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Quinta-feira, 25 de abril de 2024

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QUE LUCRO!

Empresa alvo da operação Bereré chegou a cobrar R$ 400 por procedimento que custava R$ 1

Foto: Rogério Florentino Pereira/Olhar Direto

Empresa alvo da operação Bereré chegou a cobrar R$ 400 por procedimento que custava R$ 1
Denúncia que chegou ao Ministério Público Federal (MPF) e depois foi repassada ao Ministério Público Estadual (MPE) aponta que a FDL Fiduciária realizava cobranças de até R$ 400 por um procedimento que custava apenas R$ 1. Além disto, houve uma obrigação da colocação de um lacre, que não custaria R$ 0,10 mas era comercializado por R$ 26. Foi através desta comunicação que iniciou-se a investigação da ‘Operação Bereré’.

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Conforme a denúncia, o serviço prestado pela FDL era totalmente desnecessário. Isso porque o sistema ‘Megadata’, que era utilizado à época, era seguro e eficiente, cobrando apenas R$ 67 por contrato e, desta forma, não abusando economicamente dos usuários. Porém, a partir da obrigatoriedade de registro pela empresa, tudo mudou.
 
Trecho da denúncia conta que o registro era realizado através de um e-mail do contrato de financiamento e documento de transferência, para uma central de registros de dados, cujo procedimento não deve custar mais de R$ 1 e atualmente a FDL cobra os seguintes valores para o simples registro:
 
R$ 170,00 (cento e setenta reais) para veículos populares 1.0 cc.
R$ 200,00 (duzentos reais), para veiculo de 1.1. cc até 1.6 cc.
R$ 250,00 (duzentos e cinqüenta reais) para'veículos acima de .6 cc.
R$ 300,00 (trezentos reais) para utilitários médios
R$ 400,00 (quatrocentos reais) para utilitários pesados
R$ 100,00 (cem reais) para motos até 250 cc.
R$ 200,00 (duzentos reais) para motos acima de 250 cc.
R$ 200,00 (duzentos reais) para táxis.


É apontado também que outro ato de corrupção aconteceu com a obrigatoriedade de um lacre, que não era aprovado pelo Inmetro e custaria R$ 0,10, mas era vendido por R$ 26, pelo Detran. A empresa também teria pago propina para entrar no chamado ‘mercado negro’ órgão e continuava a pagar mensalão.
 
Operação Bereré
 
Durante a operação, mandados foram cumpridos na Assembleia Legislativa de Mato Grosso e na casa de Savi e Eduardo Botelho (PSB). O ex-deputado federal Pedro Henry é alvo também. O presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso, Eduardo Botelho (PSB), é outro investigado.
 
A ação é um desdobramento da colaboração premiada do ex-presidente do Departamento Estadual de Trânsito de Mato Grosso (Detran-MT), Teodoro Lopes, o “Doia". Dentre as informações prestadas por Doia, consta suposto  esquema de cobrança de propina com uma empresa que prestava serviços de gravame - um registro do Detran.
 
Segundo o Gaeco, as investigações tiveram início na Delegacia Especializada em Crimes Contra a Administração Pública e Ordem Tributária (DEFAZ), sendo que as medidas cautelares foram requeridas pelo NACO Criminal (Núcleo de Ações de Competência Originária) do Ministério Público Estadual e estão sendo cumpridas em Cuiabá, Sorriso e Brasília-DF, pelo GAECO (Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado) e Polícia Judiciária Civil, com apoio da Polícia Militar, por meio do BOPE.
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