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CRISE NO MERCADO

Getúlio Grill entra em recuperação judicial após alegar frustração com Copa do Mundo

08 Ago 2017 - 14:30

Da Redação - Paulo Victor Fanaia Teixeira

Foto: Olhar Direto

Getúlio Grill

Getúlio Grill

A Terceira Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) acatou recurso e deferiu pedido de recuperação judicial formulado pelo Restaurante Getúlio Grill, formado pelas empresas Comercial De Bebidas e Alimentos Msr Ltda. - Me e G.V. Filho Eireli – Me. O pedido havia sido negado em juízo de piso em 2016. A sentença foi proferida no último dia 04.

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As requerentes alegam que “a partir de 2013, com as dificuldades do mercado, queda de clientes, perda de consumo, aumento dos juros, redução do capital de giro, consumidores retraídos quanto a despesas no segmento de bares e restaurantes e aumento da concorrência o negócio foi perdendo a força”.

Acrescentam que “com o advento da Copa do Mundo e em especial a participação do município de Cuiabá como uma das cidades sede do evento, fez com que uma grande expectativa fosse gerada no segmento, no tocante ao movimento antes, durante e depois dos jogos, acerca do grande consumo por parte dos clientes mato-grossenses e turistas, fato este que não ocorreu conforme planejado, acarretando em despesas/custos/prejuízos”.

Somado ao fracasso da Copa, “o ano de 2015 agravou a situação econômica brasileira em geral, e com a consequente queda do movimento da casa, impactou sobremodo no faturamento da empresa, pois o que era crescimento começou a virar prejuízo, face às obrigações outrora assumidas”.

Finalizam dizendo que, diante desse contexto, os sócios chegaram à conclusão de que a recuperação judicial seria o caminho para o reerguimento financeiro e estrutural das empresas.

O pedido havia sido negado em 2016, pelo juiz Claudio Roberto Zeni Guimarães, da 1ª Vara Cível de Cuiabá. Ele considerou que as “alegações não condizem com a documentação juntada aos autos”. Segundo Claudio Zeni, a simples juntada dos documentos não é suficiente para o deferimento do seu processamento, principalmente quando constatadas incoerências entre as alegações deduzidas na inicial e os números registrados nos documentos que instruem o pedido.

O Getúlio Grill propôs apelação, a Procuradoria Geral de Justiça (PGJ) opinou pelo desprovimento do recurso, mas a Terceira Câmara de Direito Privado conheceu e deu provimento ao pedido, determinando o processamento da recuperação judicial.

No último dia 04, o juízo nomeou a advogada Fabíola Brito de Freitas para o cargo de administradora judicial.

Durante 180 dias, o Getúlio Grill isenta de qualquer ação ou execução, ao passo que deverão apresentar suas contas demonstrativas mensais enquanto perdurar a recuperação judicial. Nos próximos cinco dias, o restaurante apresentará sua lista completa de credores. Nos próximos 30 dias, também deverá apresentar um plano detalhado de recuperação.
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