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DELAÇÃO PREMIADA

Empresa pagou R$ 1 milhão em propina a vice-governador Fávaro para quitar dívida de Geller, acusa Silval

28 Ago 2017 - 14:45

Da Redação - Paulo Victor Fanaia Teixeira

Foto: Rogério Florentino Pereira/OD

Carlos Fávaro

Carlos Fávaro

O vice-governador do Estado e presidente Estadual do PSD Carlos Fávaro não escapou da delação premiada do ex-governador Silval Barbosa. Segundo a acusação, Fávaro teria recebido dinheiro de propina da empresa Martinelli, que teria, em contrapartida, recebido incentivos fiscais do programa Prodeic. A negociata visava ajudar o ex-ministro da Agricultura Neri Geller, que estava devendo dinheiro a Fávaro e não tinha condições de honrar.

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Narra Silval que na campanha de 2010, o atual vice-governador Carlos Fávaro emprestou aproximadamente R$ 1 milhão para Neri Geller, ex-ministro da Agricultura, atual secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, para que utilizasse na campanha a deputado federal naquele ano.

Em 2011, Silval foi procurado por Geller e por Fávaro. Aquele confidenciou que ainda devia este R$ 1 milhão ao vice-governador, mas não tinha condições de honrar o compromisso. Silval apenas lamentou, não tendo como ajudar, pois já havia assumido muitas dividas.

Surgiu então uma solução: recorrer a um empresário do ramo de móveis, chamado Osvaldo Martinello, de Lucas do Rio Verde, sendo que se o colaborador concedesse incentivo fiscal para as empresas de Martinello, ele pagaria de propina essa divida que Neri tinha com Carlos Fávaro, tendo o colaborador concordado e pedido para eles procurarem o Secretario da SICME, atual SEDEC.

O governador autorizou a concessão do Prodeic a Móveis Martinello, mesmo sabendo que se tratava de empresa de comércio. Após a concessão do Prodeic, o colaborador conversou com Neri Geller e Carlos Fávaro, tendo ambos confirmado que o empresário pagou a dívida e o problema já estava resolvido.

O outro lado:

O vice-governador do Estado emitiu a seguinte nota: 

"A informação do ex-governador Silval Barbosa é falsa e caluniosa. Carlos Fávaro emprestou insumos  agrícolas para Neri Geller em sua propriedade e, em nenhum momento, essa negociação envolveu transferência de valores. A dívida foi paga somente dois anos depois, parte inclusive, com equipamentos e maquinários usados. Silval Barbosa deve ter tido conhecimento da dívida que Neri Geller possuía e faz agora mentirosas ilações para justificar sua delação, confundindo propositalmente a realidade dos fatos. É preciso que a Justiça exija provas efetivas e proteja cidadãos  que cumprem a lei".

Nerri Geller, por sua vez, confirmou a versão de Fávaro e diz que a dívida se tratava de empréstimo de fertilizantes, quantia que foi quitada com uma colheitadeira. Ele diz não saber porque Silval inventou esta história sobre ele, e se diz "triste e chateado" pelo que tem visto na imprensa contra ele.  

A empresa Móveis Martinello prometeu manifestar-se ainda nesta tarde. 
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