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SODOMA

Silval não esclarece dívida com Piran e pede “inquérito próprio” para falar sobre o caso; acompanhe

20 Jul 2017 - 11:33

Da Redação - Lázaro Thor Borges/ Reportagem Local - Vinicius Mendes

Foto: Rogério Florentino Pereira/Olhar Direto

Silval não esclarece dívida com Piran e pede “inquérito próprio” para falar sobre o caso; acompanhe
A magistrada Selma Rosane Arruda, da Sétima Vara Criminal, interroga na tarde desta quinta-feira (20) o ex-governador Silval da Cunha Barbosa. O político, agora réu confesso, prestará esclarecimento na ação proveniente da quarta fase da Operação Sodoma, sobre um desvio de R$ 15,8 milhões.

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Desencadeada no dia 26 de setembro de 2016, a referida operação apurou o desvio de dinheiro público realizado por meio de uma desapropriação milionária paga pelo governo Silval Barbosa durante o ano de 2014.

As diligências realizadas evidenciaram que o pagamento da desapropriação do imóvel conhecido por Jardim Liberdade, localizado nas imediações do Bairro Osmar Cabral, na capital, no valor total de R$ 31.715.000,00 à empresa Santorini Empreendimentos Imobiliários Ltda, proprietária do imóvel, se deu pelo propósito específico de desviar dinheiro público do Estado de Mato Grosso em benefício de uma organização criminosa liderada pelo ex-governador Silval da Cunha Barbosa.

Segundo o Ministério Público, ficou comprovado na investigação que, além de Silval Barbosa, participaram da fraude Pedro Jamil Nadaf (ex-secretario chefe da Casa Civil), Francisco Gomes de Andrade Lima Filho (procurador de Estado aposentado), Marcel de Cursi (ex-secretario de Fazenda), Arnaldo Alves De Souza Neto (ex-secretario de planejamento), Afonso Dalberto (ex-presidente do Intermat), além do proprietário do imóvel Antonio Rodrigues Carvalho, seu advogado Levi Machado, o operador financeiro do grupo criminoso, Filinto Muller, e os empresários Valdir Piran e Valdir Piran Junior, pai e filho.

De todo o valor pago pelo Estado pela desapropriação, metade, ou seja, R$ 15.857.000,00 retornaram via empresa SF Assessoria e Organização de Eventos, de Propriedade de Filinto Muller em prol do grupo criminoso.

De acordo com a investigação, a maior parte do dinheiro desviado no montante de R$ 10.000.000,00 (dez milhões de reais) pertencia a Silval Barbosa, ao passo que o remanescente foi dividido entre os demais participantes, no caso Pedro Nadaf, Marcel De Cursi, Arnaldo Alves de Souza Neto, Afonso Dalberto e Chico Lima.

Acompanhe em tempo real: 

17h10
- Fim do depoimento. 

16h57 - A defesa de Arnaldo retoma as questões referentes a dívida com Piran: Qual era a origem da dívida?”

“Era dívida de um compromisso político e, além disso, eu não posso dizer mais, porque vai vir um inquérito”, responde Silval.

“Quem eram as pessoas?”, questiona novamente a defesa. “Vou elencar uma por uma no momento certo”, repete Silval

16h48 - Selma pergunta sobre a dívida com o Buffet Lei Malouf, do empresário Alan Malouf. Silval explica que o dinheiro da desapropriação não deu para pagar o montante total da dívida com o empresário. “O Alan sabia que não tinha como ser pago licitamente”, relata. 

16h38 - Sobre a participação dos secretários na desapropriação Silval conta que o processo só foi realizado de forma rápida porque havia a promessa de pagamento de propina: "Se não houvesse a promessa da propina da desapropriação, eu não teria pedido prioridade aos secretários", salienta. 

16h34 - Sobre a agressão de Piran contra o ex-governador Silval nega. “Não houve nada de agressão, ele chegou nervoso, acho que tinha tomado remédio, mas nada de agressão, eu acho isso um sensacionalismo.” Barbosa também conta que depois que dívida foi quitada ele nunca mais se encontrou com o empresário. 

16h18 - Barbosa conta que só sabia que voltaria R$ 10 milhões da desapropriação e não 50% (R$ 15 milhões) como de fato ocorreu. “O que eu tratei foi que teria 10 milhões do valor da desapropriação, e eu tratei com o Arnaldo e o Marcel, mas acabei autorizando que o Nadaf tirasse dinheiro para passar aos secretários”

16h14 - A juíza Selma Arruda questiona a origem da dívida com o empresário Valdir Piran: “O senhor disse que era uma dívida do grupo político, dívida de quê?”, pergunta ela.

“Era um compromisso que eu tinha, ao longo da campanha, de compromisso de governo, que foi feito antes e durante a campanha. E eu queria pedir para a senhora levantar isso num inquérito próprio”, solicita o ex-governador.
Ao que a juíza retoma: “Mas a dívida era de quanto?”                       

“Agora não me recordo, não quero falar pra não correr o risco de errar”, responde ele.  
                       
“Quem era o seu grupo?”, novamente pergunta Selma. “Eu prefiro, se a senhora me permitir, falar nesse processo a parte”, fala. 

16h07 - Silval nega que tenha chamado Afonso Dalberto, ex-chefe do Intermat, de “cagão”. O ex-governador aponta: “Aquela palavra que ele falou dizendo que eu o chamei de cagão não é verdade, eu nunca falei”

O ex-governador também fala sobre supostas ameaças a Nadaf, pouco antes dele firmar acordo de delação: “Eu falei com o Pedro, se ele fosse fazer delação que falasse comigo, e ele disse que com aquilo se sentiu intimidado, mas não foi isso, essa palavra, intimidado, nunca ameacei nem a ele nem ninguém”

16h00 - Silval explica que o dinheiro da desapropriação, serviu para pagar R$ 10 milhões a Valdir Piran, R$ 200 mil ao jornalista Antônio Carlos Milas e R$ 200 mil a Alan Malouf. Milas era o único que não tinha dívidas de campanha com Silval, o jornalista é acusado de ter ameaçado divulgar esquemas do ex-governador caso ele não pagasse os valores. 

15h55 - O ex-governador também conta que indignou-se com o ex-secretário Pedro Nadaf quando soube que o médico Filinto Muller foi o responsável para fazer o pagamento da dívida a Valdir Piran: “Eu não sabia o valor. Até hoje eu não conheço o Filinto. E não sei porque o Nadaf encaminhou o pagamento pelo Filinto para pagar o Piran. Eu me perguntava porque não pagou direto para o Piran. Fiquei na época sem entender e até chateado porque envolveu mais pessoas que não precisavam ser envolvidas

15h51 - Silval conta que Chico Lima explicou que o empresário Antônio Rodrigues daria o retorno de R$ 10 milhões. “Eles [Chico Lima e Nadaf] foram de cuidar de toda a prática burocrática de dentro do Intermat. De como era possível ser pago isso ainda dentro do ano de 2014 e com 7 parcelas”

15h48 - “Aí eu disse para discutirmos isso em conjunto. Fizemos uma primeira reunião, eu Nadaf e Chico. O Chico confirmou a sentença, e que já tinha mandado avaliar o valor da desapropriação. Então ele disse que o empresário daria o retorno dos 10 milhões necessário para pagar a dívida”                        

15h45 - “Vou citar qual foi a minha participação. Esse é mais um processo em que eu já havia falado dentro dos processos em que deponho como réu confesso, a desapropriação do jardim veio com uma discussão minha com o Nadaf. Ele tinha conhecimento de quase tudo. Isso foi feito para saldar uma dívida que nós tínhamos com o Piran.”                      

15h15 - Após a defesa de Marcel de Cursi fazer perguntas ao delator, a juíza Selma Rosane Arruda determinou intervalo de 10 minutos. 

14h24 - Perguntado se sabe qual foi a participação de Silval e Nadaf, Antônio responde que não. Ele conta que tratava o Chico Lima como amigo e que depois do esquema ainda conversava com o ex-procurador. “Ele me falava que o estado era assim”, explica. 

14h16 - “Mas antes disso mandaram que eu abrisse uma conta da empresa para receber o dinheiro, a empresa estava inativa e não consegui abrir, eu tinha uma conta no Banco do Brasil mas estava bloqueada por causa de uma dívida, aí falei com meu advogado e ele disse que ia falar com o pessoal pra ele ser o procurador, pra receber esse dinheiro”

"Eles me apresentaram um contrato para que eu fosse repassar metade do pagamento. E o dinheiro deles iria pra conta de uma empresa. Então foi feito esse contrato eu assinei. Mais tarde quando começou os pagamentos o advogado ia repassando pra mim. Aí consegui pagar dívidas. E da metade do pagamento em diante eu lesmo recebia. Aí um tempo depois o advogado disse que eu teria que assinar outro contrato porque o antigo não servia mais. Aí eu assinei."

14h09 - "Aí eu fui mexer com a reintegração de posse, aí achei por bem entrar com um pedido para que o estado me pagasse uma indenização, porque a área já tinha asfalto, estava ocupada, aí solicitaram que eu entrasse com uma proposta, fiz uma avaliação pelo Crea, e o estado fez uma, acabei aceitando a do estado."

“Em 2011 encontrei um amigo da polícia federal, e ele falou que estava assessorando o governo, era o Francisco Lima. Aí passou-se um tempo e eu entrei com um processo pra receber a indenização. E o processo foi andando. Em 2013 ele me chamou e falou que o processo seria resolvido”

“Francisco falou que eu devia falar com o secretário de Fazenda para receber o pagamento. Na época o secretário era o Marcel de Cursi. Ele fez uma proposta para pagar em até 12 parcelas mensais, corrigidas em 1% ao mês”                        

14h07 - Rodrigues conta que possuía uma área no bairro Osmar Cabral que tinha sido invadida. Ele relata que no ano de 1997 entrou com pedido reintegração de posse na Justiça e conseguiu retirar os invasores. “Passados 10 anos entrei com uma ação, nós conseguimos provar que a área era nossa, porque não tinha sido feita a desapropriação. Tivemos ganho de causa no tribunal em 2011”, conta. 

14h00 - Quem fala primeiro é o empresário Antônio Rodrigues Carvalho sócio-proprietário da empresa Santorini Empreendimentos, a quem pertencia o terreno no Bairro Jardim Liberdade, que teria sofrido uma desapropriação fraudulenta organizada pelo grupo de Silval Barbosa. O esquema tirou R$ 15 milhões dos cofres públicos.
 
13h20 - Silval chega a Sétima Vara Criminal para prestar depoimento. 
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