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Quinta-feira, 28 de março de 2024

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Grampos

Samira e esposa de Lesco 'visitaram' PM ameaçado há dois domingos; advogada teve condução coercitiva negada

Foto: Reprodução

Samira e esposa de Lesco 'visitaram' PM ameaçado há dois domingos; advogada teve condução coercitiva negada
A advogada Samira Martins, ex-esposa do governador Pedro Taques (PSDB), teve mandados de busca e apreensão e condução coercitivas negados pelo desembargador Orlando Perri, do Tribunal de Justiça (TJ). O magistrado entendeu que ainda não há indícios de que ela faça parte da organização criminosa, acusada de praticar grampos ilegais em Mato Grosso. Porém, ressalta que ela foi, junto com Helen Christy Carvalho Dias Lesco, esposa do Cel Evandro Alexandre Ferraz Lesco, até a casa do tenente-coronel, José Henrique Costa Soares, que estaria sendo ameaçado, há dois domingos (17/09).

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Conforme o desembargador, não ficou evidenciada de modo iniludível a participação da advogada Samira Martins no caso e não há elementos suficientes, até o momento, para “demonstrar seu envolvimento com a organização, não a ponto de se tomar contra ela medidas cautelares drásticas, como prisão, por exemplo”.
 
A ex-mulher do governador Pedro Taques (PSDB) teria, segundo depoimento do tenente-coronel José Henrique Costa Soares, o abordado com os seguintes dizeres: “você é amigo do LESCO, né? A gente sabe o que você fez”. Para ele, não restou dúvida que “ela estava falando que sabia de tudo, de sua dependência química, da situação o envolvendo na empresa e até da gravação”.
 
As investigações ainda apontam que Samira teria “estreita – para não se dizer estreitíssima – ligação com Helen Christy Carvalho Dias Lesco [esposa do Cel. PM Lesco e também investigada no presente inquérito policial], tanto que a acompanhou até à residência do Ten.-Cel Soares no domingo à noite [17/9/2017], chegando a emprestar seu aparelho celular para que Helen pudesse conversar com o Escrivão do IPM”.
 
O tenente-coronel acrescenta também que a esposa de Lesco, sob pretexto de saber se havia esquecido o celular no seu carro, dirigiu-se até à residência dele. Porém, antes disto, Samira teria ligado do celular dela: “[...] ela [Helen] fala que o celular dela ficou no meu carro. Não é ela que me liga. Quem me liga é a doutora Samira. Ela manda mensagem, e liga via WhatsApp, se não me engano, tá tudo no celular”.
 
A delegada Ana Cristina Feldner questiona se seria possível que Helen tivesse esquecido o celular no carro do PM, que nega: “Não, porque ela não entrou no meu carro, eu entrei no carro dela”. Além disto, Soares acrescenta que “a Helen também manda um áudio pelo WhatsApp da Doutora Samira, falando de que não conseguiu encontrar minha casa, que me ajudasse, que ajudasse Helen a encontrar minha casa, porque ela queria ver se o celular dela havia ficado no meu carro. Eu prontamente franqueei a entrada da Helen em casa”.
 
Porém, neste dia, Samira permaneceu dentro do carro. O desembargador entendeu que “em que pese ela ter conhecimento da situação do Ten.-Cel. Soares, estas circunstâncias, por si sós, não demonstram, efetivamente, sua concreta ligação com a organização criminosa que se formou”. Sendo assim, a prisão dela e condução coercitiva não foram decretadas por não haver elementos que apontem participação na organização.
 
Ameaças
 
Perri decretou as prisões de ofício e refere-se ao fato de que o Ministério Público Estadual (MPE) tem levado em média sete dias para se manifestar sobre seus pedidos. Morosidade que “poderá prejudicar o cumprimento das diligências, colocando em risco, inclusive, a integridade física e moral da testemunha José Henrique Costa Soares, como também a do seu filho, também ameaçado por membros da organização criminosa”.
 
Esquema dos Grampos:
 
Reportagem do programa "Fantástico", da Rede Globo, revelou na noite de 14 de maio que a Polícia Militar em Mato Grosso “grampeou” de maneira irregular uma lista de pessoas que não eram investigadas por crime.
 
A matéria destacou como vítimas a deputada estadual Janaína Riva (PMDB), o advogado José do Patrocínio e o jornalista José Marcondes, conhecido como Muvuca. Eles são apenas alguns dos “monitorados”.
 
O esquema de “arapongagem” já havia vazado na imprensa local após o início da apuração de Fantástico.
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