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OPERAÇÃO BERERÉ

Advogado revela que Savi comprou fazenda de R$ 1,5 milhão com cheques de esquema do Detran

13 Mar 2018 - 08:15

Da Redação - Paulo Victor Fanaia Teixeira

Foto: Rogério Florentino/OlharDireto

Advogado revela que Savi comprou fazenda de R$ 1,5 milhão com cheques de esquema do Detran
Depoimento do advogado Roberto Zampieri à Delegacia Fazendária de Mato Grosso (Defaz) dá conta da venda de uma fazenda avaliada em R$ 1,5 milhão para o deputado Estadual Mauro Savi (PSB). O parlamentar teria usado cheques de terceiros de fundos ilícitos. Alguns deles, assinados pelo investigado Claudemir Pereira dos Santos. O depoimento de Zampieri foi no último dia 07 e consta das investigações da “Operação Bereré”, que investiga um esquema de fraudes e desvios no Detran-MT.

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Narra Roberto Zampieri que possuía imóveis rurais junto ao corretor de vendas José Donizete Rodrigues. Em questão ele aborda a venda da “Fazenda Mogno”, o qual 2400 hectares pertencia ao depoente e 8010 a Donizete Rodrigues.

Em 2014, narra Zampieri, que Donizete encontrou um comprador para a fazenda: Irney Milani e o deputado Mauro Savi. Afirma à Defaz que o instrumento particular de promessa de compra e venda do imóvel particular foi entabulado no dia 03 de julho de 2014 e que em data não informada reuniu-se no gabinete do deputado Mauro Savi, na Assembleia Legislativa de Mato Grosso.

Na ocasião, estavam Savi, Zampieri, Irney Milani e Donizete Rodrigues, e o assunto foram os termos do negócio. O valor total da venda foi fixado em R$ 1,5 milhão, sendo R$ 800 mil para o depoente e o restante para José Donizete. Zampieri se recorda à Defaz que seu pagamento foi garantido por meio de “vários cheques de terceiros que lhe foram entregues por Mauro Savi, se recordando de ter recebido das mãos de Mauro Savi cheques de Claudemir Pereira dos Santos, apelido de ‘Grilo’, que era chefe de gabinete de Mauro Savi”.

O advogado narra que levou os tais cheques para serem compensados na Invest Fomento, de propriedade de Francisco Carlos Ferres, que chegou a ir pessoalmente ao gabinete do deputado Estadual confirmar a origem lícita dos mesmos. Savi teria assegurado que eram cheques assinados especificamente para a compra da “Fazenda Mogno”.

Ao final de seu depoimento às investigações, o advogado frisa “que não tinha conhecimento da origem ilícita dos cheques emitidos de Claudemar Pereira dos Santos, que lhe foram entregues por Mauro Savi em razão da venda da fazenda”.

Conforme investiga a Defaz, Claudemir Pereira dos Santos é sócio da suposta empresa fantasma “Santos Treinamentos”, que seria usada para lavar dinheiro obtido no esquema ilícito no Detran. Segundo os investigadores, Claudemir era encarregado de repassar dinheiro para Mauro Savi.

Operação Bereré:

Durante a operação, mandados foram cumpridos na Assembleia Legislativa de Mato Grosso e na casa de Savi e Eduardo Botelho (PSB). O ex-deputado federal Pedro Henry é alvo também. O presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso, Eduardo Botelho (PSB), é outro investigado.
 
A ação é um desdobramento da colaboração premiada do ex-presidente do Departamento Estadual de Trânsito de Mato Grosso (Detran-MT), Teodoro Lopes, o “Doia". Dentre as informações prestadas por Doia, consta suposto  esquema de cobrança de propina com uma empresa que prestava serviços de gravame - um registro do Detran.
 
Segundo o Gaeco, as investigações tiveram início na Delegacia Especializada em Crimes Contra a Administração Pública e Ordem Tributária (DEFAZ), sendo que as medidas cautelares foram requeridas pelo NACO Criminal (Núcleo de Ações de Competência Originária) do Ministério Público Estadual e estão sendo cumpridas em Cuiabá, Sorriso e Brasília-DF, pelo GAECO (Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado) e Polícia Judiciária Civil, com apoio da Polícia Militar, por meio do BOPE.
 
Estão envolvidos no cumprimento da ordem judicial uma força tarefa com aproximadamente 200 integrantes, dentre Policiais Civis, Policiais Militares, Delegados de Polícia e Promotores de Justiça.

O outro lado: 

O deputado estadual Mauro Savi irá se pronunciar no âmbito do inquérito.

E está à disposição da justiça.
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