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Quinta-feira, 25 de abril de 2024

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Rui Ramos nega sentimento de vingança do Judiciário ao investigar grampos

Foto: Rogério Florentino Pereira/Olhar Direto

Rui Ramos nega sentimento de vingança do Judiciário ao investigar grampos
O presidente do Tribunal de Justiça, desembargador Rui Ramos, nega a existência de qualquer sentimento de "desconfiança" ou "vingança" em decorrência da possibilidade de magistrados terem sido alvos de interceptações telefônicas ilegais por parte de membros do Governo do Estado no caso que tem sido chamado de “Grampolândia Pantaneira”.

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“Não podemos dizem com certeza nem o período em que isso ocorreu. Não se pode dizer se foram nos últimos três anos, nos últimos quatro anos ou se vem ao longo do tempo. Ainda se isso estivesse ocorrendo, não há nenhum sentimento institucional no sentido de traição ou desconfiança”, avaliou Rui Ramos, em Barra do Garças, no sábado (5), durante edição da Caravana da Transformação.

Além de cogitar a possibilidade de os grampos existirem há mais tempo do que a atual gestão estadual, o desembargador também salientou a dificuldade em apontar, por enquanto, qual o culpado. Por isso, ele defende cautela e adota o discurso de que as instituições são maiores que casos pontuais, mesmo os concretos, e precisam manter diálogo e uma boa relação.

“O que temos é que apurar. Temos que verificar se os fatos ocorreram e, se realmente ocorreram, quais foram os autores. As instituições estão muito acima de cada caso concreto”, disse o magistrado. Ele ainda garantiu se manter alheio aos trabalhos do desembargador Orlando Perri, responsável pela prisão preventiva do ex-secretário da Casa Civil, Paulo Zamar Taques, na sexta-feira (04).

Prisão de Paulo Taques
 
O ex-secretário da Casa Civil, Paulo Taques, foi preso preventivamente, na manhã dea sexta-feira (4). A decisão partiu do desembargador Orlando Perri de Almeida, que comanda as investigações no Tribunal de Justiça de Mato Grosso. A prisão foi cumprida pelo delegado Juliano Silva de Carvalho, responsável por apresentar a recomendação acatada por Perri.
 
Denúncia de grampos e saída do governo
 
Paulo Taques deixou o cargo de chefe da Casa Civil em 11 de maio de 2017, quando já se ventilava a informação de que o programa Fantástico, da Rede Globo, estava em Cuiabá para fazer uma matéria, que veio a ser publicada três dias depois, sobre o esquema de grampos ilegais operados por PMs em Mato Grosso. Paulo Taques sempre afirmou que já havia pedido para sair do governo e que a proximidade das datas era mera coincidência.
 
A reportagem do Fantástico do dia 14 de maio revelou que a Polícia Militar em Mato Grosso “grampeou” de maneira irregular uma lista de pessoas que não eram investigadas por crime nenhum no Estado. A matéria destaca como vítimas a deputada estadual Janaína Riva (PMDB), o advogado José do Patrocínio e o jornalista José Marcondes, conhecido como Muvuca. Eles são apenas alguns dos “monitorados”, dentre medicos, empresários, funcionários públicos etc.
 
Os grampos foram conseguidos na modalidade “barriga de aluguel”, quando investigadores solicitam à Justiça acesso aos telefonemas de determinadas pessoas envolvidas em crimes e no meio dos nomes inserem contatos de não investigados para serem monitorados irregularmente. Fantástico voltou a trazer matéria sobre os grampos em 23 de julho, apontando informações trazidas por Mauro Zaque, ex-secretário de Segurança Pública do Estado e promotor de Justiça, autor da denúncia sobre os grampos.
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