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Operação Malebolge

PGR inicia perícia em gravação de Alan Zanatta; arquivo poderá anular delação de Silval

26 Set 2017 - 10:00

Da Redação - Paulo Victor Fanaia Teixeira

Foto: Reprodução

Procuradora-Geral Raquel Dodge

Procuradora-Geral Raquel Dodge

A Procuradoria-Geral da República (PGR) está periciando a gravação de áudio feita pelo ex-secretário de Indústria e Comércio do Estado Alan Zanatta que poderá anular as delações premiadas do ex-governador Silval Barbosa e de seu ex-chefe de gabinete Silvio César Corrêa Araújo. Caberão aos peritos do Ministério Público Federal (MPF) detectar sinais de edição e corte nas gravações. A perícia foi determinada no último dia 21 pela nova procuradora-geral Raquel Dodge.

O áudio, que dura 1 hora e 24 minutos, contém supostas confissões de Silvio César que contradizem o que fora relatado nos acordos de colaboração firmados com a PGR e homologados pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luiz Fux.

A Polícia Federal (PF) também irá periciar o áudio, apreendido na casa do prefeito de Cuiabá Emanuel Pinheiro (PMDB).

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A gravação foi feita ocultamente por Alan Zanatta, no último dia 28 de agosto, após Sílvio César supostamente ter insistido muito para um encontro, para pedir ajuda financeira.

Para assegurar sua veracidade, o áudio ainda será analisado pela Polícia Federal. Existem entendimentos jurídicos de que sua autenticidade colocaria em risco as delações de Silval Barbosa e Silvio Corrêa, o que culminaria com o retorno de ambos ao Centro de Custódia de Cuiabá (CCC).

O arquivo de áudio foi apreendido na casa do prefeito Emanuel Pinheiro (PMDB), durante a deflagração da “Operação Malebolge”, que marcou a 12ª fase da Ararath. Além deste, todos os outros arquivos de áudio e vídeo apreendidos estão sendo periciados pela PGR.

Em determinado momento do áudio, o ex-chefe de gabinete afirma a Alan Zanatta que não fizera qualquer doação de dinheiro, em 2014, para a campanha do governador José Pedro Taques (PSDB), ao contrário do que fora afirmado por ele e pelo ex-governador à PGR.

Conforme o áudio, o valor que Silvio César devolverá aos cofres públicos, cerca de R$ 500 mil, como parte do açodo de delação, será bancado por Silval Barbosa, diferentemente do que consta no acordo.
 
Em outro trecho, o delator assume ser dono de um garimpo. "O momento é complicado para todo mundo; mas, também acho que ele não tem essa mobilidade que ele tinha antigamente. Mas pelo menos estou com um garimpo, né?", afirma.

Ainda, que em seu acordo apenas disse “coisas que quis”.

Em relação ao prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (PMDB), o delator afirma que sua gravação colocando maços de dinheiro no paletó foi feita em contexto diferente e que foi incluído na delação para as denúncias ganharem visibilidade.

O (possível) pivô da anulação:

Alan Zanatta foi secretário de Indústria e Comércio, por indicação do então deputado estadual e atual prefeito Emanuel Pinheiro (PMDB), de Cuiabá, durante mais de dois últimos anos da gestão Silval, possivelmente por temer ser gravado, resolveu se antecipar e gravar a conversa de 84 minutos como o ex-homem forte do governo anterior.
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