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Sexta-feira, 29 de março de 2024

Notícias | Criminal

OPERAÇÃO CONVESCOTE 4

Com apoio do Gaeco do Rio, promotores comemoram operação e falam em figuras com foro privilegiado

30 Nov 2017 - 15:14

Da Redação - Paulo Victor Fanaia Teixeira

Foto: Rogério Florentino/OlharDireto

Promotores Bulhões e Frungilo (à direita)

Promotores Bulhões e Frungilo (à direita)

Ao deixarem a sede do Grupo de Atuação Especial em Combate ao Crime Organizado (Gaeco), o promotor chefe Marcos Bulhões e seu colega Samuel Frungilo comemoraram o sucesso da “Operação Convescote 4”, desencadeado na manhã desta quinta-feira (30).

Com exclusividade ao Olhar Jurídico, eles confirmaram que a quarta fase das investigações segue envolvendo figuras estreitamente ligadas a autoridades com foro privilegiado.

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“A operação foi cumprida em 100% dos objetivos, ouviremos todo mundo até o final do dia e correu tudo sem alterações. Ainda estamos em oitiva, continuaremos hoje ouvindo o pessoal”, comemorou Marcos Bulhões.

Questionado sobre o apoio prestado pelo Gaeco do Rio de Janeiro, eles admitiram a necessidade para esta quarta fase. “Os alvos eram de Cuiabá, Cáceres, Primavera [do Leste] e do Rio de Janeiro e para este último precisamos do apoio colegas de lá, não teríamos como atuar lá sem o apoio do Gaeco do Rio”.

Sobre o envolvimento de figuras com foro privilegiado no esquema criminoso investigado nesta fase, Bulhões evitou adiantar informações, mas confirmou. “Desde o inicio, a Convescote apresenta essa característica, de ter gente ligada de alguma forma a alguém com foro”.

Submeteram-se a condução coercitiva na operação de hoje: Marcos José da Silva, Jocilene Rodrigues,  Eduardo Mello, Luiz Fernando Alves do Santos, Odenil Rodrigues. Ainda segundo o Ministério Público, também foram conduzidos Tschales Franciel Tschá, servidor da Assembléia Legislativa, Jurandir da Silva e Caio César Vieira de Freitas. Os dois últimos trabalham no ramo de crédito financeiro. 

Convescote:

A operação visa desarticular organização criminosa engendrada para saquear os cofres públicos, notadamente recursos públicos da Assembleia Legislativa do Estado de Mato Grosso e Tribunal de Contas do Estado. 

Entre os alvos dos mandados estão servidores da ALMT e TCE, bem como empresários e um advogado. As sedes da Faespe, Funrio e Associação Plante Vida também são objeto de busca e apreensão por agentes do Gaeco. Além do crime de constituição de organização criminosa, também há indicativos da prática de peculato e lavagem de dinheiro. 

Os desvios se davam por meio de fraude nos convênios firmados com a Fundação de Apoio ao Ensino Superior Público Estadual (Faespe), Fundação de Apoio a Pesquisa, Ensino e Assistência à Escola de Medicina e Cirurgia do Rio de Janeiro (Funrio) e Associação Plante Vida. 

As fases anteriores originaram denúncias contra 23 investigados, contudo, investigações complementares indicaram o envolvimento de mais pessoas na organização criminosa, além de revelar que o desvio de recursos públicos é bem maior do que fora apurado anteriormente. 

A operação contou com apoio de policias do Batalhão de Operações Especiais (Bope), Força Tática de Várzea Grande e Cáceres e Gaeco do Estado do Rio de Janeiro. 

De acordo com o Gaeco, o esquema funcionava da seguinte maneira: instituições públicas firmavam convênios com a FAESP para prestação de serviços de apoio administrativo. A Fundação, por sua vez, contratava empresas de fachadas para terceirização de tais serviços. Ao final, os recursos obtidos eram divididos entre os envolvidos, sendo que o responsável pela empresa normalmente ficava com uma pequena porcentagem do montante recebido e o restante era dividido entre funcionários da fundação e servidores do TCE. 
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