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Terça-feira, 23 de abril de 2024

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MP denuncia quadrilha que matou e ocultou os corpos de dois fazendeiros, vaqueiro e advogado

Foto: Rogério Florentino Pereira/Olhar Direto

MP denuncia quadrilha que matou e ocultou os corpos de dois fazendeiros, vaqueiro e advogado
O Ministério Público do Estadode Mato Grosso denunciou uma quadrilha acusada de assassinar dois fazendeiros, um vaqueiro e um advogado no município de Planalto da Serra (260 km de Cuiabá). 

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Além dos assassinatos, eles vão responder ainda por subtração de bens e veículos pertencentes às vítimas, ocultação e destruição de cadáver, falsificação de documentos e associação criminosa. Os crimes ficaram conhecidos na região como o "Caso dos corpos carbonizados". As mortes aconteceram em maio de 2016.

Foram denunciados Mário da Silva Neto (conhecido como Neto), Rodinei Nunes Frazão (Nei/Ney/Frazão), Thiago Augusto Falcão de Oliveira, Evangelista Matias Sales (Tuta) e João Edgar da Gama.

Eles são acusados de executar os fazendeiros Tirço Bueno Prado, de 72 anos e o filho, Joneslei Bueno Prado, de 43 anos. Eles mataram ainda o vaqueiro Claudinei Pinto Maciel, 29, em 13 de maio de 2016, além do advogado Sílvio Ricardo Viana Moro, no dia 18 de maio do mesmo ano.

Os dois fazendeiros, que vieram de Apucarana (PR) compraram a Fazenda Sapopema, em Planalto da Serra, onde residiam e trabalhavam. De acordo com os autos, as vítimas tinham a intenção de vender ou arrendar o imóvel, informação que chegou até o denunciado Rodinei e a vítima Sílvio Ricardo.

Em 2015 ambos se fizeram passar por corretores informais, colocando-se a disposição para oferecer o imóvel rural, além de auxiliar no processo de regularização do imóvel, que não possuía escrituração legal.

A partir daí uma trama para matar os fazendeiros foi arquitetada pela quadrilha. O denunciado Rodinei apresentou aos dois proprietários do imóvel o denunciado Mário, como um possível comprador ou arrendatário da fazenda.

A data marcada para a "negociação" foi 9 de maio de 2016 quando pai e filho foram assassinados por Mário. Para assegurar a impunidade dos crimes, os dois pegaram pedaços de madeira e materiais inflamáveis e atearam fogo nos corpos.

Quatro dias depois (13 de maio), outro integrante da quadrilha, Thiago, a mando de Mário foi até a fazenda para terminar de ocultar qualquer vestígio dos corpos. Desta forma, os restos mortais que ainda existiam das vítimas forma colocados dentro de sacolas plásticas e jogados no Rio Mata Grande.

Nesta data, o vaqueiro de uma propriedade rural vizinha, Claudinei Pinto Maciel, chegou na fazenda Sapopema em busca de uma vaca desgarrada e, provavelmente desconfiou que algo de errado tinha acontecido no local.

Antes mesmo de passar pela porteira da fazenda, o vaqueiro foi assassinado com disparo de arma de fogo e, também, teve o corpo queimado e os restos mortais colocados dentro de um saco e jogados no rio.

"Dando seguimento às ações criminosas, o denunciado Mário, em coautoria com os demais denunciados Rodinei e Thiago, contando com o auxílio dos denunciados Evangelista e João Edgar, além de Sílvio (os quais sabiam das ocorrências anteriores) traçaram um plano para que, juntos, pudessem forjar um contrato de arrendamento da Fazenda Sapopema e, assim, portanto, tomariam posse em definitivo do referido imóvel", destaca na denúncia a promotora de Justiça Taiana Castrillon Dionello.

Entretanto, a vítima Sílvio, que até então tinha conhecimento dos assassinatos perpetrados e do plano arquitetado, mostrou-se exitoso em aceitar participar da empreitada, advertindo aos demais denunciados que acabariam sendo descobertos. A negativa de Sílvio foi o suficiente para que os demais integrantes decretassem sua sentença de morte. Sílvio foi executado a tiros e teve a cabeça decapitada a fim de dificultar a identificação do corpo, que foi ocultado em um matagal próximo da rodovia conhecida por "Estrada do Manso".

Dando continuidade à saga criminosa, a fim de legalizar a posse da fazenda, entre os dias 22 a 31 de maio de 2106, os integrantes da quadrilha confeccionaram um contrato particular falso de arrendamento do imóvel rural para a exploração agrícola e pecuária. Para conferir "ares" de autenticidade e legalidade os denunciados "fabricaram" uma assinatura dos fazendeiros a fim de poder explorar a área.

Antes disso, porém, eles levaram praticamente todos os bens da propriedade, deixando para trás apenas o gado, que eles não tiveram êxito em retirar da fazenda. Os amigos e familiares dos fazendeiros, porém, desconfiaram da ação e levaram os fatos ao conhecimento da Polícia Civil que já investigava a morte do vaqueiro e acabou descobrindo todos os assassinatos que tinham por trás a ação da quadrilha.
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