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OPERAÇÃO SODOMA

Promotora diz que delação premiada de Silval Barbosa é possível: "precisa ver se interessa a ele"

25 Abr 2017 - 10:30

Da Redação - Paulo Victor Fanaia Teixeira

Foto: Olhar Direto

Ana Cristina Bardusco

Ana Cristina Bardusco

A promotora do Ministério Público Estadual (MPE) e do Comitê Interinstitucional de Recuperação de Ativos (CIRA), Ana Cristina Bardusco, disse que até o momento nada alterou sobre a situação do ex-governador Silval da Cunha Barbosa nas ações penais oriundas da “Operação Sodoma”. Questionada se há um acordo de delação premiada em andamento, ela esquiva, diz que o que sabe parte da imprensa, mas confirmou que caso o réu tenha interesse, o acordo é possível. As declarações foram feitas na tarde desta segunda-feira (25), no Fórum de Cuiabá.

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“Não tenho nada absolutamente a dizer sobre essa nova postura da defesa, não tenho o que me manifestar. Parece-me que a nota fala que ele irá confessar, mas até o momento é uma nota e no processo não houve absolutamente nada de diferente”, afirmou a promotora. “Eu sei o que vocês sabem, eu li a nota na imprensa”, acrecentou em outro momento.

Questionada se a defesa de Silval Barbosa ainda poderia firmar um acordo de delação premiada, mesmo com o avançado das investigações da Sodoma, a promotora confirma. “Em tese, ela pode ser feita em qualquer momento, mas precisa ver se interessa a ele ou não”.

Se confirmada a opção pela confissão pela defesa de Silval Barbosa, este será, junto com o ex-deputado José Geraldo Riva, o segundo caso em que um réu decide entregar provas e informações ao processo sem barganhar liberdade ou atenuação da pena. Questionada da razão de réus optarem por este método ao invés de um acordo de delação, Ana Bardusco esquiva. “Não é do meu feitio especular, não sei por que a defesa fez isso, talvez devam perguntar aos advogados da defesa, mas a confissão sempre atenua (pena), isto é motivo expresso na Constituição para atenuar, a confissão”.

Neste segunda-feira (24), os advogados que patrocinavam a defesa de Silval Barbosa desde setembro de 2015, deixaram suas atividades. A medida foi estabelecida após nova postura do ex-governador de confessar os crimes que cometeu durante gestão.

A informação foi divulgada por meio de nota assinada por Valber Melo, Ulisses Rabaneda, Francisco Faiad, Artur Osti e Renan Serra.
 
O advogado Délio Lins e Silva, conhecido por atuar em delações na Operação Lava Jato, assumiu a defesa de Barbosa. 
 
 O ex-governador busca contribuir com o processo para ser beneficiado, podendo deixar o Centro de Custódia de Cuiabá, onde está detido preventivamente desde o dia 17 de setembro de 2015.
 
Na Lava Jato, Délio atuou defendendo O ex-chefe de gabinete do senador Delcídio Amaral, Diogo Ferreia. A atuação do jurista garantiu a homologação de um acordo premiado no dia 14 de abril, pelo ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal.
 
O histórico de Délio inclui ainda a defesa de Jacinto Lamas, ex-tesoureiro do extinto Partido Liberal (PL), envolvido no escândalo do Mensalão.

A Sodoma, que prendeu Silval Barbosa, foi deflagrado no dia 15 de setembro de 2015 pela Delegacia Fazendária (Defaz), com apoio das demais unidades especializadas da Polícia Civil, além de toda a estrutura da Secretaria de Segurança Pública especializada da área de Inteligência, do Laboratório de Combate a Lavagem de Dinheiro e o Centro Integrado de Operações Aéreas (Ciopaer).
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