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Terça-feira, 23 de abril de 2024

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Caso Rodrigo Claro: MP pede que tenente bombeiro seja julgada por tortura e não crime militar

Foto: Rogério Florentino Pereira/OD

Tenente ao sair de depoimento na DHPP

Tenente ao sair de depoimento na DHPP

O promotor de Justiça Allan Sidney do Ó Souza, que atua perante a Justiça Militar, solicitou  que a tenente Izadora Ledur responda ao crime de tortura e castigo do aluno soldado bombeiro Rodrigo Claro fora da Vara Militar. O aluno  morreu em 15 de novembro de 2016, depois de ficar internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI).

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De acordo com assessoria do MPE, ele se manifestou  para que seja declarada a incompetência da 11ª Vara da capital para instrução e julgamento do processo relacionado à morte do soldado do Corpo de Bombeiros Militar, Rodrigo. O entendimento é de que as informações trazidas no Inquérito Policial Militar caracterizam, em tese, crime de tortura na modalidade castigo, qualificada pelo resultado morte. Sendo assim, crimes dessa natureza não estão previstos no Código Penal Militar.

“Depoimentos de várias testemunhas dão sustentação sólida e inconteste à convicção de que não estamos a tratar de um crime militar, senão de um crime de tortura. Logo, em hipótese alguma, tais fatos devem ser processados e julgados pela Justiça Militar”, enfatizou o promotor de Justiça.

Na manifestação encaminhada ao magistrado, o promotor de Justiça cita o “caso Abinoão”, que também foi vítima de tortura durante treinamento Militar. “Nesse caso, em sede recursal, o Tribunal de Justiça entendeu que a submissão de policiais militares durante instrução de curso, a intenso sofrimento físico, o qual no caso em apreço, levou o aluno a morte, está a caracterizar o crime de tortura”, esclareceu.

Segundo o promotor de Justiça, as informações obtidas durante as investigações demonstram que o soldado Rodrigo Patrício Lima foi submetido a constantes e excessivas agressões físicas e verbais, causando-lhe nítido sofrimento físico e mental. “Antes mesmo do início da fatídica instrução militar, ele (o soldado) já havia confidenciado à sua genitora o medo que tinha de não concluir o curso, máxime, em razão das ameaças já proferidas pela investigada Tenente Bombeira Izadora Ledur”, acrescentou.

Atualmente, existem dois inquéritos relacionados à morte do soldado do Corpo de Bombeiros Militar, Rodrigo Patrício Lima. O primeiro foi realizado pela Corregedoria do Corpo de Bombeiros Militar e encaminhado para a 13ª Promotoria de Justiça Criminal, que atua perante a Justiça Militar. Já o segundo foi realizado pela Delegacia de Homicídios e Proteção a Pessoa (DHPP) e encaminhado ontem à 7ª Vara Criminal de Cuiabá. Isadora foi responsabilizada por crime de tortura.

A tenente era a responsável pelo treinamento de Rodrigo, que sofreu complicações de saúde em decorrência de excessos registrados durante os procedimentos. 
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