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Veja lista de conselheiros e deputados alvos da Malebolge e o que Silval diz sobre cada um deles

14 Set 2017 - 16:00

Da Redação - Paulo Victor Fanaia Teixeira

Foto: Rogério Florentino/OlharDireto

Antônio Joaquim, conselheiro da TCE

Antônio Joaquim, conselheiro da TCE

Foi tudo para o ventilador: Ondanir Bortolini “Nininho” (PSD), José Domingos Fraga (PSD), Baiano Filho (PSDB), Wagner Ramos (PSD), Gilmar Fabris (PSD), Silvano Amaral (PSD), Oscar Bezerra (PSB) e Romoaldo Filho (PMDB). Esta é a lista (por enquanto) dos deputados Estaduais alvos da 12ª fase da “Operação Ararath”, denominada “Malebolge”, deflagrada no raiar do sol desta quinta-feira (14). A operação foi além e fez um limpa no Tribunal de Contas do Estado (TCE).

A devassa promovida na data de hoje é resultado da colaboração premiada “monstruosa” do ex-governador do Estado Silval da Cunha Barbosa. Poucos sobraram. As diligências conduzidas pela Polícia Federal (PF) e pelos agentes do Ministério Público Federal (MPF) foram autorizadas pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luiz Fux.

Confira abaixo o que Silval Barbosa diz sobre cada um dos envolvidos na operação de hoje:

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Ondanir Bortolini, “Nininho”
Propina no pedágio


O deputado estadual Ondanir Bortolini (PSD), o “Nininho”, pagou R$ 7 milhões a título de propina durante concessão da rodovia estadual MT-130, conforme a delação de Silval Barbosa. A negociação ilegal aconteceu em 2011, quando Nininho e o empresário Eloi Bruneta foram  procurar o governador para viabilizar contrato de concessão e instalação de pedágio na MT-130 com a sociedade empresarial Morro da Mesa Concessionária.

José Domingos Fraga
Na caixa de papelão


O deputado José Domingos Fraga (PSD) aparece em um dos vídeos entregues por Silval, contando dinheiro e colocando as notas em uma caixa de papelão. Nas imagens, Zé Domingos discute com o deputado federal Ezequiel Fonseca (PP) a forma mais eficiente de guardar propina. Eles chegam a pensar na hipótese de esconder os bolos de dinheiro na meia.

Baiano Filho
"Esse povo não cumpre com o que fala?”


O deputado Baiano Filho (PSDB) foi um dos parlamentares que protagonizou os vídeos entregues por Silval Barbosa, como parte das provas do que foi delatado. Nas imagens, embora não apareça com dinheiro em mãos, o deputado reclama por não receber o pagamento de R$ 1,8 milhão, que segundo ele teria sido prometido pelo “presidente”.

“O presidente prometeu. Que tinha arrumado R$ 1,8 milhão. Dou conta não, cara. Eu preciso!”, diz o deputado ao então chefe de gabinete de Silval, Silvio Corrêa, que responde: “Eu sei, mas não tem como”. “Mas ele falou lá ontem, pô. Esse povo não, não cumpre com o que fala?”, questiona Baiano Filho.

Wagner Ramos
Propina para aliviar na CPI


O deputado estadual Wagner Ramos (PSD) aparece negociando valor de propina com Rodrigo Barbosa, filho do ex-governador Silval Barbosa (PMDB), para os membros da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Copa do Mundo, Oscar Bezerra (PSB), Silvano Amaral (PMDB), Mauro Savi (PSB) e Dilmar Dal’Bosco (DEM).

A gravação ocorre no escritório de Rodrigo e foi divulgada pelo jornal Estado de São Paulo, o “Estadão”. De acordo com a delação premiada de Silval Barbosa, o pagamento serviria para os deputados “aliviarem” para o ex-governador nas investigações.

Silvano Amaral
Extorsão no CCC


Silvano Amaral (PMDB), que segundo Silval Barbosa chegou a visitá-lo no Centro de Custódia da Capital (CCC) no final de 2015, teria tentado extorqui-lo para aprovar as contas do seu último ano de governo a frente do Palácio Paiaguás. 

Oscar Bezerra
Propinas no Supemercado


O deputado estadual Oscar Bezerra (PSB) foi acusado de cobrar R$ 15 milhões em propina para não responsabilizar o peemedebista pelos problemas descobertos pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Obras da Copa.

De acordo com a delação, em 2015, quando a CPI presidida por Oscar foi criada, o ex-prefeito de Nobres, Devair Valim, procurou Silval em nome do deputado estadual para fazer o primeiro contato. Na ocasião foi aventado o valor de R$ 15 milhões. Em outra ocasião, Silval e Oscar teriam se encontrado pessoalmente no estacionamento de um supermercado para finalizar as tratativas.

Nesse encontro, ambos teriam fechado um acordo no valor de R$ 10 milhões. Oscar então teria passado uma conta de uma factoring, na qual Silval chegou a fazer um depósito de R$ 200 mil. Contudo, pouco depois o ex-governador foi preso e não conseguiu continuar os pagamentos.

Romoaldo Júnior (PMDB)
Propinas da iluminação da Arena


Na delação, Silval disse que Romoaldo Junior (PMDB) recebeu propina da Canal Livre Comércios e Serviços, empresa responsável pela iluminação da Arena Pantanal. Parte do dinheiro, cerca de R$ 200 mil a R$ 300 mil, era repassado pelo deputado ao ex-governador. De acordo com Silval, o dinheiro seria usado para pagar dívidas e bancar campanhas eleitorais.

Romoaldo, que foi líder do governo Silval e presidente da Assembleia Legislativa, aparece inúmeras vezes na delação do ex-governador e, além de ter sido supostamente beneficiado pelos esquemas fraudulentos, teria intermediado reuniões entre Silval e outros políticos.

Gilmar Fabris
"Por que só um pedaço?"


Gilmar Fabris (PSD), segundo Silval, também é um dos deputados que teria cobrado propina em troca de apoio à sua gestão. O parlamentar aparece em um dos vídeos entregues pelo ex-governador à Procuradoria-Geral da República questionando o valor da suposta propina. "Só um pedaço?"

Nas imagens, ele argumenta com Silvio Cezar Corrêa, que era responsável pelo pagamento de propina e outras vantagens indevidas a políticos, sobre os R$ 100 mil que seriam pagos a ele.

Tribunal de Contas do Estado (TCE)
Sem propina, sem obra / propina atrasada, obra parada

Compõe o bloco do TCE os conselheiros Antônio Joaquim, José Carlos Novelli, Valter Albano, Sérgio Ricardo e Valdir Teis. Segundo a delação do ex-governador Silval, eles conduziram um esquema de propinas que arrecadou nada menos que R$ 53 milhões.
 
Novelli teria procurado Silval em 2012 exigindo 36 notas promissórias pagas por meio de contratos do Executivo com a empresa Gendoc, que apresentou naquele ano um aumento de 111% no valor dos recursos obtidos em serviços prestados ao Governo de Mato Grosso. O restante da propina, segundo o delator, ficou combinado de ser repassado junto ao duodécimo, por meio de suplementação orçamentária ao TCE.

Silval detalhou que em 2012 o conselheiro Sérgio Ricardo parou as obras do MT Integrado após um atraso no pagamento de propina. A situação foi “sanada” em um Termo de Ajustamento de Gestão assinado em abril de 2013. Dentre as justificativas de Sérgio Ricardo para frear o programa de asfaltamento estava “falta de transparência”.
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