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CONEXÃO LAVA JATO

Delator da JBS Wesley Batista pagou cerca de R$ 14 milhões em propina por incentivos fiscais em MT, diz Silval

30 Ago 2017 - 08:20

Da Redação - Paulo Victor Fanaia Teixeira

Foto: Reprodução

Wesley Batista, JBS

Wesley Batista, JBS

O delator premiado da “Operação Lava Jato”, Wesley Batista, presidente-executivo do Grupo JBS (Friboi), também marcou presença na colaboração do ex-governador Silval Barbosa. Segundo a delação, o frigorífico aceitou pagar cerca de R$ 14 milhões em propinas para a organização criminosa do Estado, em troca de benefícios fiscais. Parte do combinado, cerca de R$ 8 milhões, ficaram restando. Acompanhe a narrativa:

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Narra Silval Barbosa que para pagar parte da dívida de R$ 40 milhões que o ministro Blairo Maggi deixara com Valdir Piran, recorreu, em dezembro de 2010, a um empréstimo de R$ 7 milhões junto a Francisco Carlos Ferres, "Chico Badotti" e Valcir José Piran, vulgo "Kuki". “Estava recebendo muita pressão de Valdir Piran e seus juros eram altos, por volta de 4,5% ao mês”.

No ano de 2011, se reuniu Wesley Batista, presidente do Grupo JBS. Na ocasião, o colaborador se recorda de ter pedido ajuda a Wesley para “quitar dívidas da campanha eleitoral”. O empresário concordou desde que fossem concedidos benefícios fiscais no Estado.

A Secretária Estadual de Fazenda, a mando do governador, realizou estudos de viabilidade de concessão de incentivos para a JBS em Mato Grosso. Naquele mesmo ano, o frigorífico os recebeu. “A partir dali começaram os retornos das propinas, cabendo a Pedro Nadaf, ex-secretário da Casa Civil, acompanhar os recebimentos”, narra Silval.

Foram estas propinas da JBS que quitaram com os dois sócios o empréstimo de R$ 7 milhões, com 2% de juros ao mês, perfazendo, em 2012, a quantia de cerca de R$ 10 milhões. O dinheiro sequer passou pelas mãos do governador, já ia das contas do frigorífico para as de Badoti e Kuki. Entretanto, o delator se recorda que parte dessas propinas da JBS vieram através da empresa TRIMEC, pertencente a Wanderley Faccheti Torres.

“Pedro Nadaf era a pessoa responsável por coordenar essa operação com Wanderley. Pedro Nadaf combinou com Wesley Batista, também, receber R$ 4 milhões de reais em dinheiro na cidade do Rio de Janeiro, sendo que esse pagamento ocorreu em 2015”, narra Silval. Para tal missão na terra do Cristo, Silval escalou Francisco Gomes de Andrade Lima Filho, "Chico Lima", procurador do Estado hoje aposentado.

Lima pegou tal montante no Rio, recebendo uma comissão no valor de R$ 250 mil, sendo que desse dinheiro o colaborador entregou R$ 800 mil reais para Dalmi Fernandes Defanti, proprietário da gráfica Print para pagar despesas de campanha de 2014. Ainda, R$ 100 mil a organização criminosa repassou para o posto de propriedade do Irmão do colaborador (Auto Posto Matupá), para quitar uma dívida de fornecimento de diesel.

Parte desse valor, aproximadamente R$ 1.100.000,00, o colaborador utilizou para pagamento de várias despesas, sendo que o restante Pedro Nadaf foi até o Rio de Janeiro e pegou com Chico Lima, ficando com parte e usando o restante para pagamento de despesas.

A JBS ficou ainda devendo R$ 8 milhões de reais de propina que não foram pagos.
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