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Sexta-feira, 29 de março de 2024

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escutas ilegais

Associação de Promotores diz que grampos exibem ‘forças paralelas’ do poder e repudia ato

Foto: Reprodução

Associação de Promotores diz que grampos exibem ‘forças paralelas’ do poder e repudia ato
Escutas que não visam a elucidação de crimes fragilizam a democracia e vicejam as ‘forças paralelas’ do poder. É assim que a Associação Mato-Grossense do Ministério Pública (AMMP) define como a principal causa negativa do escândalo dos grampos ilegais, que veio à público na última quinta-feira (16) com a saída do ex-secretário Paulo Taques da Casa Civil do Governo Estadual.

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Em nota divulgada nesta terça-feira (16), a AMMP manifestou repúdio aos “métodos de investigação” adotados e confirmaram apoio ao trabalho do promotor Mauro Zaque, que abriu inquérito para apurar o caso, descoberto por ele quando ainda era secretário do governo Taques.

“A AMMP vem a público APOIAR irrestritamente o promotor de Justiça, Dr. Mauro Zaque de Jesus pela atitude de respeito irrestrito à lei e pela consciência da seriedade e gravidade dos fatos e da necessidade de apuração e responsabilidade dos envolvidos nas fraudes e a punição rigorosa dos transgressores”, diz trecho do documento.

Leia a íntegra da nota:

“NOTA PÚBLICA A ASSOCIAÇÃO MATO-GROSSENSE DO MINISTÉRIO PÚBLICO – AMMP, entidade de classe dos Promotores e Procuradores de Justiça do Estado de Mato Grosso, tendo em vista as gravíssimas revelações de que agentes públicos, agindo ilegalmente, instituíram, estruturaram, mantiveram e coordenaram um esquema de interceptações telefônicas de inúmeras pessoas para atender desígnios ilegítimos, com alcance e propósitos não autorizados em lei, vem a público:

REPUDIAR fortemente quaisquer métodos indevidos de invasão da intimidade dos cidadãos mato-grossenses que tiveram sua privacidade violada ilicitamente, seja pela inserção fraudulenta, em pedidos judiciais de interceptação, do número de telefone de pessoas sequer investigadas, seja por quaisquer outras diligências que se manifestem dissonantes das exceções constitucionais e legais e que coloquem em risco as salvaguardas da democracia.
 
II. DESTACAR que alegações de má-fé deduzidas judicialmente para obtenção de escutas telefônicas que não visam a elucidação de crimes, senão com o escopo de manter vigilância clandestina de terceiros, fragiliza as instituições democráticas, viceja “forças paralelas”, institui burla inaceitável ao sistema jurídico, insulta a Constituição Federal, as liberdades individuais e o Estado de Direito.

III. APOIAR irrestritamente o promotor de Justiça, Dr. Mauro Zaque de Jesus pela atitude de respeito irrestrito à lei e pela consciência da seriedade e gravidade dos fatos e da necessidade de apuração e responsabilidade dos envolvidos nas fraudes e a punição rigorosa dos transgressores. IV. REAFIRMAR o compromisso constitucional dos Membros do Ministério Público com a defesa das garantias e conquistas democráticas e de todos os Agentes Públicos que atuam legalmente no exercício das funções e na defesa da sociedade nas áreas de investigação e de inteligência no Estado de Mato Grosso.
 
Cuiabá, 15 de maio de 2017”
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