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Quinta-feira, 18 de abril de 2024

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Grampos foram concebidos para campanha de 2014, afirma Mauro Curvo

Foto: Rogério Florentino Pereira/Olhar Direto

Grampos foram concebidos para campanha de 2014, afirma Mauro Curvo
O Procurador-geral de Justiça Mauro Curvo afirmou em entrevista institucional que os crimes de grampos ilegais recentemente desvendados em Mato Grosso foram concebidos na época da campanha eleitoral de 2014. No ano citado, o governador Pedro Taques foi eleito com 57% dos votos.
 
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A informação foi divulgada para esclarecer sobre o impedimento do Ministério Público em investigar determinados pontos das interceptações, por prerrogativa de foro de alguns citados.
 
“Aparentemente existe uma finalidade política, porque foram ouvidas pessoas que são vinculadas a partidos políticos e tudo começou na época da campanha de 2014. Tudo isso, seja em razão da conexão em razão da continência, quem tem que apreciar e fazer o que a gente chama de fatiamento dessa investigação é o Superior Tribunal de Justiça, é a Procuradoria Geral da Republica”, afirmou.
 
O Ministério Público ofereceu no dia 17 de julho a denúncia criminal contra militares acusados de promoverem interceptações telefônicas ilegais. Foram denunciados três coroneis, um tenente-coronel e um Cabo da PM.
 
São eles, respectivamente, Zaqueu Barbosa, Evandro Lesco, Ronelson Barros, Januário Batista e Gerson Correa Junior. Os cinco vão responder pelos crimes de Ação Militar Ilícita, Falsificação de Documento, Falsidade Ideológica e Prevaricação, todos previstos na Legislação Militar.

Mauro Curvo destacou que a denúncia refere-se apenas aos delitos previstos na Legislação Militar, pois a representação feita pelo promotor de Justiça Mauro Zaque, envolvendo Pedro Taques, que foi destaque na imprensa nacional, descreve a suposta participação de autoridade com foro perante o Superior Tribunal de Justiça, motivo pelo qual a investigação no tocante aos delitos não militares está na alçada de atribuição exclusiva do Ministério Público Federal.

O caso

Reportagem do programa "Fantástico", da Rede Globo, revelou na noite de 14 de maio que a Polícia Militar em Mato Grosso “grampeou” de maneira irregular uma lista de pessoas que não eram investigadas por crime.
 
A matéria destacou como vítimas a deputada estadual Janaína Riva (PMDB), o advogado José do Patrocínio e o jornalista José Marcondes, conhecido como Muvuca. Eles são apenas alguns dos “monitorados”.

O esquema de “arapongagem” já havia vazado na imprensa local após o início da apuração de Fantástico.
  
Barriga de aluguel
 
Os grampos foram conseguidos na modalidade “barriga de aluguel”, quando investigadores solicitam à Justiça acesso aos telefonemas de determinadas pessoas envolvidas em crimes e no meio dos nomes inserem contatos de não investigados.

Neste caso específico, as vítimas foram inseridas em uma apuração sobre tráfico de drogas.
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