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Quarta-feira, 17 de abril de 2024

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escutas clandestinas

Decisão aponta que Coronel mantinha “contato pessoal” com juízes para viabilizar grampos

Decisão aponta que Coronel mantinha “contato pessoal” com juízes para viabilizar grampos
O juiz Marcos Faleiros da Vara de Crimes Militares do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) apontou em sua decisão que o Coronel Zaqueu Barbosa mantinha contato direto com magistrados para que estes autorizassem os grampos ilegais. A afirmação está na sentença que determinou a prisão de Zaqueu e do cabo Gerson Luiz Ferreira Correa Júnior, que também é acusado de envolvimento no caso.

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Os mandados estão sendo cumpridos na tarde desta terça-feira (23), em Cuiabá. A decisão e o processo foram colocados em sigilo, mas o Olhar Direto obteve acesso ao documento da sentença em que o coronel é apontado como “líder” da organização criminosa.

No texto, Zaqueu aparece como sendo responsável para viabilizar os grampos, mantendo para isso “contato pessoal” com os juízes. Já o cabo Gerson Correa seria o responsável por formalizar os pedidos, prorrogações e relatórios de inteligência dos grampos militares à Justiça.

“[A investigação] verificou indícios do envolvimento não só do Cel PM RR Zaqueu, apontado como mandante das ordens de ações militares de interceptações telefônicas, e quem mantinha contato pessoal com magistrados para viabilizar os grampos clandestinos , como também do CB PM Gerson Luiz Ferreira Correa Júnior, responsável por formalizar os pedidos, prorrogações e relatórios de inteligência dos grampos militares ilegais à Justiça”, diz trecho da decisão.

Os grampos revelados na reportagem do Programa Fantástico, no dia 14 de maio, teriam atingido principalmente os adversários políticos do governador Pedro Taques (PSDB). Segundo a reportagem, o promotor responsável pela investigação do caso, Mauro Zaque, havia denunciado o caso ao governador. Mas Taques nega que tenha sido avisado.

O coronel Zaqueu pediu demissão em janeiro de 2016, após um atrito entre a cúpula da Polícia Militar e o então secretário de Segurança Pública (Sesp), Mauro Zaque, que é o responsável por denunciar o suposto esquema de escutas ilegais, que monitava números de diversas pessoas de relevância do Estado, incluíndo a deputado estadual, Janaína Riva (PMDB).
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