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Sexta-feira, 19 de abril de 2024

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Coronel pede e Justiça determina prorrogação da prisão de Zaqueu e Gerson

Foto: Rogério Florentino Pereira/Olhar Direto

Coronel pede e Justiça determina prorrogação da prisão de Zaqueu e Gerson
O desembargador Orlando Perri determinou, na sexta-feira (24), a prorrogação da prisão preventiva do coronel Zaqueu Barbosa e do cabo Gerson Luiz Ferreira Golveia Júnior, a pedido do coronel Jorge Catarino Moraes Ribeiro, responsável pelas investigações de um esquema de grampos operados por policiais militares de Mato Grosso.

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Eles foram presos no último dia 23 de maio por decisão é do juiz da Vara de Crimes Militares, Marcos Faleiros sob o argumento de que soltos poderiam destruir provas. A prorrogação da prisão aconteceu no mesmo dia em que mais cinco alto oficiais da PM de Mato Grosso foram presos por envolvimento no mesmo caso:

Primeiro o coronel Evandro Lesco, o tenente-coronel Ronelson Jorge Barros, respectivamente secretário e secretário-adjunto da Casa Militar do Governo do Estado, e tenente-coronel Januário Antonio Batista, por conseqüências diretas da investigação. E também o orregedor da Polícia Militar, coronel Alexander Mendes e o diretor de Inteligência da corporação, tenente-coronel Vitor Fortes, por vazarem informações sigilosas no intuito de protegerem os investigados. Além deles, também foi preso o cabo Euclides Luiz Torezan.
Fortes e Alexander Mendes estão presos administrativamente de 30 dias e não haviam passado por audiência de custódia até o fim do dia 23. De acordo com o Código Militar, a prisão deles pode ser prorrogável por mais 20 dias e eles não podem ficar no mesmo quartel. Contudo, o coronel Catarina já solicitou a conversão da prisão administrativa em preventiva.

Os grampos
 
Reportagem do programa Fantástico, da Rede Globo, revelou na noite do dia 14 de maio, que a Polícia Militar em Mato Grosso “grampeou” de maneira irregular uma lista de pessoas que não eram investigadas por crime nenhum no Estado. A matéria destaca como vítimas a deputada estadual Janaína Riva (PMDB), o advogado José do Patrocínio e o jornalista José Marcondes, conhecido como Muvuca. Eles são apenas alguns dos “monitorados”, dentre medicos, empresários, funcionários públicos etc.
 
Os grampos foram conseguidos na modalidade “barriga de aluguel”, quando investigadores solicitam à Justiça acesso aos telefonemas de determinadas pessoas envolvidas em crimes e no meio dos nomes inserem contatos de não investigados. Neste caso específico, as vítimas foram inseridas em uma apuração sobre tráfico de drogas.
 
A decisão pela prisão, do juiz da Vara de Crimes Militares, Marcos Faleiros, salienta ainda que a interceptações clandestinas geram intraquilidade por violação dos princípios básicos.

O Governo do Estado de Mato Grosso se manifestou sobre o caso. Veja a íntegra da nota:

"Diante da confirmação dos mandados de prisão expedidos nesta sexta-feira (23.06) pelo desembargador Orlando de Almeida Perri, do Tribunal de Justiça, o Governo do Estado de Mato Grosso vem a público esclarecer o que segue:

Que respeita a decisão judicial, mas ressalva que os coronéis PM Evandro Lesco e Ronelson Barros gozam da total confiança do Governo, e esclarece que, apesar da decretação das prisões, as investigações estão em fase inicial e não há, até onde seja do conhecimento do Governo, nenhum ato que desabone suas condutas de militares e agentes públicos honrados e probos.

Que diante das prisões preventivas do secretário e do secretário adjunto da Casa Militar, Lesco e Barros, respectivamente, o governador Pedro Taques determinou o afastamento provisório e não remunerado dos dois secretários, até que se esclareçam as investigações sobre ambos.

O governador anuncia a nomeação do Cel PM Wesley de Castro Sodré, atual Comandante Regional do CR 7 (Tangará da Serra e região) para responder interinamente pela Chefia da Casa Militar.

Quanto às prisões do Tenente Coronel Januário Antônio Edwiges Batista, atual Comandante do 4º Batalhão, em Várzea Grande, e do Cabo Torezan, cedido ao Gaeco (Grupo de Atuação e Combate ao Crime Organizado) do Ministério Público Estadual, o Governo do Estado acompanhará as investigações sobre suas atuações.
O Governador Pedro Taques revela que, assim que tomou conhecimento de que dois oficiais militares do Alto Comando da PMMT (Cel Alexandre Mendes, Corregedor Geral da PMMT, e Victor Fortes, Diretor de Inteligência da PMMT) estiveram na Casa Militar na manhã desta sexta-feira para revelar a possibilidade de prisão de membros do Governo, inclusive recomendando que se “preparassem”, tomou a única medida que lhe competia, que foi a de comunicar o fato ao presidente do Tribunal de Justiça de Mato Grosso, uma vez que a atuação dos dois militares caracterizaria, em tese, crimes de violação de sigilo judicial e obstrução da Justiça, recomendando ao presidente do TJ, desembargador Rui Ramos, que tomasse as providências que julgasse apropriadas ao caso. Como autoridade pública e professor de Direito, o governador não poderia se omitir diante dos fatos supostamente ilegais trazidos ao seu conhecimento, sob pena de cometer o crime de prevaricação, pois não coaduna com vazamentos ilegais, em respeito às decisões judiciais. O governador também comunicou o fato ao secretário de Estado de Segurança Pública, Rogers Jarbas, que já encaminhou a notícia do suposto crime ao Ministério Público da Auditoria Militar.

Por fim, o governador acredita na Justiça e nas instituições democráticas, reitera sua convicção de que a verdade prevalecerá, e que ao final das investigações os verdadeiros culpados serão identificados e punidos na forma da lei". 

Cuiabá-MT, 23 de junho de 2017.
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