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Quinta-feira, 28 de março de 2024

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COLNIZA

MPE requer afastamento de vereador e investiga participação em morte de prefeito

Foto: Reprodução

MPE requer afastamento de vereador e investiga participação em morte de prefeito
O Ministério Público do Estado de Mato Grosso requereu nesta terça-feira (23) o afastamento do vereador do município de Colniza, Clínio Tomazi.  O órgão ministerial não descarta participação na morte do prefeito Esvandir Antonio Mendes.

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O pedido consta em ação civil pública por ato de improbidade administrativa proposta contra o parlamentar, sua esposa, Vera Lúcia Dias Tomazi, o empresário Maycon Furlam Requena e as empresas Tomazi Terraplanagem Ltda-Me e Maycon F. Requena Peças ME.

O grupo é acusado de promover irregularidades em contrato emergencial firmado com a Prefeitura Municipal para prestação de serviços de maquinário, no valor global de R$ 324 mil, violando os princípios da Administração Pública.

Segundo o Ministério Público, durante as investigações foi constatado que a empresa Maycon F. Requena Peças ME, de propriedade de Maycon Furlam Requena, venceu o pregão 23/2017 e subcontratou a prestação de serviços para a empresa Tomazy Terraplenagem Ltda ME, que tem em seu quadro societário a esposa do vereador Clínio Tomazi, Vera Lúcia Dias Tomazi. A subcontratação da prestação do serviço foi efetivada sem previsão legal autorizativa.

Os contratos, conforme o MPE, eram realizados de forma que a empresa contratada retivesse o montante de 5% sobre o valor pago pela Prefeitura, ficando o restante com a empresa de propriedade da esposa do vereador.

O MPE não descarta que o esquema possa ter alguma ligação com a morte do ex-prefeito Esvandir Antônio Mendes.

Conforme apurado até o momento, o gestor havia cortado privilégios e regalias de algumas pessoas.

Entre os cortes efetuados estão a prestação do serviço de máquina, objeto da subcontratação, e a demissão de parentes de vereadores que exerciam funções em alguns órgãos públicos da cidade.

Na ação, o MPE também destaca a morte do ex-vereador  Élpido da Silva Meira, assassinado em março do ano passado.

Há indícios de que a vítima preparava denúncia à Promotoria de Justiça e à Câmara Municipal de Colniza sobre a prestação de serviços  de horas-máquina à Prefeitura, envolvendo o vereador Clínio Tomazi e o requerido Maycon Furlam Requena.

A Promotoria de Justiça também obteve relatos no anonimato de  que Clínio Tomazi é conhecido como “pombo-correio” do Presidente da Câmara, Sargento Rodolfo, uma vez que costumava mandar recados para o então Prefeito de Colniza, Esvandir Antonio Mendes. Em uma das mensagens enviadas, o ex-prefeito foi orientado a renunciar ao cargo: “é para você renunciar, que é melhor para você, que se você não renunciar, não vai ficar bom para o teu lado”.

Para o Ministério Público, o afastamento do cargo do vereador Clínio Tomazi  é essencial para evitar a interferência de seus interesses pessoais junto ao município, uma vez que o conteúdo probatório depende diretamente de informações a serem obtidas da repertição pública.

 “A influência do Vereador Clínio Tomazi na Administração Municipal é notória, tanto que em menos de um mês após a morte do ex-Prefeito Esvandir, foi nomeado o seu filho Matheus Dias Tomazi, para exercer o cargo de Coordenador de Departamento, conforme Portaria n. 30/GP/2018, datado de 08 de janeiro de 2018”, diz a ação do MPE.
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