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SODOMA

Nadaf diz que prefeita de MT pressionava pagamentos e buscava dinheiro de propina na Casa Civil; acompanhe

04 Jul 2017 - 11:10

Da Redação - Arthur Santos da Silva/Wesley Santiago / Da Reportagem Local - Lázaro Thor Borges

Foto: Rogério Florentino Pereira/Olhar Direto

Nadaf diz que prefeita de MT pressionava pagamentos e buscava dinheiro de propina na Casa Civil;  acompanhe
Pedro Nadaf, ex-secretário de Casa Civil, foi interrogado em audiência desta terça-feira (04) em consequência da Operação Sodoma, em sua quarta fase. O andamento processual será estabelecido após o acordo de delação premiada de Nadaf, envolvendo autoridades com foro, ser homologado pelo Supremo Tribunal Federal. Durante o depoimento, ele contou que a prefeita de Juara, Luciane Bezerra, teria pressionado para pagamento de propinas. Relatou que Valdir Piran jogou uma cadeira contra o ex-governador Silval Barbosa e deu detalhes do esquema que ele integrava.

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O foco da referida operação foi o desvio de dinheiro público realizado por meio de uma desapropriação milionária paga pelo governo Silval Barbosa durante o ano de 2014.

As diligências evidenciaram que o pagamento da desapropriação do imóvel conhecido por Jardim Liberdade, localizado nas imediações do Bairro Osmar Cabral, na capital, no valor total de R$ 31.715.000,00 à empresa Santorini Empreendimentos, proprietária do imóvel, se deu pelo propósito específico de desviar dinheiro público do em benefício da organização criminosa liderada pelo ex-governador Silval Barbosa.

Ficou comprovado na investigação que, além de Silval Barbosa, participaram da fraude Pedro Jamil Nadaf (ex-secretario chefe da Casa Civil), Francisco Gomes de Andrade Lima Filho (procurador de Estado aposentado), Marcel de Cursi (ex-secretario de fazenda), Arnaldo Alves De Souza Neto (ex-secretario de planejamento), Afonso Dalberto (ex-presidente do Intermat), além do proprietário do imóvel Antonio Rodrigues Carvalho, seu advogado Levi Machado, o operador financeiro do grupo criminoso, Filinto Muller, e os empresários Valdir Piran e Valdir Piran Junior, pai e filho.

De todo o valor pago pelo Estado pela desapropriação, metade, ou seja, R$ 15.857.000,00 retornaram via empresa SF Assessoria e Organização de Eventos, de Propriedade de Filinto Muller em prol do grupo criminoso.

De acordo com a investigação, a maior parte do dinheiro desviado no montante de R$ 10.000.000,00 (dez milhões de reais) pertencia a Silval Barbosa, ao passo que o remanescente foi dividido entre os demais participantes, no caso Pedro Nadaf, Marcel De Cursi, Arnaldo Alves de Souza Neto, Afonso Dalberto e Chico Lima.

Acompanhe:

17h55 - Em seu depoimento de quase duas horas, Nadaf falou sobre uma discussão entre Piran e Silval dentro do Palácio, pagamento de propina a prefeita de Juara, Luciane Bezerra e detalhou alguns pontos do esquema, que seria liderado pelo ex-governador.

17h45 - Termina o depoimento de Pedro Nadaf.

17h42 - Segundo Nadaf, R$ 2 milhões foram usados para honrar outros compromissos de Silval, mas o processo, relativo a Sodoma 1, está em sigilo.

17h24 - O ex-secretário explica que a ex-parlamentar buscava os pagamentos na Casa Civil. "Quando chegava de viagem, começava a pressionar". Logo depois, Selma Arruda interfere e diz que isto não faz parte deste processo.

17h21 - Ainda sobre o pagamento para a deputada Luciane Bezerra, Nadaf explica que ele foi feito em quatro oportunidades.

17h09 - Nadaf explica que as divisões das propinas eram autorizadas por Silval. Porém, acredita que Alan Malouf nunca cobrou diretamente o ex-governador, que disse ter ficado surpreso com a divida, já que Eder Moraes devia ter pago essa divida.

17h06 - Por meio de sua assessoria, a prefeita Luciane Bezerra informou que se encontra à disposição da Justiça para qualquer tipo de esclarecimento. Sobre ter seu nome citado novamente por Pedro Nadaf, reafirma que não tem informações sobre a investigação.

16h57 - Antes, Nadaf também detalhou o pagamento de R$ 700 mil a ex-deputada estadual e prefeita de Juara, Luciane Bezerra. Ele disse que parte da propina do esquema do Jardim Liberdade foi utilizado para repassar a ex-parlamentar. Porém, não soube detalhar a origem da dívida.

16h54 - O ex-secretário relata que estava preso na mesma cela em que Sílvio Cezar e que passou uma matéria na TV dizendo que o Pedro Elias e o Zilio tinham acordado delação. Silvio então teria dito a Nadaf que colaborador tem que morrer, o que o deixou assustado, já que estudava fazer a delação premiada. 

16h44 - Nadaf continua a responder perguntas do MP. Em alguns minutos, os advogados devem questioná-lo sobre os fatos.

16h37 - Segundo Nadaf, "pagamentos de R$ 10 milhões a Valdir Piran foram feitos por meio de cheques pré-datados". Valdir Piran achou que os cheques eram sem fundos e por volta de novembro de 2014 foi cobrar Silval. Na ocasião, Piran chamou o governador de picareta e tentou jogar uma cadeira em direção a Silval ao que Nadaf socorreu e evitou que a briga acontecesse.

16h29 - Nadaf disse que não tinha dúvida de que o dinheiro teria que sair de propinas e garante ter recebido ordens de Silval para pagar a posse.

16h26 - O ex-secretário garante que uma vez viu Arnaldo entregando dinheiro para Alan Malouf. Além disto, tentou simular um contrato com o empresário para maquiar o pagamento de R$ 950 mil da festa de posse de Silval.

16h23 - Nadaf afirma que viu Justino e Marcel se encontrarem diversas vezes e que Arnaldo teria recebido entre R$ 600 mil e R$ 700 mil de propina.

16h18 - Maurício Guimarães não teria honrado o compromisso, mesmo sendo cobrado diversas vezes por Alan Malouf. Quem teria assumido a dívida e pagado tudo [R$ 950 mil], seria o próprio Nadaf.

16h17 - Narra ainda o ex-secretário que Silval marcou um encontro com o ex-secretário extraordinária da Copa do Mundo (Secopa), Maurício Guimarães, para fazer o pagamento da festa de posse. No esquema, ficou definido que Maurício daria R$ 500 mil e Nadaf a mesma quantia, através de propinas de outros esquemas. 

16h16 - Nadaf também diz ter entregue cerca de 10 quilos de ouro para Marcel sendo metade ele próprio e metade João Justino. No depoimento, ele volta a afirmar que Silval Barbosa sabia de tudo. Mas não soube informar se o jornalista Antônio Millas havia extorquido o ex-governador: "Sei que o pagamento foi com propina". 

16h13 - Segundo Nadaf, Arnaldo deixou R$ 600 mil nas mãos de Alan Malouf, já que os dois são amigos. Uma reunião fica com Chico Lima definiu a função de cada pessoa no esquema. Ele ainda confirma que comprou cerca de 16 quilos de ouro, equivalente a R$ 200 mil.

16h11 - Nadaf também revela que pagou R$ 700 mil e mais outra quantia que está em sigilo para Marcel. Ele não soube informar quanto Arnaldo e Chico Lima receberam no suposto esquema.

16h08 - Marcel então teria procurado Nadaf para descontar cheques e ele lhe disse ter negócios com o ex-presidente da Metamat, João Justino: "O Justino comprava ouro em Peixoto de Azevedo com 30% de desconto. Eu passava recursos ao João e ele me trazia o ouro". Cita ainda que os cheques repassados por Marcel a ele eram de uma empresa da sua esposa. Só então, ele teria aceitado receber sua parte do esquema em ouro.

16h05 - Após o episódio, Nadaf se reuniu com o empresário Filinto Müller e o jornalista, que teria pedido mais R$ 300 mil. O ex-secretário assinala que guardou a parte destinada ao ex-secretário Marcel, que certo disso lhe cobrou.

16h03 - Em um encontro com Milas, Nadaf explica que "ele tirou da pasta uma alvará e perguntou se eu conhecia a empresa que estava sendo usada para os desvios. Depois, disse que tinha um cheque que era do esquema e ameaçou denunciar no jornal".

16h00 - Nadaf confirmou que utilizou o dinheiro da propina para um pagamento à ex-deputada estadual e atual prefeita de Juara, Luciane Bezerra (PSB), além do jornalista Antônio Carlos Millas.

15h56 - "Os pagamentos começaram a andar, mas tiveram mudanças com novas demandas do Silval", diz Nadaf. O empresário Alan Malouf também teria entrado em contato com ele para cobrar o pagamento da festa de posse em janeiro de 2011 no valor de aproximadamente R$ 1 milhão, o que, segundo Nadaf, foi confirmado por Silval, que teria utilizado R$ 200 mil do dinheiro da desapropriação do Jardim Liberdade para pagar o buffet.

15h54 - Nadaf ainda explicou que R$ 10 milhões que retornaram da propina foram utilizados para pagar Piran. O pagamento foi feito em cinco parcelas. Outros R$ 5 milhões foram divididos. A comissão inicial para cada ex-secretário envolvido seria de R$ 800 mil. Porém, houvem mudanças. 

15h48 - "Eu cuidava de fazer alguns pagamentos da organização e outros compromissos que o governador me pedia. Quando voltava esses recursos de propina eu jogava num saco e dali eu ia pagando aqueles outros compromissos que tivesse".

15h45 - "Eu levei essa situação até o Silval e ele pediu pra eu ver com o Marcel a questão financeira e com o Arnaldo. Depois, nós nos reunimos no gabinete do governador e ele colocou ao Afonso Dalberto que faria a desapropriação e o Chico Lima cuidaria de toda documentação. Conversei com o Marcel para discutir a viabilidade financeira".

15h42 - "Ele já tinha feito tratativas com o proprietário da área em que haveria um retorno de propina no valor de 50% do pagamento da área. O valor que fosse avaliado seria devolvido 50%. O valor seria em torno de R$ 30 milhões que o estado teria que pagar, mas precisaria fazer todos os trâmites normais, na procuradoria, no Intermat, etc".

15h41 - "Ele comentou que o Chico Lima contou que havia um área que já estava pronta para fazer o pagamento, ele pediu para eu aprofundar esse assunto com o Lima, o então procurador já havia comentado também comigo sobre essa área", conta Nadaf.

15h39 - Nadaf diz que os fatos da denúncia são verdadeiros, ele diz que quer reafirmar os depoimentos que já prestou a delegacia fazendária: "Na época, o Silval tinha que saldar um compromisso financeiro com o Piran e o governador estava procurando formas de viabilizar recursos para pagar essa dívida".

15h38 - Pedro Nadaf já está na sala de audiências. Selma pede que todos permaneçam em silêncio por conta da quantidade de pessoas na sala

15h27 - Em instantes os depoimentos devem ser retomados.

15h11 - A juíza Selma Arruda faz um intervalo.

15h05 - A juíza responde: 'sigilo é sigilo, doutor, a sua pergunta está indeferida'.

15h03 - Justino responde: "Não tem só isso, tem outras coisas que estão em sigílo, que eu não posso falar, a não ser que a juíza autorize". O advogado Gouth Valente questiona: "mas o sigilo é aqui ou no STF?".

15h00 - A defesa de Cursi questiona: "Se o senhor recebeu no máximo R$ 10 mil pela compra do ouro, por que firmou acordo com o MP prevendo a entrega de quase 15 vezes esse valor?".

14h56 - Outro detalhe exposto por Justino é que o ouro foi comprado no município de Peixoto do Azevedo.

14h56 - O MP terminou as perguntas. A defesa de Cursi é a única a questionar Justino. Os demais advogados declinaram de questioná-lo.

14h54 - Justino também conta que em reuniões da equipe econômica do governo falava-se em dívidas de Campanha do ex-governador Silval Barbosa que precisavam ser pagas: "Eu ouvi na Casa Civil, através do Pedro, que o Piran era o credor dessas dívidas. Ele falou especificamente que Piran tinha ido lá no governo, 'caçado confusão' para cobrar a dívida".

14h53 - "Que são de outras investigações, certo", questiona a promotora. "Isso", responde Justino.

14h51 - "Ouro e outras coisas que não posso falar né, que está em segredo de justiça", responde Justino.

14h49 - Justino conta que na Sicme não havia nada de irregular, mas que na casa Civil percebeu movimentações anormais. Bardusco questiona se era por conta da compra do ouro.

14h44 - Justino volta a ressaltar que o ouro era pro Nadaf é pro Cursi: "A última viagem, que rendeu de quatro a cinco quilos de our, hoje iria valer cerca de R$ 700 mil".

14h42 - Justino diz que tem os comprovantes da viagem. Bardusco pede a ele que junte aos autos os documentos em até 5 dias. Ele conta que o ouro era entregue a Nadaf normalmente na garagem da Casa Civil e, em outras vezes, era entregue na sala dele. O ouro de menor quantidade era tirado do bolso e entregue ao então secretário.

14h40 - "A compra regular de ouro só pode ser feita por joalheria ou banco. Garimpeiro pode vender ouro, ele pode produzir e vender, ele vende pras cooperativas que representam os bancos e os bancos que trabalham com outras empresas. Toda transação tem que ser feita com nota fiscal. Se vc quiser comprar ouro e fazer um investimento é só no banco"

14h38 - "O Nadaf nunca nominou este grupo de empresários e quando ele falava com a Karla ele sempre dizia 'Karla liga lá para o pessoal'. Eu acho que em pelo menos três vezes o Nadaf comprou ouro dizendo que era para o Marcel", afirma Justino.

14h36 - Depois que pegou o ouro, Justino conta que entregou a mochila com o minério em um hangar no Aeroporto Marechal Rondon, localizado em Várzea Grande.

14h34 - "A mesma mochila que eu recebia com o dinheiro para comprar o ouro, voltava com o ouro. Quem me dava o dinheiro era o Nadaf ou a Karla [secretária dele]. A última vez foram quatro ou cinco quilos de minério, a vez que mais comprou foi essa última".

14h30 - "Eu comecei a comprar ouro pra ele [Nadaf] em 2014 e foi até 2015. Teve algumas reuniões, logo que acabou o Governo, foram feitas lá na Fecomércio. A única discussão em relação a mim foi que queriam fazer duas compras de ouro e me chamaram lá, essa reunião foi em 2015, quando o governo já tinha acabado"

14h29 - Ao MPE, Justino conta que foi presidente da autarquia de janeiro de 2013 a setembro de 2015: "Eu sou amigo do Pedro de infância, conheço ele desde época do colégio São Gonçalo. Eu reaproximei de Pedro quando ele entrou na SICME, que era veiculado a Metamat".

14h27 - Justino conta que ficou com o total de R$ 20 mil com a compra do ouro, equivalente a 1% do total do mineral.

14h26 - "Eu presumia a origem do dinheiro porque era estranho comprar sem nota fiscal, pelo preço do dia, mas sempre o Pedro me disse que representava um grupo de empresários. Posteriormente ele me disse que o Marcel também queria comprar"

14h25 - "Todas as compras foram em cinco ou sete viagens, três de avião e o resto de carro. A quantidade total era de até 20 quilos", alega Justino.

14h23 - Justino ressalta que Nadaf teria comprado 10 quilos de ouro.

14h22 - "Eu fui procurado pelo Nadaf e eu ia muitas vezes no norte do Estado porque lá a atividade mineral aumentou demais. E uma vez conversando com ele sobre ouro eu mostrei pra ele uma pepita", disse Justino, que na sequência sacou a pepita do bolso e mostrou para a juíza Selma Arruda.

14h18 - Justino conta que o que consta na denúncia do MPE é verdadeiro, ele explica que tem pouco a dizer sobre a venda do terreno, mas sabe sobre a compra do ouro.

14h13 - Começa a audiência. O primeiro a ser ouvido é o delator João Justino, ex-presidente do Metamat. Justino teria ajudado Nadaf a lavar o dinheiro desviado por meio da compra de barras de ouro.

13h48 - Nadaf somente será ouvido após a oitiva de João Justino.

13h45 - A primeira oitiva será realizada com o ex-presidente da Companhia Matogrossense de Mineração (Metamat), João Justino Paes de Barros.

13h42 - Ela adverte à imprensa de que Pedro Nadaf é coloborador e por isso sua imagem deve ser preservada.

13h40 - A juíza Selma Arruda dá início a audiência.
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