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CASTELO DE AREIA

João Emanuel nega falar chinês e se diz vítima de "peça publicitária" de juíza Selma

14 Mar 2017 - 17:28

Da Redação - Paulo Victor Fanaia Teixeira

Foto: Rogério Florentino Pereira/OD

João Emanuel

João Emanuel

O ex-vereador João Emanuel Moreira foi interrogado na tarde desta terça-feira (14) pela juíza Selma Rosane Arruda, na Sétima Vara Criminal, pela ação penal oriunda da “Operação Castelo de Areia”. De acordo com o Ministério Público Estadual (MPE), foram praticados golpes milionários por intermédio das empresa American Business Corporation Shares Brasil Ltda e Soy Group Holdin America Ltda. O político responde por constituição de organização criminosa e estelionato. Hoje, negou saber falar mandarim, mas apresentou-se como vítima de uma manipulação política de Selma Arruda. 

São réus nesta ação, além do político, o juiz aposentado Irênio Lima Fernandes; os empresários Walter Dias Magalhães Júnior, Shirlei Aparecida Matsouka Arrabal e Marcelo de Melo Costa; o advogado Lázaro Roberto Moreira Lima; o contador Evandro José Goulart; e o comerciante Mauro Chen Guo Quin.

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Segundo os autos, as referidas pessoas jurídicas atuavam, em tese, no ramo de mercado financeiro com a captação de recursos no exterior, cujas taxas de juros teriam, supostamente, valor inferior ao praticado no Brasil, atraindo, assim, o interesse de investidores, agricultores e empresários. O resultado foram milhões em prejuízos com os supostos golpes.

De acordo com o Gaeco, a suposta organização criminosa tinha o seguinte modus operandi: inicialmente captavam pessoas que tinham interesse em obter empréstimos com juros menores ou de investir em empreendimentos imobiliários; em seguida acertavam o valor do suposto empréstimo ou do investimento, que são sempre de valores altíssimos; firmavam pré-contratos do suposto empréstimo/investimento; e, após, solicitavam determinada quantia (sempre valores altos, proporcionais ao valor do suposto empréstimo) que, segundo eles, era necessária para a concretização do empréstimo/investimento; após receber os valores repassados pelas vítimas começavam a dar 'desculpas', não empregavam os valores conforme prometido e tampouco devolviam as quantias pagas pelas vítimas”, diz a denúncia. 

"Chega a ser surpreendente todo o mise en scène empregado pelos investigados para ludibriar suas vítimas (almoços e jantares em hotéis caros, viagens internacionais, utilização de um “falso dono de um Banco Chinês”, locação de imóvel luxuoso, etc)”, concluiu o Gaeco.

Em sua defesa, João Emanuel afirmou esta tarde ser inocente e que também teria sido enganado pelo empresário Walter Dias Magalhães Júnior, apontado como líder do esquema, na figura de presidente do Grupo Soy. Afirmou o ex-deputado que não sabia se tratar de golpes e que apenas prestava serviços à empresa.

Sobre a participação de Mauro Chen no esquema, fazendo papel de dono de banco chinês, João Emanuel afirma, segundo relata o site Mídia News, que fala fluentemente inglês e espanhol. “Em Hong Kong, na China, a língua mais falada, além do mandarim, é o inglês. Ele sempre falava comigo em inglês”. Também afirma que "Mauro Chen é proprietário do banco de uma instituição e, até essa conjuntura, ele tinha todos os documentos que provavam que ele era a pessoa que iria solucionar tudo isso".

Sobre a suposta ameaça que teria feito, por meio do Comando Vermelho de Mato Grosso, João Emanuel afirma que “a morte da juíza faz parte de uma campanha política da magistrada”. “Acredito que sou simplesmente uma peça publicitária da campanha política dela", descreveu-se.

Em outro momento, acrescenta o site Mídia News, o ex-vereador afirmou. "Acredito que esse período de recessão vai passar e espero que a toga não sirva de trampolim politico. Gostaria que a toga sirva para fazer justiça".
 
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