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Sexta-feira, 19 de abril de 2024

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GRAMPOS

Associação de juízes critica reação de Taques contra Perri: "não nos intimidaremos”

Foto: Rogério Florentino Pereira/Olhar Direto

Associação de juízes critica reação de Taques contra Perri:
A Associação Mato-Grossense dos magistrados (AMAM) manifestou, nesta quarta-feira (21), apoio ao desembargador Orlando Perri, responsável por afastar o secretário de Segurança Rogers Jarbas. O Juiz José Arimatéa Neves, presidente da instituição, afirmou: “não somos idiotas e não nos intimidaremos”. O posicionamento foi estabelecido por meio de nota oficial e tem relação direta com o governador Pedro Taques. 

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Na noite da última quarta-feira (21), o chefe do Poder Executivo mostrou-se contrariado com as decisões contra o mandatário da Sesp e disparou uma séria de acusações a Orlando Perri. "O pior criminoso é o magistrado que abusa do poder para tomar decisões parciais", chegou a afirmar.
 
Taques convocou entrevista coletiva para se posicionar frente ao que classificou como decisão “esdrúxula”. O governador prometeu acionar Perri no Conselho Nacional de Justiça (CNJ). 
 
Não tardou para que a AMAM defendesse um de seus membros.  
 
“Num sistema indissociável a um Estado Democrático de Direito, que como tal possa ser minimamente considera, as  isntituições devem exercer suas atribuições constitucionais e legais nos limites de sai competência, não se admitindo, absolutamente, que devaneios tolos de quem quer que seja possam interferir nessa divisão republicana de atribuições”, salienta a nota.
 
José Arimatéa segue com sua crítica incisiva.  "Nós magistrados Mato-grossenses lamentamos e ficamos estarrecidos quando alguém vem a público classificar como ‘pseudas’ as investigações criminosas sobre interceptações telefônicas ilegais realizadas por Agentes Público, as quais instauradas rigorosamente com base na Lei Processual Penal”.
 
Os pedidos de afastamento e instalação de tornozeleira foram apresentados por Ana Cristina Feldner, autoridade policial responsável pela condução das investigações no Inquérito Policial sobre os grampos.

Parecer do Ministério Público foi contra o requerimento. Porém, Perri escolheu por considerar substâncias colhidas no inquérito. Conforme os autos, Rogers vem cometendo diversas ilicitudes para barrar as investigações.

O secretário afastado mandou investigar por conta própria conduta da delegada de polícia Alana Derlene Sousa Cardoso, que, em tese, teve envolvimento em suposto grampo ilegal. Rogers Jarbas tentou investigar ainda o seu antecessor, o promotor de Justiça Mauro Zaque de Jesus.
 
O secretário de Segurança afastado também teria, conforme os autos, repassado documentos sigilosos do inquérito policial ao governador Pedro Taques e ao ex-secretário de Casa Civil, Paulo Taques.
 
A nota da Associação dos magistrados critica ainda a “apresentação” de Jarbas junto com 40 delegados, na sede do Tribunal de Justiça de Mato Grosso, onde se reuniu com a vice-presidente do Poder em MT, a desembargadora Marilsen Andrade Addario, antes de cumprir a decisão do desembargador Orlando Perri.
 
“O judiciário é um Poder desarmado, suas ferramentas são unicamente a Constituição e as leis do país, mas não nos permitimos o acovardamento diante das provocações que nos chegam diuturnamente, razão porque igualmente lamentamos e ficamos estarrecidos que um Agente Público da área de segurança pública, investigado em procedimento criminal, tenha o desplante de se dirigir em procissão, acompanhado de outros Agentes Públicos, ao Tribunal de todos os cidadãos mato-grossenses, numa clara atitude de afronta”.
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