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Ex-chefe da PM é suspeito de esconder em casa provas e documentos sobre grampos ilegais

16 Out 2017 - 10:05

Da Redação - Paulo Victor Fanaia Teixeira

Foto: Rogério Florentino/OlharDireto

Polícia Militar

Polícia Militar

Segundo a decisão do desembargador Orlando Perri, do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), o coronel aposentado da Polícia Militar de Mato Grosso, José Renato Martins da Silva, pode ter dado apoio logístico a organização criminosa responsável pelas interceptações telefônicas ilegais no Estado. A hipótese foi levantada no documento que a autoriza a deflagração da “Operação Esdras”.
 
José Renato Martins da Silva foi comandante-geral da PM durante o Governo Dante de Oliveira (PSDB), na década de 1990.

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“Dentre os atuais insuspeitos, podemos citar o pessoal do Coronel aposentado José Renato Martins da Silva”, afirma Orlando Perri. Segundo relatório de inteligência, o coronel aposentado “é da mesma loja maçônica de Paulo Taques e que estaria dando todo apoio a organização criminosa, inclusive guardando documento e provas para proteger a organização criminosa em sua casa”.

Por conta da suspeita, o desembargador acrescentou a residência do coronel aposentado para execução de busca e apreensão. Não se sabe o resultado da diligência.

A operação Esdras foi desencadeada em 27 de setembro com base no depoimento prestado pelo tenente coronel da Policia Militar José Henrique Costa Soares, revelou um verdadeiro esquema criminoso para frear as investigações sobre interceptações ilegais na PM do Estado e afastar o desembargador Orlando Perri da relatoria.

Foram presos o ex-chefe da Casa Civil Paulo Taques, o ex-secretário de segurança pública Rogers Jarbas, o ex-secretário Airton Siqueira, o major Michel Ferronato, o sargento João Ricardo Soler, o empresário José Marilson (já solto), o ex-chefe da Casa Militar Evandro Lesco e a sua esposa, a personal trainer Heles Christy Dias Lesco. 
 
Conforme os autos, a operação “descortinou um sórdido e inescrupuloso plano” no intuito de interferir nas investigações policiais e macular a reputação do desembargador Orlando Perri em todos os inquéritos instaurados.

Segundo o processo, a testemunha Soares foi convocada para atuar como escrivão no inquérito do caso grampos. Logo da convocação, a suposta organização criminosa teria buscado sua cooptação.
 
Seria tarefa do tenente coronel a juntada de informações sobre Perri para provocar a suspeição do magistrado. 

Grampolândia Pantaneira:

Reportagem do programa "Fantástico", da Rede Globo, revelou na noite de 14 de maio que a Polícia Militar em Mato Grosso “grampeou” de maneira irregular uma lista de pessoas que não eram investigadas por crime.
 
A matéria destacou como vítimas a deputada estadual Janaína Riva (PMDB), o advogado José do Patrocínio e o jornalista José Marcondes, conhecido como Muvuca. Eles são apenas alguns dos “monitorados”. O esquema de “arapongagem” já havia vazado na imprensa local após o início da apuração de Fantástico.
  
Os grampos foram conseguidos na modalidade “barriga de aluguel”, quando investigadores solicitam à Justiça acesso aos telefonemas de determinadas pessoas envolvidas em crimes e no meio dos nomes inserem contatos de não investigados. Neste caso específico, as vítimas foram inseridas em uma apuração sobre tráfico de drogas.
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