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Sexta-feira, 19 de abril de 2024

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VEÍCULO LEVE

Silval antecipou R$ 498 milhões para VLT e comprou vagões a mais visando “gordura” de propina

Foto: Rogério Florentino Pereira/Olhar Direto

Silval antecipou R$ 498 milhões para VLT e comprou vagões a mais visando “gordura” de propina
O ex-governador Silval da Cunha Barbosa liberou R$ 498 milhões para o pagamento dos vagões comprados de forma antecipada pelo Consórcio VLT.  A transação poderia ser considerada uma jogada para economizar frente ao corriqueiro aumento da cotação do dólar. Ocorre que o montante estratosférico serviu, em realidade, para adquirir vagões em excesso e gerar uma certa “gordura” de propina.  
 
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As informações constam de uma representação formulada pela Polícia Federal com base em depoimentos prestado pelo ex-secretário de Casa Civil, Pedro Nadaf, e pelo próprio ex-governador, Silval da Cunha Barbosa. Ainda segundo a representação, no terceiro mês de obras, cerca de 51% dos valores determinados em contrato havia sido pago.

Tal fato evidencia que a antecipação de capitais era tida como certa e necessária para o pagamento de propinas. Além de o retorno de pagamentos ter se dado de forma antecipada, era necessário que o total do capital fosse superior ao imprescindível, para se conseguir um retorno mais fácil para o pagamento de propinas. Assim, foram adquiridos vagões em quantidade maior do que necessário.

Conforme auditoria realizada pela KPMG, empresa contratada pelo Estado de Mato Grosso para analisar a situação de eventual implantação do modal VLT, constata-se que a aquisição de material rodante se deu em montante superior ao razoável e necessário.

A compra dos 40 vagões antecedeu a finalização do contrato 35/2013/SECOPA, cujo objeto era justamente o estudo do modal VLT. Segundo a auditoria realizada pela KPMG, seria necessária a aquisição de apenas 30 vagões.

“Logo, conjuga-se não só que o capital aplicado na obra de implantação do modal VLT foi, somente no quesito material rodante, superior, como esse volume de dinheiro gasto teria que ter retorno rápido já nos primeiros meses de execução contratual, conclui a Polícia Federal.

Jogo de cronograma

Conforme relatado, o ex-secretário da Copa do Mundo, Maurício Guimarães, foi o responsável por montar um jogo de cronograma e proceder a alterações no contrato do Veículo Leve Sobre Trilho.

​Maurício Guimarães atuou para que a proposta do consórcio VLT fosse confirmada como vencedora. Ainda segundo a PF, Guimarães atuou ainda de forma a facilitar alterações ilícitas em contratos em prol das construtoras.

Operação Descarilho

As obras do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), em vias de serem retomadas com a proximidade de acordo entre Consórcio e Governo, voltaram às páginas policiais na manhã desta quarta-feira (9), com a operação Descarrilho, deflagrada pela Polícia Federal, na qual são apuradas possíveis irregularidades na escolha do modal para operar na região metropolitana de Cuiabá. Entre os alvos da operação está o ex-secretário da Secopa Maurício Guimarães, conduzido coercitivamente.

A ação apura os crimes de fraude a procedimento licitatório, associação criminosa, corrupção ativa e passiva, peculato e lavagem de capitais, em tese ocorridos durante a escolha do modal VLT e sua execução na Capital de Mato Grosso.

Foram cumpridos 18 mandados de busca e apreensão, sendo 10 em Cuiabá (MT), um em Várzea Grande (MT), um em Belo Horizonte (MG), um no Rio de Janeiro (RJ), um em Petrópolis (RJ), dois em São Paulo (SP) e dois em Curitiba (PR). 
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