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SÉTIMA VARA

Juíza Selma interroga ex-presidente do Intermat sobre desvio de R$ 15,8 milhões do Estado

16 Mai 2017 - 08:43

Da Redação - Paulo Victor Fanaia Teixeira

Foto: Rogério Florentino Pereira/OD

Afonso Dalberto

Afonso Dalberto

A Sétima Vara Criminal inicia na tarde desta terça-feira (16) os interrogatórios dos réus da ação penal oriunda da “Operação Sodoma 4”. Serão ouvidos hoje pela juíza Selma Rosane Arruda o ex-presidente do Instituto de Terras de Mato Grosso (Intermat), Afonso Dalberto e Antônio Rodrigues Carvalho, proprietário do imóvel objeto da ação.

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De acordo com o Ministério Público Estadual (MPE), a desapropriação do imóvel conhecido como “Jardim Liberdade”, localizado nas imediações do Bairro Osmar Cabral, Cuiabá, no valor total de R$ 31.715.000,00 à empresa Santorini Empreendimentos Imobiliários Ltda, se deu pelo propósito específico de desviar R$ 15,8 milhões do Estado de Mato Grosso em benefício da organização criminosa liderada pelo ex-governador do Estado de Mato Silval da Cunha Barbosa.

O rito penal se inicia às 14h de hoje. Na quinta-feira (17), serão ouvidos os réus João Justino e Pedro Jamil Nadaf, ex-chefe da Casa Civil. Finalmente, nesta sexta-feira (18), será interrogado o ex-governador do Estado Silval da Cunha Barbosa, além de seu ex-chefe de gabinete, Silvio César Corrêa Araújo.  

Entenda o Caso:

A Delegacia Especializada em Crimes Fazendários e Contra a Administração Pública (Defaz), da Polícia Judiciária Civil, deflagrou no dia 26 de setembro de 2016 a 4ª fase da Operação Sodoma, que investiga crimes de corrupção praticados contra uma organização criminosa no Estado de Mato Grosso.

O foco da Operação Sodoma é o desvio de dinheiro público realizado por meio de uma desapropriação milionária paga pelo governo Silval Barbosa, durante o ano de 2014. 

O ex-governador de Mato Grosso, Silval Barbosa, que está preso no Centro de Custódia de Cuiabá, teve novamente uma prisão preventiva cumprida, além de Marcel De Cursi, Arnaldo Alves, Silvio César Correia Araújo e Valdir Piran. Para prestarem interrogatórios, foram conduzidos coercitivamente Valdir Piran Junior, Eronir Alexandre, Marcelo Malouf, José Mikael Malouf, Willian Soares Teixeira, além do cumprimento de buscas e apreensão em residências e empresas dos investigados.

Francisco Gomes de Andrade Lima Filho, procurador de Estado aposentado, foi preso por mandado de prisão preventiva no Rio de Janeiro (RJ), por policiais da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco). Os investigados Valdir Piran e Arnaldo Alves tiveram os mandados de prisão cumpridos em Brasília, com apoio da Polínter do Distrito Federal.

As diligências realizadas evidenciaram que o pagamento da desapropriação do imóvel conhecido por Jardim Liberdade, localizado nas imediações do Bairro Osmar Cabral, nesta capital, no valor total de R$ 31.715.000,00 à empresa Santorini Empreendimentos Imobiliários Ltda, proprietária do imóvel, se deu pelo propósito específico de desviar dinheiro público do Estado de Mato Grosso em benefício da organização criminosa liderada pelo ex-governador do Estado de Mato Silval da Cunha Barbosa.

Ficou comprovado na investigação que participaram dessa fraude além de Silval Barbosa, as pessoas de Pedro Jamil Nadaf (ex-secretario chefe da Casa Civil), Francisco Gomes de Andrade Lima Filho (procurador de Estado aposentado), Marcel de Cursi (ex-secretario de fazenda), Arnaldo Alves De Souza Neto (ex-secretario de planejamento), Afonso Dalberto (ex-presidente do INTERMAT), além do proprietário do imóvel Antonio Rodrigues Carvalho, seu advogado Levi Machado, o operador financeiro do grupo criminoso Filinto Muller e os empresários Valdir Piran e Valdir Piran Junior, pai e filho.

De todo o valor pago pelo Estado pela desapropriação, o correspondente a 50%, ou seja, R$ 15.857.000,00 retornaram via empresa SF Assessoria e Organização de Eventos, de Propriedade de Filinto Muller em prol do grupo criminoso.

De acordo com a investigação, a maior parte do dinheiro desviado no montante de R$ 10.000.000,00 (dez milhões de reais) pertencia ao chefe Silval Barbosa, ao passo que o remanescente foi dividido entre os demais participantes, no caso os ex-secretários, Pedro Nadaf, Marcel De Cursi (ex-secretário de fazenda), Arnaldo Alves de Souza Neto (ex-secretário de Planejamento), Afonso Dalberto e o procurador aposentado Chico Lima.

Toda a operação conta com suporte da Secretaria de Estado de Segurança (Sesp) de Mato Grosso, da Secretaria de Segurança do Rio de Janeiro, e da Polínter de Brasília. Para a operação foram mobilizados 100 policiais civis (delegados, investigadores e escrivães lotados na Defaz, Deddica, GCCO, GOE, Dema, DRE).
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