenda o Caso:

O procedimento de formação de nova equipe do Gaeco consiste em abertura de chamada para concurso, entre promotores. Inclusive os atuais membros do grupo deverão se inscrever. Após apreciação dos "currículos" dos inscritos, caberá ao Procurador-Geral, Mauro Curvo, decidir se realiza ou não substituições. O critério é absolutamente subjetivo e a troca não é obrigatória. Tanto pode Curvo decidir por trocar toda a formação do Gaeco como manter todos eles em atividade. Pouca mudança deverá ocorrer no atual Gaeco, que goza de suas atividades em pleno vapor, com deflagrações de operações quase mensais e andamentos processuais bastante positivos para a acusação. A equipe tem "duração" de 01 ano.
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