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Silval usou propinas do 'MT Integrado' para comprar fazenda de R$ 18 milhões com José Riva

29 Ago 2017 - 14:30

Da Redação - Paulo Victor Fanaia Teixeira

Foto: Reprodução

Silval e Riva

Silval e Riva

O ex-governador do Estado Silval da Cunha Barbosa narra em sua delação premiada que negociou com o ex-deputado José Geraldo Riva a compra de uma fazenda aviada em R$ 18 milhões no município de Colniza, denominada “Fazenda Bauru”. O delator pagou apenas R$ 4,5 milhões neste contrato, pois a compra não foi para frente. Admite, entretanto, que o recurso fora oriundo de propinas do programa “MT Integrado”.

Na narrativa, Silval envolve ainda o ex-secretário-adjunto de Transporte e Pavimentação Urbana, Valdísio Juliano Viriato, preso em fevereiro deste ano na quinta fase da “Operação Sodoma”. Viriato, segundo a Polícia Civil, ostenta em Santa Catarina três apartamentos de luxo e duas empresas abertas em seu nome, padrão de vida incompatível com o cargo público que assumia.

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Narra o ex-governador que, entre 2011 e 2012, fechou parceria com o ex-deputado José Riva para compra de uma fazenda na cidade de Colniza avaliada em R$ 18 milhões, denominada “Fazenda Bauru”. O acordo seria de cada parte ficar com 50% da área.

O contrário fora elaborado em nome de terceiros. Riva, usou de sua empresa, a “Floresta Viva”, e Silval, colocou o primo de seu cunhado, Eduardo Pacheco. Isto porque, segundo o delator, a venda da terra lhe renderia ajuda, posteriormente.

A divisão, entretanto, não foi para frente. Eduardo Pacheco se arrependeu da ideia e, em cartório, registrou decisão unilateral de retirar seu nome do contrato. Diante disto, Silval combinou que Riva ficasse, por meio da empresa “Floresta Viva”, com 100% da “Fazenda Bauru”.

A posse da terra sequer foi transferida, pois o pagamento de R$ 18 milhões não fora quitado. Das quatro parcelas de R$ 4,5 milhões combinadas, apenas duas foram pagas, uma por Silval, uma por Riva, deixando o restante em aberto e a propriedade segue no nome da antiga proprietária.

A parte de Silval no contrato foi paga com dinheiro de propinas do programa MT Integrado, captadas por meio do ex-secretário-adjunto da Secretaria de Estado de Transporte e Pavimentação Urbana, Valdísio Juliano Viriato. Ele foi preso na quinta fase da “Operação Sodoma”, no dia 15 de fevereiro deste ano.

Segundo a inteligência da Polícia Judiciária Civil de Mato Grosso, Valdísio Viriato mantém em Balneário Camboriú (SC) um alto padrão de vida, bastante incompatível com o salário que recebia na condição de secretário adjunto em Mato Grosso, o que aumenta, ainda mais, a suspeita que esteja manipulando recursos obtidos de forma ilegal neste Estado.

O empresário é apontado como dono das empresas KV Energia LTDA, BVPX Automotiva LTDA, BVPX Camboriú LTDA e Emavi Investimentos e Participações S.A.. Além disto, também seria o proprietário de três apartamentos de luxo, próximo a praia, no Centro de Balneário Camboriú (SC).
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