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Cabo da PM entra em conciliação com "amigo" Zaque após mensagens de "ameaças"

05 Dez 2017 - 11:10

Da Redação - Paulo Victor Fanaia Teixeira

Foto: Rogério Florentino/OlharDireto

Mauro Zaque e cabo Gerson

Mauro Zaque e cabo Gerson

Sentados lado a lado, o promotor do Ministério Público Estadual (MPE) Mauro Zaque e o cabo da Polícia Militar Gerson Luiz Ferreira Correa Júnior reuniram-se na manhã desta terça-feira (05), na sede do Juizado Especial Criminal de Cuiabá. O militar, que está preso, é acusado de ter enviado uma mensagem para um amigo ameaçando o membro do Ministério Público Estadual (MPE).

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O objetivo da Audiência de Conciliação, agendada pelo juiz Mário Roberto Kono de Oliveira, é selar um acordo que dê fim ao incidente envolvendo a mensagem enviada pelo militar à seu amigo. Gerson teria comentado, em um aplicativo de conversas de celular, que iria “regaçar de qualquer jeito” com o promotor Zaque. A mensagem foi interpretada como ameaça.
 
Na época, o presidente da Associação Mato-Grossense do Ministério Público (AMPP), Roberto Turin, pediu para que a segurança do promotor Mauro Zaque fosse reforçada.
 
Na manhã de hoje, entretanto, o clima foi natalino. Sentado ao lado de Zaque, cabo Gerson sorria e conversava sobre a vida e a carreira do membro do MPE. Questionado pela reportagem sobre as mensagens. “É doutor Mauro Zaque, Mauro Zaque é meu amigo de longa data, vamos esclarecer isso tudo ao juizado. Isso (envio de mensagem com suposta ameaça) foi antes de eu ser preso, não tem nada a ver (com a investigação dos grampos)... vamos esclarecer isso tudo”, afirmou ao Olhar Jurídico.
 
Zaque, por sua vez, negou-se a falar sobre a audiência e demonstrou estar tranqüilo ao lado do militar, embora acompanhado de dois guarda-costas.

O termo "regaçar":

Durante a audiência, dirigida pelo conciliador Vitor Hugo da Cruz Santos, cabo Gerson retratou-se e explicou à Zaque que "regaçar" com o promotor seria no sentido de desqualificar a denúncia por ele feita no âmbito da investigação dos grampos, e não propriamente ameaça física. Zaque admitiu a explicação e oficialmente anunciou que desistirá de mover ação contra o policial militar. 
 
O cabo, visivelmente mais magro, está detido no Centro de Custódia da Capital (CCC) por suposto envolvimento na organização criminosa que monitorava escutas clandestinas no estado de Mato Grosso nos anos de 2014 e 2015.
 
As investigações apontaram que Gerson fazia o uso de telefones celulares enquanto detido e que ele mandou uma mensagem para um amigo dizendo que ia “arregaçar” o promotor Mauro Zaque.

O promotor foi o autor da denúncia que deu início as investigações da “grampolândia pantaneira”. Cabo Gerson é acusado de ser responsável por operar o aparelho que fazia as escutas clandestinas.
 
No mês de agosto deste ano, o policial foi ouvido como testemunha em processo proveniente da Operação Metástase e negou ter feito ameaças ao promotor.
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