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Sexta-feira, 19 de abril de 2024

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Segundo Perri

Mato-grossenses foram grampeados por interesses mesquinhos, inescrupulosos e nada republicanos, diz Perri

Foto: Rogério Florentino Pereira/Olhar Direto

Mato-grossenses foram grampeados por interesses mesquinhos, inescrupulosos e nada republicanos, diz Perri
O desembargador do Tribunal de Justiça (TJ), Orlando Perri, descreveu nos autos do processo que investiga o esquema de grampos ilegais, que teria ocorrido no Estado, que os mato-grossenses foram grampeados por interesses mesquinhos, inescrupulosos e nada republicanos. Ele citou a ‘periculosidade social’ dos suspeitos, mesmo com a não materialização de violência ou grave ameaça a pessoas.

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Segundo Perri, a periculosidade analisada não diz respeito, necessariamente, à materialização de violência ou grave ameaça a pessoas. Ela também pode ser social, “como normalmente se dá com os crimes praticados contra a administração pública ou contra valores e/ou direitos fundamentais dos cidadão, entre os quais da intimidade e da vida privada, que foram devassados – provavelmente de incontáveis mato-grossenses – por interesses mesquinhos, inescrupulosos e nada republicanos”.
 
O magistrado ainda acrescenta que os investigados, são –em sua maioria – de patentes maiores: “Estamos diante de condutas supostamente praticadas por coronéis, tenentes-coronéis, ou seja, de oficiais respeitáveis, com vasto conhecimento das normas da Instituição e que, valendo-se de prestígio obtido – como também da hierarquia -, arregimentou policiais preparados e habilidosos para implementação de ardiloso plano”.
 
As declarações do desembargar Orlando Perri constam na decisão que negou a revogação do prisão preventiva do coronel PM Ronelson Jorge de Barros, em 03 de agosto do ano passado.
 
Grampos
 
Reportagem do programa "Fantástico", da Rede Globo, revelou na noite de 14 de maio que a Polícia Militar em Mato Grosso “grampeou” de maneira irregular uma lista de pessoas que não eram investigadas por crime.
 
A matéria destacou como vítimas a deputada estadual Janaína Riva (PMDB), o advogado José do Patrocínio e o jornalista José Marcondes, conhecido como Muvuca. Eles são apenas alguns dos “monitorados”. O esquema de “arapongagem” já havia vazado na imprensa local após o início da apuração de Fantástico.
 
Os grampos foram conseguidos na modalidade “barriga de aluguel”, quando investigadores solicitam à Justiça acesso aos telefonemas de determinadas pessoas envolvidas em crimes e no meio dos nomes inserem contatos de não investigados. Neste caso específico, as vítimas foram inseridas em uma apuração sobre tráfico de drogas.
 
A operação responsável por revelar o esquema de interceptações ilegais na PM chama-se "Esdras" e foi desencadeada em 27 de setembro de 2017, com base no depoimento prestado pelo tenente coronel da Policia Militar José Henrique Costa Soares, que revelou um verdadeiro esquema criminoso para frear as investigações sobre interceptações ilegais e afastar o desembargador.
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