Olhar Jurídico

Quinta-feira, 28 de março de 2024

Notícias | Criminal

OPERAÇÃO MALEBOLGE

Fux autoriza apreensão de dinheiro de Maggi sob suspeita de ser 'produto de lavagem'

14 Set 2017 - 09:42

Da Reportagem Local - Paulo Victor Fanaia Teixeira

Foto: Rogério Florentino Pereira/Olhar Direto

Blairo Maggi

Blairo Maggi

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luiz Fux autorizou que R$ 30 mil sejam apreendidos nas sedes e residências do ministro da Agricultura, Pecuária e AbastecimentoBlairo Maggi, durante a “Operação Malebolge”, deflagrada na manhã desta quinta-feira (14). “Valores que suscitem suspeita de constituírem produto de lavagem de dinheiro”, acrescentou o magistrado. A informação consta do pedido de busca e apreensão assinado pelo ministro no último dia 06, a pedido da Procuradoria Geral da República (PGR).

Leia mais:
Gabinetes de deputados, casa de Emanuel Pinheiro e ministro são alvos em Operação da PF

“Fica autorizada a apreensão de documentos de qualquer natureza e livros contábeis, formais ou informais, recibos, agendas, ordens de pagamento e quaisquer outros elementos de prova relacionados aos ilícitos narrados nesta manifestação, notadamente aqueles que digam respeito à manutenção e movimentação de contas bancárias no Brasil e no exterior, em nome próprio ou de terceiros”, afirma o ministro Luiz Fux. Mas isso não basta.

“Poderão, ainda, ser apreendidos valores em espécie, em moeda nacional ou estrangeira, que totalizem valor igual ou superior a R$ 30.000,00, bem como outros objetos relacionados aos fatos, que suscitem suspeita de constituírem produto de lavagem de dinheiro”, afirma o ministro Luiz Fux.

A autorização expressa é dada aos policiais federais e agentes do Ministério Público Federal (MPF) responsável pela condução da operação nesta quinta-feira. Ao todo, 270 agentes federais cumprem ordens de busca e apreensão em 64 endereços em dois estados e na capital federal. Em Mato Grosso, diligências estão sendo cumpridas em nove municípios: Cuiabá, Rondonópolis, Primavera do Leste, Araputanga, Pontes e Lacerda, Tangará da Serra, Juara, Sorriso e Sinop.

Contra Blairo Maggi, são cumpridas diligências nos seguintes endereços: residencia em Rondonópolis; endereço residencial em Brasília (residência funcional); endereço comercial: sala ocupada por Blairo Maggi para exercer suas atividades profissionais na AMAGGI, Bairro Alvorada, Cuiabá.

Suspeitas contra Maggi:

Trata-se de pedido de busca e apreensão, formulado pelo Procurador-Geral da República em conexão com inquérito voltado à obtenção de provas em face dos investigados Blairo Borges Maggi, José Aparecido dos Santos, Gustavo Adolfo Capilé de Oliveira, Marcelo Avalone, Carlos Avalone Júnior e Carlos Eduardo Avalone. Narra o MPF que os Requeridos são suspeitos da prática de crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa, além de sustentar que “entre 2014 e 2017, Blairo Borges Maggi, valendo-se de interpostas pessoas, a exemplo de Gustavo Adolfo Capilé e José Aparecido dos Santos, vem praticando atos que caracterizam obstrução de investigação criminal no bojo da Operação Ararath, a fim de que não fossem produzidas provas em seu desfavor referentes aos crimes imputados acima”.

Segunda Suspeita: de que em novembro de 2013, depois do cumprimento de mandados de busca e apreensão expedidos na 1ª fase da operação Ararath, que teria resultado na “apreensão de diversos títulos e documentos que implicavam direta e indiretamente Blairo Maggi”, os envolvidos Eder de Moraes Dias e Eumar Novacki teriam agido, em nome daquele, para “unificar as linhas de defesa” e, ainda, solicitar ao colaborador Gércio Marcelino Mendonça Junior que “não mencionasse nada a respeito da pessoa de Blairo Maggi em seus depoimentos, com o objetivo claro de blindá-lo de quaisquer acusações”.

Terceira Suspeita: Blairo Maggi teria sidoresponsável por, junto à Silval Barbosa, negociar com o ex-secretário Eder Moraes Dias, o pagamento de R$ 6 milhões para que mudasse seu depoimento  ao Ministério Público de Mato Grosso (MP-MT) quanto à possível compra de vaga no Tribunal de contas do Estado (TCE). 

Quarta e Última Suspeita: atuação, em tese, de Blairo Maggi para oferecimento de vantagem indevida a Silval Barbosa, em seguida à prisão deste no Centro de Custódia da Capital, no âmbito da Operação Ararath, e das subsequentes tratativas noticiadas de que seria por ele assinado acordo de colaboração premiada com o Ministério Público Federal.  

Delação de Silval:

Ainda, em delação premiada, o ex-governador de Mato Grosso, Silval Barbosa (PMDB) acusou Maggi de integrar um esquema de corrupção. Maggi nega qualquer atuação em esquemas criminosos.

O outro lado:

A reportagem do Olhar Direto conversou rapidamente com o ministro Blairo Maggi. Ele disse ainda não saber do que se trata a denúncia e que irá se posicionar, ainda hoje, através de nota.

NOTA DE ESCLARECIMENTO

Sobre a operação realizada pela Polícia Federal nesta quinta-feira (14), esclarecemos que:

1. Nunca houve ação, minha ou por mim autorizada, para agir de forma ilícita dentro das ações de Governo ou para obstruir a justiça. Jamais vou aceitar qualquer ação para que haja "mudanças de versões" em depoimentos de investigados. Tenho total interesse na apuração da verdade. 

2. Ratifico ainda que não houve pagamentos feitos ou autorizados por mim, ao então secretário Eder Moraes, para acobertar qualquer ato, conforme aponta de forma mentirosa o ex-governador Silval Barbosa em sua delação.

3. Jamais utilizei de meios ilícitos na minha vida pública ou nas minhas empresas. Sempre respeitei o papel constitucional das Instituições e como governador, pautei a relação harmônica entre os poderes sobre os pilares do respeito à coisa pública e à ética institucional. 

4. Por fim, ressalto que respeito o papel da Justiça no cumprimento do seu dever de investigação, mas deixo claro que usarei de todos os meios legais necessários para me defender e reestabelecer a verdade dos fatos. 

Blairo Maggi
Entre em nossa comunidade do WhatsApp e receba notícias em tempo real, clique aqui

Assine nossa conta no YouTube, clique aqui

Comentários no Facebook

Sitevip Internet