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MINISTRO DO STF

Chefe do MPE volta a rebater Gilmar Mendes: "pessoa deve pensar naquilo que fala"

27 Jun 2017 - 09:15

Da Redação - Paulo Victor Fanaia Teixeira

Foto: Rogério Florentino Pereira/OD

Gilmar Mendes

Gilmar Mendes

O procurador-geral de Justiça de Mato Grosso, Mauro Curvo, tornou a comentar a declaração dada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes, de que o Ministério Público Estadual (MPE) estaria promovendo "festival de abusos" ao lançar mão de interceptações telefônicas ilegais contra autoridades de Mato Grosso. Para Curvo, o magistrado, que é natural de Diamantino, errou ao atribuir ao órgão ministerial mato-grossense prática “de fato grave, criminoso e inverídico”. Também advertiu Gilmar Mendes: “quanto maior a responsabilidade do cargo, mais a pessoa deve pensar naquilo que fala”.  

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A declaração do ministro foi feita durante o 7º Seminário Internacional de Direito Administrativo e Administração Pública, em Brasília, na última terça-feira (20). “Neste final de semana estive ‘no’ Mato Grosso e de lá vim com a notícia de que há um festival de abusos feitos no âmbito de investigação e essas notícias infelizmente se repetem Brasil afora, feita pelo Ministério Público, a chamada barriga de aluguel - o uso de interceptação telefônica pra atingir adversários políticos ou até pessoas nas relações privadas. Isso por falta de controle. Temos de fazer esse tipo de discussão”, afirmou o ministro.

Para Curvo, pode-se atribuir a afirmação do magistrado ao desconhecimento dos fatos. “Talvez a falta de informação quanto à realidade fática infelizmente levou o ministro a fazer uma afirmação grave totalmente desprovida de realidade, ao dizer que o MPE estaria promovendo interceptação ilegal. Nada mais longe da verdade do que isso”, ressaltou.

Questionado se cabe à figura de um ministro da Suprema Corte do país promover disparates como este em eventos jurídicos, Curvo evita sustentar que não. “Não tenho como julgar se é cabível ou não, mas digo que quanto maior a responsabilidade do cargo, mais a pessoa deve pensar naquilo que fala e isso vale para todos", sustenta.

"Não sei se chega ao ponto de (o MPE) se sentir desrespeitado, mas fomos vítimas de uma injustiça. Quando você atribui a alguém a prática de um fato grave, criminoso e inverídico, isso faz com que aquela pessoa atingida sofra de várias maneiras. Partindo de quem partir, quando a gente exerce determinadas funções, deve tomar cuidado com aquilo que fala”, completou.
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