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Sexta-feira, 29 de março de 2024

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Malebolge

TJ aguarda desmembramento após operação: “primeiro lança a tarrafa, depois separa os peixes”

Foto: Rogério Florentino Pereira/Olhar Direto

Orlando Perri

Orlando Perri

O desembargador Orlando Perri, do Tribunal de Justiça de Mato Grosso, destacou nesta quinta-feira (14) que a Operação Malebolge deve ser desmembrada nos próximos dias deixando sua alçada exclusiva do Supremo Tribunal de Justiça.
 
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“Primeiro lança a tarrafa, depois separa os peixes”, comentou o magistrado durante sessão do Pleno.
 
Conforme Perri, houve supressão temporária de instância. Pessoas sem foro privilegiado foram arroladas em pedidos de busca e apreensões decididos pelo Supremo. A situação ocorreu pelo envolvimento primário de personalidades como o ministro Blairo Maggi e o deputado federal Ezequiel Fonseca.
 
Assim que provas forem produzidas e as investigações se aprofundarem, os nomes serão encaminhados para as instâncias corretas. “Certamente vamos ver essa operação ser desmembrada para outros juízos”, complementou Perri.

Malebolge

A pedido da Procuradoria-Geral da República, o Supremo Tribunal Federal (STF) autorizou a realização de mandados de busca e apreensão, nesta quinta-feira (14), em 65 locais, entre endereços pessoais e profissionais de investigados no inquérito relativo à Operação Ararath.
 
O cumprimento dos mandados pela Polícia Federal foi acompanhado por 16 membros do Ministério Público Federal. 

Ainda foi autorizado pelo STF o afastamento cautelar de cinco conselheiros do Tribunal de Contas do Mato Grosso (TCE/MT): José Carlos Novelli, Waldir Júlio Teis, Antônio Joaquim Moraes Rodrigues Neto, Walter Albano da Silva e Sérgio Ricardo de Almeida.

O inquérito judicial investiga prática de crimes de corrupção, lavagem de dinheiro, organização criminosa, gestão fraudulenta de instituição financeira, crimes contra a ordem tributária. Apura ainda a prática de obstrução de investigação criminal, que consistiu em pagar colaborador para mudar versão de depoimentos e pagar investigado para não celebrar acordo de colaboração.
 
Entre os investigados estão o ministro da Agricultura, Blairo Maggi (PP), deputados estaduais, empresários e conselheiros do TCE/MT.

O esquema foi descoberto no curso das investigações da Operação Ararath, a partir da apreensão de diversos documentos e depoimentos prestados por colaboradores, entre os quais está o ex-governador do Mato Grosso Silval Barbosa.
 
A organização criminosa instalou-se no alto escalão do estado de Mato Grosso e funcionou especialmente entre 2006 e 2014. 


Malebolge – o oitavo círculo do Inferno de Dante – destinam-se a reforçar conjunto probatório acerca de pagamento de propina a membros do Poder Legislativo Estadual (“mensalinho”), com o objetivo de que sustentassem a governabilidade do Executivo, aprovando projetos do então governador Silval Barbosa ou se abstendo de investigar membros da cúpula do governo estadual.
 
Membros do TCE/MT investigados condicionaram a continuidade de obras para a Copa do Mundo ao pagamento de R$ 53 milhões a ser dividido entre eles.
 
As buscas também visam apurar outros fatos acerca do pagamento de propina referente ao programa MT Integrado, que consistia em um conjunto de obras estruturais orçadas em mais de R$ 1,5 bilhão.
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