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SUPERIORES NO ESQUEMA

Parceira de delator em esquema prometeu 'ajuda de cima' para livrá-lo da prisão; MPE desconhece suspeito

21 Ago 2017 - 09:35

Da Redação - Paulo Victor Fanaia Teixeira

Foto: Rogério Florentino Pereira/OD

OPERAÇÃO CONVESCOTE

OPERAÇÃO CONVESCOTE

Em seu acordo de delação premiada, o ex-funcionário da Fundação de Apoio ao Ensino Superior Público Estadual (Faespe), Hallan Gonçalves de Freitas, revela que após sua prisão, “uma ajuda de cima” viria. A promessa teria partido de sua superior e suposta “colega” de esquema de fraudes, Jocilene Rodrigues de Assunção. Os investigadores ainda desconhecem esta figura superior. As confissões serão incluídas aos autos da “Operação Convescote”, que apura esquema de desvios e lavagem de dinheiro entre a Faespe e a Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT).

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Segundo Hallan Freitas, o receio de sua prisão se iniciou em novembro de 2016, quando sua esposa recebeu mensagem de Whatsapp de alguém que dizia possuir documentos e fotos da investigação que estaria sendo realizada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco). Passados três dias, Hallan apresentou esse diálogo para Jocilene Assunção que, tomada por medo, prometeu tomar providências, indicando-lhe, ainda, o advogado Mauricio Guimarães.

Semanas mais tarde, Guimarães e Jocilene se reuniram com Hallan e colheram dele uma procuraçãopara que providências fossem tomadas para garantir a suspensão das investigações.

Sem sucesso, Hallan foi preso por determinação da juíza Selma Arruda, da Sétima Vara Criminal, poucos dias depois. A esposa do delator procurou Jocilene, atendendo aos apelos do marido. Ela teria prometido ao casal que “uma ajuda de cima” viria para garantir a liberdade de Hallan. “Sem mencionar de quem”, acrescenta o delator.

Dias depois, Marcos José da Silva, técnico do Tribunal de Contas do Estado (TCE), suposto líder da organização criminosa, teria procurado a esposa de Hallan, oferecendo dinheiro. Ela não aceitou a oferta e gravou a conversa, que hoje constam dos autos da investigação.

Ao longo de 14 páginas de sua delação premiada, firmada com o Ministério Público Estadual (MPE), Hallan revela dados, aponta nomes, apresenta documentos e compromete-se a devolver R$ 80 mil aos cofres públicos. Por conta disto, a magistrada Selma Rosane Arruda revogou sua prisão no dia 16 agosto.
 
As investigações da “Convescote” prosseguem.

Até o momento foram denunciadas 22 pessoas:

Por crime de organização criminosa, peculato e lavagem de dinheiro em continuidade delitiva: Claúdio Roberto Borges Sassioto, Marcos Moreno Miranda, Luiz Benvenuti Castelo Branco de Oliveira, José Carias da Silva Neto , Karinny Emanuelle Campos Muzzi de Oliveira, João Paulo Silva Queiroz,Jose Antonio Pita Sassioto ,Hallan Gonçalves de Freitas, Marcos José da Silva, Jocilene Rodrigues de Assunção, Marcos Antonio de Souza e Elizabeth Aparecida Ugolini, 

Já Marcos José da Silva e Jocilene Rodrigues de Assunção além de responderem por todos os crimes acima, foram apontados no curso das investigações como os líderes da organização criminosa e também denunciados por falsidade ideológica. Já Eder Gomes de Moura responderá por corrupção ativa. 

Foram acusados pelo crime de falsidade ideológica em continuidade delitiva: Lázaro Romualdo Gonçalves de Amorim, Alison Luis Bernardi,Nerci Adriano Denardi, Márcio José da Silva, Tschales Franciel Tschá, Drieli Azeredo Ribas, Marcelo Catalano Correa, Sued Luz e Odenil Rodrigues de Almeida.
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