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AFONSO DALBERTO

Declarado proibido de falar com a imprensa, delator da Sodoma tem interrogatório adiado

16 Mai 2017 - 14:30

Da Redação - Paulo Victor Fanaia Teixeira

Foto: Rogério Florentino Pereira/OD

Afonso Dalberto

Afonso Dalberto

A Sétima Vara Criminal redesignou a audiência que interrogaria o ex-presidente do Instituto de Terras de Mato Grosso (Intermat) Afonso Dalberto às 13h30 desta terça-feira (16). A juíza Selma Rosane Arruda cumpriu compromissos médicos e seu substituto, Jurandir Júnior, se declarou suspeito de conduzir a ação penal da “Operação Sodoma”. O réu, Afonso Dalberto, que aguardou nos corredores do Fórum de Cuiabá, disse estar impedido de falar com a imprensa, por decisão de Selma.

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“A Selma não retorna hoje e o substituto, Jurandir, se declarou impedido, pois seu irmão é advogado de uma das partes do processo. O próximo substituto é Geraldo Fidelis, que está afastado, desvinculado de suas funções, pois está em regime de exceção. Outro seria Jorge Tadeu, que está com pauta de 30 processos na Segunda Vara Criminal”, explicou a assessoria do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT).

Advogados das partes estiveram presentes na sala de audiências da Sétima Vara, para acompanhar a decisão sobre as novas datas. O réu Afonso Dalberto também esteve nos corredores do Fórum de Cuiabá, aguardando uma decisão, mas se declarou impedido pela juíza de fazer qualquer declaração à imprensa.

Questionado por Olhar Jurídico sobre o que declararia à juíza, no âmbito da Sodoma 4, Afonso Dalberto declarou-se impedido de falar com a imprensa, "por decisão da juíza". A razão, o delator responde. "Melhor perguntarem para a juíza, eu não posso falar nem mal de mim mesmo!", ironizou, desculpando-se pela negativa.

Novas datas:

O juiz Jorge Luiz Tadeu Rodrigues foi quem assumiu o posto na Sétima Vara Criminal nesta tarde e decidiu pela seguinte agenda: 

Dia 03: ocasião em que serão interrogados os réus Afonso Dalberto e Antonio Carvalho; no Dia 04: Pedro Jamil Nadaf; Dia 05: Silval da Cunha Barbosa e Silvio César Araújo; Dia 06: Alan Malouf; Dia 07: Francisco Lima Filho e Arnaldo Alves de Souza. Por fim, no dia 10 será interrogado Marcel Souza de Cursi e Valdir Agostinho Piran. 

Entenda o Caso:

A Delegacia Especializada em Crimes Fazendários e Contra a Administração Pública (Defaz), da Polícia Judiciária Civil, deflagrou no dia 26 de setembro de 2016 a 4ª fase da Operação Sodoma, que investiga crimes de corrupção praticados contra uma organização criminosa no Estado de Mato Grosso.

O foco da Operação Sodoma é o desvio de dinheiro público realizado por meio de uma desapropriação milionária paga pelo governo Silval Barbosa, durante o ano de 2014. 

O ex-governador de Mato Grosso, Silval Barbosa, que está preso no Centro de Custódia de Cuiabá, teve novamente uma prisão preventiva cumprida, além de Marcel De Cursi, Arnaldo Alves, Silvio César Correia Araújo e Valdir Piran. Para prestarem interrogatórios, foram conduzidos coercitivamente Valdir Piran Junior, Eronir Alexandre, Marcelo Malouf, José Mikael Malouf, Willian Soares Teixeira, além do cumprimento de buscas e apreensão em residências e empresas dos investigados.

Francisco Gomes de Andrade Lima Filho, procurador de Estado aposentado, foi preso por mandado de prisão preventiva no Rio de Janeiro (RJ), por policiais da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco). Os investigados Valdir Piran e Arnaldo Alves tiveram os mandados de prisão cumpridos em Brasília, com apoio da Polínter do Distrito Federal.

As diligências realizadas evidenciaram que o pagamento da desapropriação do imóvel conhecido por Jardim Liberdade, localizado nas imediações do Bairro Osmar Cabral, nesta capital, no valor total de R$ 31.715.000,00 à empresa Santorini Empreendimentos Imobiliários Ltda, proprietária do imóvel, se deu pelo propósito específico de desviar dinheiro público do Estado de Mato Grosso em benefício da organização criminosa liderada pelo ex-governador do Estado de Mato Silval da Cunha Barbosa.

Ficou comprovado na investigação que participaram dessa fraude além de Silval Barbosa, as pessoas de Pedro Jamil Nadaf (ex-secretario chefe da Casa Civil), Francisco Gomes de Andrade Lima Filho (procurador de Estado aposentado), Marcel de Cursi (ex-secretario de fazenda), Arnaldo Alves De Souza Neto (ex-secretario de planejamento), Afonso Dalberto (ex-presidente do INTERMAT), além do proprietário do imóvel Antonio Rodrigues Carvalho, seu advogado Levi Machado, o operador financeiro do grupo criminoso Filinto Muller e os empresários Valdir Piran e Valdir Piran Junior, pai e filho.

De todo o valor pago pelo Estado pela desapropriação, o correspondente a 50%, ou seja, R$ 15.857.000,00 retornaram via empresa SF Assessoria e Organização de Eventos, de Propriedade de Filinto Muller em prol do grupo criminoso.

De acordo com a investigação, a maior parte do dinheiro desviado no montante de R$ 10.000.000,00 (dez milhões de reais) pertencia ao chefe Silval Barbosa, ao passo que o remanescente foi dividido entre os demais participantes, no caso os ex-secretários, Pedro Nadaf, Marcel De Cursi (ex-secretário de fazenda), Arnaldo Alves de Souza Neto (ex-secretário de Planejamento), Afonso Dalberto e o procurador aposentado Chico Lima.

Toda a operação conta com suporte da Secretaria de Estado de Segurança (Sesp) de Mato Grosso, da Secretaria de Segurança do Rio de Janeiro, e da Polínter de Brasília. Para a operação foram mobilizados 100 policiais civis (delegados, investigadores e escrivães lotados na Defaz, Deddica, GCCO, GOE, Dema, DRE).
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