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Sexta-feira, 19 de abril de 2024

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Comparsa culpa João Emanuel e diz que ex-vereador praticava ritual com mel e velas para ‘abrir portas’

Foto: Rogério Florentino Pereira/Olhar Direto

Comparsa culpa João Emanuel e diz que ex-vereador praticava ritual com mel e velas para ‘abrir portas’
O réu Walter Dias Magalhães, acusado de participar de esquema de estelionato com a ajuda do ex-vereador João Emanuel, prestou depoimento nesta quarta-feira (12) e voltou a negar participação nos crimes, acusando o ex-presidente da Câmara de Cuiabá da maioria dos fatos.

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Walter explicou que confiou na proposta de montar uma empresa para intermediar empréstimos milionários porque João Emanuel havia envolvido o próprio pai no negócio. Além disso, o réu também contou que o ex-vereador começou a ‘dar problemas’ dentro da empresa, praticando rituais e faltando ao trabalho.

“Começou a ter vários problemas dentro da empresa com o João, que ia um dia sim e um dia não. Um dia a empregada me ligou de manhã cedo assustada [dizendo] que ele tinha feito um ritual. As vizinhas me disseram que ele andava pra todo lado seminu lambusado de mel, segurando vela. Quando eu questionei porque fazer aquilo dentro da empresa ele disse que era para ‘abrir portas’ ", narrou Walter.

Outro citado pelo depoimento desta quarta foi o comerciante Mauro Chen Guo Quin, apontado por Walter como responsável por buscar recursos nos bancos, recursos que mais tarde ele descobriria serem inexistentes e que lesaram os clientes da Soy Group Holdin America Ltda., empresa montada para aplicar os golpes, segundo investigação efetuada pela Polícia Civil durante a Operação Castelo de Areia.

“O João fazia a parte de gestão da empresa e eu chegava depois do meio dia. Eu estava ciente de quem ele era, mas a pessoa coloca o nome do pai da empresa, ele estava já cheio de pendências judiciais, mas os meus amigos falavam 'olha cuidado que você tá mexendo com o João Emanuel', mas para mim o relacionamento com ele era ótimo, eu tinha um bom relacionamento com ele", afirmou Walter, que está preso desde o dia 26 de agosto do ano passado no Centro de Ressocialização de Cuiabá (CRC), no Carumbé.

Sobre Mauro Chen, Walter explicou que confiou no comerciante porque foi apresentado por alguém que ele conhecia. “Mas ai um cliente veio de São Paulo me visitar e me disse 'esse chinês aí fez muita arte', aí eu fiz uma investigação com o meu advogado e eu peguei um pen drive dele e descobri que o que tinha ali dentro não batia com uma pessoa que se dizia dona de banco”, contou ele. Segundo Walter, foi a partir daí que ele começou a desconfiar que estaria se envolvendo com golpistas.

Operação Castelo de Areia

Consta da denúncia realizada pelo Ministério Público de Mato Grosso que os acusados praticaram golpes milionários por intermédio das empresas American Business Corporation Shares Brasil Ltda e Soy Group Holdin America Ltda. As duas organizações atuavam, em tese, no ramo de mercado financeiro com a captação de recursos no exterior, cujas taxas de juros teriam valor supostamente inferior ao praticado no Brasil, atraindo assim o interesse de investidores, agricultores e empresários.

Além de João Emanuel e Mauro Chen foram denunciados o juiz aposentado Irênio Lima Fernandes; os empresários, Shirlei Aparecida Matsouka Arrabal e Marcelo de Melo Costa; o advogado Lázaro Roberto Moreira Lima e o contador Evandro José Goulart. O processo tramita na Vara Especializada Contra o Crime Organizado da Capital. Walter Dias Magalhães é apontado pela Ministério Público como líder do esquema. 
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