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Quinta-feira, 28 de março de 2024

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Com medo de ser morto, testemunha dos grampos ilegais pediu socorro a Stringuetta; veja vídeo

Foto: Reprodução

Com medo de ser morto, testemunha dos grampos ilegais pediu socorro a Stringuetta;   veja vídeo
O tenente coronel José Henrique Costa Soares, cooptado pela organização criminosa dos grampos para barrar investigações, só teve certeza de havia sido descoberto por aqueles para quem espionava quando recebeu um emoji, via whatsapp, do celular de Helen Christy Carvalho Dias Lesco, mulher do coronel Evandro Dias Lesco, um dos suspostos responsáveis pelas escutas telefônicas ilegais em Mato Grosso. Com medo, Soares procurou segunraça no trabalho do delagado Flávio Stringuetta. 

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Horas antes, durante reunião na residência do casal Lesco para planejar atos criminosos, a conversa foi interrompida quando o telefone tocou. Era, segundo Soares, o próprio secretário Rogers Jarbas. O então titular da pasta de Segurança Pública confidenciava as suspeitas de que o tenente coronel agia como agente duplo, fingindo espionar o desembargador Orlando Perri, quando na verdade entregava às informações do grupo de acusados à Polícia Civil. 

"Quando [Lesco] desligou o telefone, ele ficou mais seco, disse que eu deveria sair porque ele ia receber outra pessoa e apertou minha mão de uma forma ríspida", contou. 

No momento em que já estava em casa, Soares recebeu uma ligação de Helen, mas que não foi atendida. Segundos depois, Evandro Lesco usou o celular da esposa para enviar um emoji, "um joia", como a própria testemunha se refere. "Com aquilo eu fiquei muito mais preocupado", resumiu ele em depoimento aos delegados. 

Segundo contou , o emoji seria o sinal definitivo de que Lesco encerrava as tratativas por ter finalmente descoberto que o seu subordinado levava informação do grupo aos investigadores. "Eu sei que foi ele porque a gente normalmente se comunica, ele manda um joia da cor dele porque ele é moreno", afiirmou ao ser questionado sobre como teria identificado que a mensagem foi enviada por Lesco. 

Medo e pedido de socorro

Em seguida, segundo contou o tenente-coronel Soares, o casal teria lhe telefonado. Na chamada, o assunto foi o uniforme em que foi instalado o equipamento de gravação utilizado para registar o desembargador Orlando Perri, e conquistar uma posterior suspensão do magistrado do processo. 

"Ela liga e fala que eles precisavam do uniforme com o equipamento. E ao fundo o Lesco em um tom bem áspero diz assim 'devolve'. Eu entendi ali que eles tinham uma desconfiança enorme do que estava acontecendo", narra a testemunha. 

Não custou até que Helen e Evandro voltassem a ligar, mas sem que Soares atendesse as chamadas. Com medo de que a sua casa fosse invadida e temendo que a desconfiaça do casal se tornasse uma ameaça ainda maior, o tenente-coronel pediu socorro ao delegado Flávio Stringuetta, a quem telefonou minutos depois da conversa com os acusados. 

"Aí eu ligo para o senhor pedindo proteção, pedindo ajuda porque eu não iria ficar ali sozinho, sob o risco de eles invadirem", relata. O temor foi ainda maior porque a gandola onde o equipamento foi instalado já não estava mais em suas mãos. O uniforme fora entregue a Stgringuetta e a delegada Ana Cristina Feldner. 

Apelo

O tenente-coronel Soares registrou, também durante o depoimento, temer que ele se torne alvo de represálias depois de ter decido colaborar com as investigações e com a Justiça. O militar faz um apelo aos delegados para que a polícia garanta a segurança de sua família e de seus filhos. 

"A partir deste momento eu estou preocupado com a minha segurança, inclusive eu peço que adote medidas para que a minhas família, meus filhos e eu tenhamos segurança. Porque eu temo, este pessoal não mede esforços apra conseguir o que quer", finaliza. 

Veja vídeo com trecho do depoimento de Soares:

 
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