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PEDIDO FEITO AO STF

MPF poderá investigar suposto plano de José Riva para matar irmão de Silval

12 Mar 2018 - 10:06

Da Redação - Paulo Victor Fanaia Teixeira

Foto: Rogério Florentino/OlharDireto

José Geraldo Riva

José Geraldo Riva

O Ministério Público Federal (MPF), por meio do procurador Marcelo Antônio Ceará Serra Azul, solicitou perícias e coleta de depoimentos para investigar envolvimento do deputado Estadual Mauro Savi (PSB) e do ex-deputado Estadual José Geraldo Riva no suposto plano para matar o empresário Antonio Barbosa, irmão do ex-governador Silval da Cunha Barbosa, ambos colaboradores premiados.

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O pedido foi encaminhado ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, responsável por homologar a delação e conduzir as investigações da "Operação Malebolge", fruto das informações trazidas à luz pelos irmãos Barbosa.

José Geraldo Riva e Mauro Savi poderão ter seus celulares vasculhados se deferido o pedido. Ainda, os parlamentares e Antônio Barbosa deverão ser inquiridos pelo MPF sobre o teor das susteitas.

Além dos políticos citados, outros nomes poderão ser convidados à depor: a deputada Estadual e filha de José Riva, Janaina Riva (MDB); Cleber Machado; Simone Turcatto; Fabiula de Souza Barros e os delatores Rodrigo Barbosa (filho de Silval Barbosa) e Roseli Barbosa (esposa do ex-governador e ex-secretária de Estado).

“Nesses áudios e prints constam ameaças contra a vida do declarante e de pessoas de sua família, inclusive o seu irmão, Silval da Cunha Barbosa (ex-governador do Estado do Mato Grosso), sendo que todos negociaram acordo de colaboração premiada, tendo prestado depoimentos com potencial de contrariar os interesses do ex-deputado estadual José Geraldo Riva”, consta do pedido obtido pelo site MídiaNews.
 
“Verifica-se a ocorrência, em tese, pelo menos dos crimes dos arts. 344 do Código Penal [coação no curso do processo] e 2°, § 1°, da Lei nº 12.850/2013 [organização criminosa], ambos punidos com pena de reclusão, pelo que deve-se instaurar inquérito policial para a apuração dos graves fatos acima narrados, o que ora se requer, baixando-se os autos à Polícia Federal, após o exame dos pedidos formulados nas cautelares que solicitamos, devendo ser determinado à autoridade policial responsável pela apuração criminal, imprimir urgência nas diligências investigativas que entender cabíveis”.

O caso

Conforme informações contidas na colaboração firmada por Antonio junto ao Supremo Tribunal Federal, no dia 24 de maio de 2017, uma quarta-feira, mensagens foram recebidas por meio do aplicativo Whatsapp.
 
Na mesma época, especulações cresciam sobre a homologação da delação premiada de Silval. Matérias de jornais davam conta de vídeos e gravações incriminando políticos de Mato Grosso.
 
Nas mensagens de Whatsapp do dia 24, uma pessoal sem identificação teria relatado a Antonio conversas em que assassinatos eram combinados. "Chefe a ordem é passar fogo nesse sujeito". O referido chefe seria José Riva.
 
Segundo a delação, a mesma conversa do Whatsapp apresentou uma foto. Logo Antonio Barbosa se reconheceu na imagem.
 
O interlocutor que alertou sobre o possível plano de morte teria sido contratado para proceder ao serviço. Ocorre que falhas na negociação atrapalharam o crime. "Ele contratou um serviço e quis dar um tombo e aí deu um rolo e aí a turma sai fora porém pode ser que ele contrate outros desconhecidos".
 
As mensagens de aviso foram enviadas em  conseqüência de a figura responsável por alertar Antonio Barbosa possuir proximidade com o também deputado Mauro Savi. O parlamentar também seria um alvo.
 
No dia 26 de maio de 2017, às 11 horas, novas mensagens foram recebidas por Antonio Barbosa.
 
Eram cópias de conversas em que um contato identificado como José Riva alerta num grupo do aplicativo de mensagens: "preciso conversar com todos vocês", e segue:  "Precisamos conversar sobre o ex Governador e seu irmão e o Mauro s preciso antes dele sair da cadeia".
 
As conversas no grupo do Whatsapp seguiam combinando o crime. "Em relação ao irmão do ex gover e pra sentar chumbo nele e isso". Ainda: "Tenho aqui toda a relação de onde ele anda o que faz onde vai família vou seguir corno combinado" e "Se ele desconfiar acerta ele se não depois será mais difícil".

O número:

À época, Antônio Barbosa mostrou-se preocupado durante a tratativa da delação premiada. Para se proteger, cópias das imagens relatando as conversas foram entregues ao Ministério Público.

O órgão ministerial, durante as investigações, constatou que o número que aparece identificado como José Riva, traçando orientações para os crimes, realmente pertence ao ex-parlamentar.

“CERTIFICO que, no cadastro de Pessoas (Envolvidos) do Siscart - Sistema Cartorário da Policia Federal, consta registrado em nome de JOSÉ GERALDO RIVA (CPF: 387.539.109-82) o telefone celular (65) 99935.XXXX”, afirma os autos.
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