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Secretário de Justiça presta depoimento a delegada que investiga grampos no GCCO

22 Ago 2017 - 14:30

Da Redação - Paulo Victor Fanaia Teixeira / Da Reportagem Local - Lázaro Thor Borges

Foto: Rogério Florentino Pereira/OD

Coronel Siqueira Junior

Coronel Siqueira Junior

O coronel Aiton Benedito Siqueira Junior, secretário de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh), compareceu à sede da Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO) e prestou depoimento à delegada adjunta Ana Cristina Feldner, responsável pelas investigações do esquema de grampos em Mato Grosso.

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Siqueira Junior entrou pelos fundos da sede da GCCO por volta das 13h30 e negou-se a falar com a imprensa. Durante a oitiva, a delegada chegou a sair do prédio do GCCO e retornou para dar continuidade aos trabalhos.

O advogado Jerferson Santana, que defende Siqueira, se recusou a dar qualquer informação sobre o depoimento, alegando que tudo está sob sigilo. 

Contexto:

No dia 29 de junho, o coronel Airton Benedito Siqueira Junior registrou em cartório uma declaração na qual admite ter “grampeado” juízes em 2007 a mando do desembargador Orlando Perri, à época corregedor-geral de Justiça de Mato Grosso. A declaração foi anexada ao depoimento prestado por Siqueira no inquérito militar que investiga o suposto esquema de grampos ilegais operados nos últimos anos em MT por PMs.

Em 2007, ano em que teria ocorrido a investigação, o coronel Siqueira era major e estava lotado no Gaeco. Perri, por sua vez, era corregedor e estava investigando o desvio de dinheiro do TJ para a loja maçônica Grande Oriente. Siqueira afirma na declaração autenticada em cartório que Perri determinou interceptações telefônicas contra o desembargador José Ferreira leite juntamente com os juízes Marcelo Barros, Antônio Horácio, Irênio Lima Fernandes e Marcos Aurélio Ferreira. As decisões, de acordo com a declaração, eram todas feitas de próprio punho por Perri.
 
“Ainda foi orientado pelo desembargador Orlando Perri que todos os relatórios produzidos em razão das interceptações dos investigados deveriam ser entregues única e exclusivamente ao próprio desembargador, em mãos, e a mais ninguém”, declara Siqueira. O coronel ainda informa que interceptações chegaram a ser prorrogadas e que o material gravado, em sua maioria, era de conversas de interesse privado.

A declaração de Siqueira foi registrada em cartório em 29 de junho, quando ele prestou depoimento no inquérito militar presidido pelo coronel Jorge Catarino, que investiga os grampos em MT e pediu para anexar o documento.
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