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Quinta-feira, 18 de abril de 2024

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SODOMA

Envergonhado, Nadaf pediu dinheiro a Piran e Sival para pagar advogados; confira carta

Foto: Rogério Florentino Pereira/Olhar Direto

Envergonhado, Nadaf pediu dinheiro a Piran e Sival para pagar advogados; confira carta
A magistrada Selma Rosane Arruda, da sétima Vara Criminal, reinterrogou nesta segunda-feira (24) o ex-governador Silval da Cunha Barbosa no processo oriundo da Operação Sodoma, primeira fase. Na audiência, uma carta em que supostamente Pedro Nadaf pede desculpas e dinheiro foi lida.
 
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“Estou tão envergonhado com toda essa situação que até hoje não tive tempo de pedir desculpa por tudo isso que ocasionei. Gostaria de pedir um favor de me emprestar um R$ [dinheiro] para acertar com meu advogado”, teria escrito Nadaf, ex- secretário de Casa Civil de Silval.

Conforme denunciado pelo Ministério Público, Silval chefiou uma organização criminosa com o objetivo de obter vantagem indevida na concessão de benefícios fiscais do Programa de Desenvolvimento e Comercial de Mato Grosso (Prodeic). O montante desviado seria, ainda segundo o processo, cerca de R$ 2,6 milhões. A carta, porém, mostraria o contrário.
 
O ex-governador informou durante audiência que pediu para que Nadaf desse “um jeito” para pagar contas de campanha. Silval, porém, afirmou que desconhecia as supostas fraudes no Prodeic. Mesmo desconhecendo, o ex-governador não descarta ter sido beneficiado pelo crime.
 
Ainda na carta, Pedro Nadaf segue: “Pedi para ver com o Bob Pai, mas não estão vindo para cá, com receio de # [cadeia]. Se precisar, abrimos uma amarela. Só até eu sair. Tentei com uns amigos, não consegui.”.
 
Segundo esclarecido por Silval durante a audiência, “Bob pai” seria o empresário Valdir Piran. “Abrir uma amarela” seria uma nota promissória.

O caso
 
O grupo, formado pelo ex-governador do Estado, Silval da Cunha Barbosa, Pedro Nadaf, Marcel Souza de Cursi, Francisco Andrade de Lima Filho, Sílvio Cezar Corrêa Araújo e Karla Cecília de Oliveira Cintra, foi denunciado em setembro de 2015.
 
Os nomes respondem pelos crimes de constituição de organização criminosa, concussão, extorsão e lavagem de dinheiro. Os fatos vieram à tona com a Operação Sodoma realizada pela Delegacia Especializada em Crimes Fazendários e Contra a Administração Pública. 

De acordo com a denúncia, no período de 2011 a 2015, “de forma arbitrária e violando os princípios da Administração Pública e, em especial da Administração Tributária, a Organização foi responsável pela edição de inúmeras normas tributárias esdrúxulas, casuísticas e, a serviço de interesses escusos, cujas regras eram criadas no interesse do grupo criminoso, sempre na busca da obtenção de vantagem indevida”. 

Conforme as investigações, há indícios de que o grupo também tenha atuado no financeiro do Executivo, realizando pagamentos indevidos ou exigindo vantagem indevida para saldar os compromissos regulares. A denúncia criminal, no entanto, refere-se a fatos envolvendo a concessão de benefícios fiscais às empresas Tractor Parts Distribuidora de autopeças Ltda, DCP Máquinas e Veículos Ltda e Casa da Engrenagem Distribuidora de Peças Ltda. 



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