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OPERAÇÃO RÊMORA

Guilherme Maluf é denunciado 20 vezes por corrupção, organização criminosa e embaraço à investigação da Rêmora

11 Out 2017 - 11:05

Da Redação - Paulo Victor Fanaia Teixeira

Foto: Rogério Florentino/OlharDireto

Guilherme Maluf

Guilherme Maluf

O Ministério Público Estadual (MPE), por meio do Núcleo de Ações de Competência Originária (NACO), ofereceu nesta terça-feira (11) denúncia contra o deputado Estadual Guilherme Maluf (PSDB) por organização criminosa, corrupção passiva (20 vezes) e embaraço à investigação da "Operação Rêmora". A denúncia criminal foi realizada pelo Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco).

Também foi denunciado por embaraço às investigações o agente prisional e segurança de Guilherme Maluf, Milton Flávio de Brito Arruda. 

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Conforme a denúncia, o deputado Estadual teve a mesma participação de Alan Maluf na organização criminosa. Ele é acusado de integrar o núcleo de liderança da organização, sendo beneficiário direto de parcela da propina arrecadada, além de se valer das influências políticas proporcionadas pelo cargo eletivo para promover as articulações necessárias para o desenvolvimento dos esquemas criminosos voltados para solicitação e recebimento de propinas.

Conforme o MPE, o núcleo de liderança da organização tinha ainda a participação do ex-secretário de Estado de Educação, Permínio Pinto Filho. Segundo o MPE, foi Alan Maluf que articulou junto ao ex-secretário de Educação a inserção de Giovani Belatto Guizaardi, pessoa de sua confiança com quem guarda parentesco, na condição de operador de cobrança e recebimento de vantagens ilícitas relacionadas a obras públicas da Seduc, garantindo assim o pleno controle sobre as atividades ilícitas do grupo delituoso.

“Foram as tratativas coordenadas de Alan Maluf e de Guilherme Maluf que garantiram a 'circusncrição' sobre o cargo de superintendente de Acompanhamento e Monitoramento da Estrutura Escolar – posto estratégico dentro da Seduc que garante o mecanismo de pressão sobre os empreiteiros para pagamento da propina, bem como de controle sobre tais pagamentos – em relação às nomeações tanto de Wander Luiz dos Reis quanto de Moises Dias da Silva”, diz a denúncia.

"Nas Sombras"

Segundo o MPE, Permínio Pinto Filho, Alan Maluf e Guilherme Maluf se mantinham “nas sombras”, comandando e agindo por pessoas interpostas que se encontravam nas demais camadas da organização.

“As investigações demonstram que Giovani Belatto Guizardi é o 'testa de ferro' dos aludidos servidores públicos, bem como de Alan Maluf e de Guilherme Maluf, é a pessoa quem faz o trabalho sujo a fim de ocultar a identidade dos verdadeiros solicitantes / recebedores da propina”, acrescentou.

A organização era composta pelos núcleos de lideranças, agentes públicos, operações e de empresários. Todos os integrantes do grupo já foram denunciados e já respondem a ações penais.

Milton Flávio de Brito Arruda

Na denúncia oferecida nesta terça-feira pelo NACO, além do deputado Guilherme Maluf, também foi denunciado o seu segurança por embaraçamento de investigação, Milton Flávio de Brito Arruda. Segundo o MPE, após a deflagração da primeira fase da operação Rêmora, a fim de garantir que Giovani Belatto Guizardi não revelasse sua atuação aos investigadores, Guilherme Maluf buscou intimidá-lo, utilizando-se para tanto, o seu segurança que é agente penitenciário do Serviço de Operações Especiais e que, a época do fato, estava cedido à Assembleia Legislativa.

O outro lado:

Ao Olhar Jurídico, a assessoria do parlamentar enviou a seguinte nota:

O deputado estadual Guilherme Maluf disse, através de sua assessoria, que recebeu com estranheza a denúncia do MPE, já que durante toda a investigação não foi apresentada nenhuma prova contra ele.

O deputado contesta com veemência a tese de ‘embaraçamento’ da investigação ou tentativa de intimidação de qualquer dos acusados, argumento falso utilizado por um deles para sair da cadeia.

Ele assegura que forneceu ao MPE todas as informações solicitadas e continua à disposição para qualquer esclarecimento.

O deputado Guilherme Maluf reafirma que não tem envolvimento com qualquer possível irregularidade ocorrida na secretaria de Educação e que confia na justiça, onde comprovará sua inocência.
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