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Quinta-feira, 28 de março de 2024

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ele é o chefe

​Janot afirma que Maggi é o líder da organização criminosa, Silval e Riva subcomandantes

Foto: Rogério Florentino Pereira/Olhar Direto

​Janot afirma que Maggi é o líder da organização criminosa, Silval e Riva subcomandantes
O procurador Geral da República, Rodrigo Janot, afirma que o ministro Blairo Maggi (PP) é o principal líder da organização criminosa que também teve o ex-governador Silval Barbosa (PMDB) e o ex-presidente da Assembleia Legislativa, José Riva, também tiveram parte de comando. A declaração está no acordo de delação premiada de Silval, homologado elo ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF).

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“Entre os agentes políticos, destaca-se a figura de Blairo Borges Maggi, o qual exercia incontestavelmente a função de liderança mais proeminente na organização criminosa, embora se possa afirmar que outros personagens tinham também sua parcela de comando no grupo, entre eles o próprio Silval Barbosa e José Geraldo Riva”, consta de trecho do termo de conclusão de Janot, na página 749 do Volume 3 da delação.

Conforme o documento, o “consórcio espúrio entre políticos e empresários tinha como objetivo obter recursos de forma ilícita para o enriquecimento ilícito de seus integrantes, para a manutenção da governabilidade e para o pagamento de dividas de campanhas políticas”.

Apesar da dificuldade de dizer quando os esquemas começaram, Janot conclui que a quadrilha operou entre 2006 e 2014. Ou seja, do segundo mandato de Blairo Maggi a fim da gestão Silval Barbosa. De acordo com o termo de conclusão de Janot, a quadrilha agia em várias frentes:

Operação ilegal de instituição financeira:  A organização frequentemente tomava empréstimos em elevadas somas com empresários do ramo de factoring e eventualmente perante empresários de outros ramos que operavam como instituições financeiras clandestinas.

Gestão fraudulenta de instituição financeira: Gestão de fraudes no Bicbanco, em esquema com conhecimento e colaboração dos gestores da empresa. Caso já foi alvo de investigações na Operação Ararath, na qual o empresário Gércio Marcelino Mendonça Júnior, o Júnior Mendonça, é o principal delator premiado.

Corrupção passiva: Por meio dos integrantes que exerciam funções como agentes políticos ou servidores públicos que solicitavam propinas, também chamado de “retorno”, de empresas beneficiadas com incentivos fiscais

Corrupção ativa: Por parte dos empresários que pagavam propinas para manter os benefícios fiscais e dos deputados estaduais para garantir “governabilidade” – apoio ao governador nas votações na Assembleia Legislativa.

Lavagem de dinheiro: Para ocultar a origem do dinheiro ilegal.

Além disso, vagas no Tribunal de Contas e eleição para Mesa Diretora na Assembleia Legislativa também teriam sido parte dos esquemas da quadrilha, entre outras fraudes.

Confira abaixo a lista de citados na delação do ex-governador:

Deputados durante gestão Silval Barbosa

Emanuel Pinheiro (PMDB), atual prefeito de Cuiabá
Luciane Bezerra (PSB), atual prefeita de Juara.
Herminio Barreto (PR),  
Ezequiel Fonseca (PP), atual deputado federal
José Domingos Fraga (PSD), atual deputado estadual
Alexandre César (PT), atual procurador de Mato Grosso.
 
Deputado na atual legislatura

Oscar Bezerra (PSB)
 
Ministros

Blairo Maggi (PP), ex-governador e atual ministro da agricultura.
 
Conselheiros do TCE

José Carlos Novelli
Sérgio Ricardo, ex-deputado estadual.
 
Ex-secretários

Eder Morais, ex-secretário de Fazenda
Pedro Nadaf, ex-secretário de Casa Civil
Cinésio Nunes, ex-secretário de Infraestrutura de Mato Grosso (Sinfra)
Silvio Cersar Correa Araujo, Ex-chefe de gabinete de Silval Barbosa
 
Governador

Pedro Taques (PSDB)

Ex-prefeito

Mauro Mendes (PSB)
 
Senadores

Wellington Fagundes (PR)
Cidinho Santos (PR)
 
Mais políticos

Luiz Antonio Pagot
Carlos Bezerra (PMDB) 
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