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Terça-feira, 23 de abril de 2024

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GRAMPOS

Delegado que cumpriu mandado contra secretário de Segurança não é investigado por grampos

Foto: Rogério Florentino Pereira/Olhar Direto

Delegado que cumpriu mandado contra secretário de Segurança não é investigado por grampos
A juíza Selma Rosane Arruda, da Sétima Vara Criminal de Cuiabá, não expediu determinação para que o delegado Flavio Stringuetta fosse investigado no caso dos grampos. O desmentido partiu da própria magistrada, em entrevista ao Olhar Jurídico.
 
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“Eu não mandei investigar, até porque a minha Vara não tem competência para isso”, afirmou a juíza.
 
Na noite da última quarta-feira (20), após buscas, afastamento e instalação de tornozeleira eletrônica em face secretário de Segurança Rogers Jarbas, o governador Pedro Taques, visivelmente contrariado, questionou a participação de Stringuetta no cumprimento das ordens.
 
“Como pode alguém investigado por grampo, por determinação da juíza Selma [Arruda], cumprir mandado de prisão por grampo? Esse é o primeiro ponto. E por que querem afastar a doutora Selma, por que querem anular determinadas operações em razão dos grampos? A imprensa investigativa tem que se dar conta disso”, questionou o governador.
 
O envolvimento de Flávio Stringueta com a Sétima Vara data da época que o mesmo comandava a Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO) e requereu a interceptação de números telefônicos envolvidos em crimes do Primeiro Comando da Capital (PCC) e o Comando Vermelho. Os atos contavam nos autos das operações Forti e Querubim.
 
No interior do requerimento constavam números sem nenhuma relação com essa investigação, na modalidade “barriga de aluguel”. Porém, não foi constatado a intenção ou a participação de Stringueta em inserir os referidos telefones.
 
O ato praticado pela magistrada Selma Arruda foi apenas comunicar à Corregedora-Geral do Tribunal de Justiça de Mato Grosso sobre as irregularidades nas operações.

Afastamento de Jarbas

Os pedidos de afastamento e instalação de tornozeleira foram apresentados por Ana Cristina Feldner, autoridade policial responsável pela condução das investigações no Inquérito Policial sobre os grampos.

Parecer do Ministério Público foi contra o requerimento. Porém, Perri escolheu por considerar substâncias colhidas no inquérito. Conforme os autos, Rogers vem cometendo diversas ilicitudes para barrar as investigações.

O secretário afastado mandou investigar por conta própria conduta da delegada de polícia Alana Derlene Sousa Cardoso, que, em tese, teve envolvimento em suposto grampo ilegal. Rogers Jarbas tentou investigar ainda o seu antecessor, o promotor de Justiça Mauro Zaque de Jesus.
 
O secretário de Segurança afastado também teria, conforme os autos, repassado documentos sigilosos do inquérito policial ao governador Pedro Taques e ao ex-secretário de Casa Civil, Paulo Taques.

Grampos

Reportagem do programa "Fantástico", da Rede Globo, revelou na noite de 14 de maio que a Polícia Militar em Mato Grosso “grampeou” de maneira irregular uma lista de pessoas que não eram investigadas por crime.
 
A matéria destacou como vítimas a deputada estadual Janaína Riva (PMDB), o advogado José do Patrocínio e o jornalista José Marcondes, conhecido como Muvuca. Eles são apenas alguns dos “monitorados”.

O esquema de “arapongagem” já havia vazado na imprensa local após o início da apuração de Fantástico.
  
Barriga de aluguel
 
Os grampos foram conseguidos na modalidade “barriga de aluguel”, quando investigadores solicitam à Justiça acesso aos telefonemas de determinadas pessoas envolvidas em crimes e no meio dos nomes inserem contatos de não investigados.

Neste caso específico, as vítimas foram inseridas em uma apuração sobre tráfico de drogas.
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