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Sábado, 20 de abril de 2024

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delação premiada

Silval afirma que usava propina de construtora para pagar mensalinho, campanha e dívida de antecessor

Silval afirma que usava propina de construtora para pagar mensalinho, campanha e dívida de antecessor
A delação do ex-governador Silval Barbosa aponta um esquema de propina do Governo do Estado em relação à empresa de engenharia ‘Encomind’, que já acontecia desde o governo de Maggi, e continuou após sua posse, em 2010. Segundo o delator, o Departamento de Viações e Obras Públicas (DPVOT), atual Sinfra, possuía uma dívida de cerca de R$60 milhões com a empresa, que era paga em parcelas com retorno de 45% em face do estado, por meio do então Secretário de Fazenda Eder Moraes.

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Silval explica que o acordo foi firmado entre Eder e um representante da Encomind chamado Rodolfo Aurélio Borges de Campos. Além disso, conta que parte deste retorno ia para o ‘mensalinho’, propina paga aos deputados estaduais em troca de apoio ao Governo.

O ex-governador afirma, ainda, que quando assumiu o Governo, em 2010, o esquema continuou acontecendo, e que uma parte do dinheiro recebido da Encomind também foi usado para pagar uma dívida do atual Ministro da Agricultura Blairo Maggi com o Banco Daycoval.

O pagamento era materializado em um empréstimo de uma construtora, que Silval acredita ser a Todeschini, com o banco. O dinheiro era enviado da Encomind para a Todeschini, e a Todeschini pagava o banco Daycoval.

Campanha Eleitoral

Além da dívida de Blairo Maggi e dos mensalinhos, o dinheiro da Encomind também foi usado para pagar a campanha eleitoral de 2010.

Silval conta que o dinheiro foi enviado ao então deputado federal Pedro Henry, que era, na época, presidente do Partido Progressista (PP). Ele afirma que o valor enviado foi de cerca de R$8 milhões, mas que não sabe se todo esse valor veio do pagamento dos precatórios da Encomind.

Outra parte do dinheiro foi usada para pagar uma dívida de Maggi com Junior Mendonça e Valdir Piran.

Segundo Silval, todos sabiam da origem ilícita do dinheiro. Por fim, ele se recorda que ainda no governo de Blairo, Eder Moraes pediu à Encomind que enviasse R$12 milhões para Junior Mendonça, e que este valor foi emitido com notas fiscais de combustível para a Endomind. 

Confira abaixo o posicionamento de Blairo Maggi sobre o que foi dito por Silval Barbosa: 

Deixo claro, desde já, que causa estranheza e indignação que acordos de colaboração unilaterais coloquem em dúvida a credibilidade e a imagem de figuras públicas que tenham exercido com retidão, cargos na administração pública. Mesmo assim, diante dos questionamentos, vimos a público prestar os seguintes esclarecimentos:

1. Nunca houve ação, minha ou por mim autorizada, para agir de forma ilícita dentro das ações de Governo ou para obstruir a justiça. Jamais vou aceitar qualquer ação para que haja “mudanças de versões” em depoimentos de investigados. Tenho total interesse na apuração da verdade. Qualquer afirmação contrária a isso é mentirosa, leviana e criminosa.

2. Também não houve pagamentos feitos ou autorizados por mim, ao então secretário Eder Moraes, para acobertar qualquer ato. Por não ter ocorrido isto, Silva Barbosa mentiu ao afirmar que fiz tais pagamentos em dinheiro ao Eder Moraes.

3. Repudio ainda a afirmação de que comandei ou organizei esquemas criminosos em Mato Grosso. Jamais utilizei de meios ilícitos na minha vida pública ou nas minhas empresas.

4. Sempre respeitei o papel constitucional das Instituições e como governador, pautei a relação harmônica entre os poderes sobre os pilares do respeito à coisa pública e à ética institucional.

5. Por fim, entendo ser lamentável os ataques à minha reputação, mas recebo com tranquilidade a notícia da abertura de inquérito, pois será o momento oportuno para apresentação de defesa e, assim, restabelecer a verdade, pois definitivamente acredito na Justiça.

Blairo Maggi
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