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Perri recebe segundo pedido de prisão contra cabo da PM acusado de atuar em interceptações telefônicas

11 Out 2017 - 10:25

Da Redação - Paulo Victor Fanaia Teixeira

Foto: Paulo Victor Fanaia/Olhar Direto

Gerson Corrêa Júnior

Gerson Corrêa Júnior

O desembargador Orlando Perri, do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) poderá decretar a segunda prisão preventiva contra o cabo da Polícia Militar de Mato Grosso Gerson Luiz Corrêa Júnior, apontado como participe do esquema de interceptações telefônicas ilegais no Estado. Um segundo pedido foi elaborado pela delegada Ana Cristina Feldner. A informação foi confirmada pelo delegado da Polícia Civil Flávio Stringueta, após o interrogatório do co-investigado coronel Evandro Lesco.

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Gerson Corrêa Júnior é o único cabo da PM preso hoje por suposto envolvimento no esquema de grampos na corporação. A decisão de encarcerá-lo foi tomada no âmbito do Inquérito Policial Militar instaurado contra ele. Este segundo pedido difere. Foi feito no âmbito da justiça comum, segundo explicou Flávio Stringueta.

Segundo as investigações, o cabo produzia os relatórios sobre as escutas e foi um dos que assinaram pedido para as “barrigas de aluguel”. Ele também já integrou ao Grupo de Atuação em Combate ao Crime Organizado (Gaeco), fato que pesou para a decretação de sua prisão preventiva, em 23 de maio deste ano.

Segundo o desembargador Orlando Perri, Gerson Corrêa foi atuante no esquema, ao lado do coronel da PM Zaqueu Barbosa. “Participação incisiva para o sucesso da empreitada criminosa, pois, sem eles, aparentemente, o grupo não teria o êxito que conseguiu na escuta clandestina de autoridades, médicos, advogados, jornalista, dentre outros cidadãos mato-grossenses”, afirmou o desembargador.

Segundo o juízo, a prisão de Gerson Corrêa “é medida necessária para a garantia da ordem pública diante da gravidade dos fatos que revelam a perigosa violação de direitos e garantias fundamentais, qual seja, a violação da intimidade, em prol de interesses privados escusos, com violação de dever legal e atuação fraudulenta que induziu o erro ao Poder Judiciário do Estado de Mato Grosso, uma vez que a determinação ocorreu em pedido de inquérito policial, nos quais foram inseridos números de pessoas diversas dos verdadeiros investigados, por interesse próprio ou de outrem”.

Em depoimento prestado à juíza Selma Rosane Arruda, da Sétima Vara Criminal, em 14 de agosto deste ano, o cabo garantiu que nunca atuou em crimes de “barriga de aluguel” e reiterou não haver qualquer comprovação de que ele tenha deixado a prisão para ir à casas noturnas, tampouco que tenha feito ameaças veladas ao ex-secretário de Estado de Segurança Pública, o promotor Mauro Zaque.

“Desde que eu fui à boate Crystal e não comprovaram, desde que eu falei, dentro da Rotam, via Whatsapp, ameaçando o promotor e não comprovaram... Mídia para mim não serve para nada. Agora eu queria ver, precisava ver. Eu desconheço qualquer tipo de barriga de aluguel nessa operação e em qualquer outra”, afirmou.

Histórico do militar:

Gerson Corrêa Júnior atuava no Gaeco e possuia o ‘know how’ na operação do Sistema Guardião de Interceptação Telefônica. Foi levado em 2015 para o Núcleo da Inteligência da Polícia Militar, na Casa Militar, época dos grampos. Continuou na Casa Militar até maio de 2017, quando teve prisão preventiva decretada por ter operado o esquema de interceptações telefônicas ilegais. 
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