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Grampos são lamentáveis mas podem ser a ponta de um iceberg, considera Selma

25 Mai 2017 - 14:15

Da Redação - Arthur Santos da Silva/ Da reportagem Local - Érika Oliveira

Foto: Rogério Florentino Pereira/Olhar Direto

Grampos são lamentáveis mas podem ser a ponta de um iceberg, considera Selma
Os grampos telefônicos clandestinos revelados em Mato Grosso estão sendo investigados em diferentes instâncias. Lotada no judiciário, Selma Rosane Arruda, da Sétima Vara Criminal, considera o crime algo lamentável e salienta que é preciso uma investigação profunda.

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Reportagem do programa Fantástico, da Rede Globo, revelou na noite do dia 14 de maio, que a Polícia Militar em Mato Grosso “grampeou” de maneira irregular uma lista de pessoas que não eram investigadas por crime nenhum no Estado.
 
A matéria destaca como vítimas a deputada estadual Janaína Riva (PMDB), o advogado José do Patrocínio e o jornalista José Marcondes, conhecido como Muvuca. Eles são apenas alguns dos “monitorados”, dentre medicos, empresários, funcionários públicos etc.

Os grampos foram conseguidos na modalidade “barriga de aluguel”, quando investigadores solicitam à Justiça acesso aos telefonemas de determinadas pessoas envolvidas em crimes e no meio dos nomes inserem contatos de não investigados. Neste caso específico, as vítimas foram inseridas em uma apuração sobre tráfico de drogas.
 
“Todos nós recebemos com muita surpresa, é um fato lamentável, se é que ocorreu, mas nós temos que esperar uma investigação melhor para ser lúcida. Afinal, desde quando isso acontece? Com quem acontece? Quem foram as vítimas? O que saiu (na imprensa) talvez tenha sido apenas uma janela, uma ponta de um iceberg. Nós precisamos ir a fundo nesse assunto para que as coisas fiquem maculando as pessoas”, comentou.
 
O comentário foi divulgado pela juíza ao Olhar Jurídico no evento  III Encontro Nacional Sobre Cooperação para Prevenção e Combate à Corrupção, realizado no Auditório da Escola Superior de Contas – TCE/MT-, nesta quinta-feira (25).
 
Selma é conhecida no Estado por atuar em processos envolvendo figuras públicas. O ex-governador Silval Barbosa e o ex-deputado José Riva foram alguns dos nomes que sofreram detenções em processos guiados pela juíza. Pelo papel desempenhado, seu trabalho pode ter sido afetado pelos grampos.
 
Conforme divulgado pela assessoria de imprensa do Ministério Público, um terminal telefônico oficial da Procuradoria Geral de Justiça utilizado pelo Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (GAECO) foi interceptado no esquema vulgarmente conhecido como “Barriga de Aluguel”.
 
Na ocasião, quatro grandes operações estavam em andamento no Gaeco: Metástase, Chacal, Seven e Rêmora. As duas últimas apuravam denúncias de corrupção. 
 
“Embora isso possa estar ocorrendo licitamente, o problema é você descobrir que está sendo ouvindo ilicitamente”, finalizou Selma sobre o caso.
 
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