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Sexta-feira, 19 de abril de 2024

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DECISÃO

Coronéis que vazaram informações foram soltos por deixarem cargos “estratégicos” da PM

Foto: Rogério Florentino Pereira/Olhar Direto

Coronéis que vazaram informações foram soltos por deixarem cargos “estratégicos” da PM
O magistrado Bruno D’Oliveira Marques, da Vara Militar de Cuiabá, revogou as prisões dos coronéis Alexandre Correa Mendes e Victor Paulo Fortes Pereira por entender que eles não mais detêm cargos estratégicos na hierarquia da Polícia Militar. Ambos foram exonerados de suas funções no dia da prisão.

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Antes das prisões, Alexandre era corregedor-geral da Polícia Militar de Mato Grosso e Victor era diretor de Inteligência da PM.
 
A decisão foi proferida na noite de segunda-feira (26). Eles foram detidos administrativamente na última sexta-feira (23), acusados de vazar informações sigilosas para “alertar” secretários de Estado sobre um possível mandado de prisão.
 
Em habeas corpus, os policiais afirmaram que o também coronel Jorge Catarino de Morais Ribeiro, responsável por decretar as prisões, não tinha competência para tanto, em razão de sua patente ser inferior. Os responsáveis pelo remédio jurídico afirmaram ainda que não mais subsiste o motivo que a determinaram as prisões.
 
Com a decisão favorável, os oficiais deixaram o Quartel do Comando Geral da PM-MT por volta das 21h de segunda-feira (26).
 
Alexandre Correa Mendes e Victor Paulo Fortes Pereira são acusados de fornecer informações sigilosas que sobre uma possível prisão dos secretários de Estado Evandro Alexandre Ferraz Lesco, da Casa Militar, e Airton Benedito Siqueira Júnior, de Justiça e Direitos Humanos. José Adolpho de Lima Avelino Vieira, da Casa Civil, também teria sido avisado da suposta prisão de Lesco e Siqueira Júnior. No final do dia, Lesco acabou preso com o adjunto da Casa Militar, coronel Ronelson Barros, mas Siqueira Júnior não.
 
Os três secretários, em posse da informação sigilosa, teriam procurado o governador Pedro Taques, que por sua vez levou os fatos ao conhecimento do presidente do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), desembargador Rui Ramos.

O governador pediu que o presidente do TJ tomasse as devidas providências contra os responsáveis pelo suposto vazamento do pedido de prisão. O caso diz respeito ao esquema de grampos ilegais operados no Estado.

Entenda o caso

Uma reportagem do programa "Fantástico", da Rede Globo, revelou na noite de 14 de maio que a Polícia Militar em Mato Grosso “grampeou” de maneira irregular uma lista de pessoas que não eram investigadas por crime. A matéria destaca como vítimas a deputada estadual Janaína Riva (PMDB), o advogado José do Patrocínio e o jornalista José Marcondes, conhecido como Muvuca. Eles são apenas alguns dos “monitorados”, dentre medicos, empresários, funcionários públicos etc.

O esquema de “arapongagem” já havia vazado na imprensa local após o início da apuração de Fantástico. Em entrevista ao dominical, o ex-secretário Paulo Taques afirmou que seu desligamento da Casa Civil, confimado na última quinta-feira, não tem relação com o fato.

O promotor Mauro Zaque, ex-secretário de Segurança da gestão Taques, revelou que informou ao governador sobre os grampos. O chefe do Executivo, no entanto, garantiu que não sabia de nada e informou que o protocolo apresentado por Zaque não corresponde ao assunto.
  
Barriga de aluguel
 

Os grampos foram conseguidos na modalidade “barriga de aluguel”, quando investigadores solicitam à Justiça acesso aos telefonemas de determinadas pessoas envolvidas em crimes e no meio dos nomes inserem contatos de não investigados. Neste caso específico, as vítimas foram inseridas emu ma apuração sobre tráfico de drogas.
 
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