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Cabo acusa Taques de 'ter conhecimento' sobre grampos e estuda oitiva com juíza Selma

19 Mar 2018 - 10:49

Da Redação - Paulo Victor Fanaia Teixeira

Foto: Rogério Florentino/OlharDireto

Cabo acusa Taques de 'ter conhecimento' sobre grampos e estuda oitiva com juíza Selma
A defesa do cabo da Polícia Militar de Mato Grosso (PM) Gerson Correa Júnior, lamentou na tarde da última sexta-feira (16) o não comparecimento do governador do Estado Pedro Taques (PSDB) na ação penal da "Grampolândia". O processo apura o envolvimento de militares em um esquema de interceptações clandestinas no Estado. O chefe do Executivo solicitou dispensa, alegando ser investigado pelos mesmos fatos no Superior Tribunal de Justiça (STJ).

Por 3X2, os juízes acataram o pedido. Para a defesa de Gerson, Taques "tem conhecimento dos fatos" e poderia contribuir para a busca da verdade. Agora, eles estudam a possibilidade de arrolar como testemunha de defesa a juíza da Sétima Vara Criminal, Selma Rosane Arruda.

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A dispensa da oitiva do governador Taques “prejudica um pouco a defesa do Cabo Gerson, por se dar por investigado na ‘Operação Esdras’. Ele tem conhecimento jurídico, pois foi procurador da República e tem conhecimento dos fatos, relata nosso cliente. O governador tem o direito dele de não produzir provas contra si mesmo, o Ordenamento Jurídico garante isso, mas tivemos dois votos favoráveis no Conselho de Sentença”, avalia Neyman Monteiro, que patrocina a defesa do cabo da PM.

O advogado tem direito a substituir o governador Pedro Taques (PDSB) por outra testemunha que lhe convenha. Olhar Jurídico apurou que a defesa estuda arrolar a juíza Selma Arruda, que autorizou algumas das interceptações telefonicas realizadas pela Polícia Civil, no âmbito na intitulada "Operação Querubim". 

Sobre a oitiva da delegada Alana Cardozo, da PJC, duramente atacada pelo ex-secretário de Estado de Segurança Roges Jarbas, a defesa do cabo insiste em sua oitiva. Ela faltou ao compromisso jurídico de testemunhar na  11ª Vara Criminal em Cuiabá na última sexta-feira (16). “A delegada será inquirida. Está gozando suas férias, mas será intimada e inquirida pelas defesas de todos os réus”, avaliou Neyman. 

São réus no processo o ex-comandante da Polícia Militar, coronel Zaqueu Barbosa; os coronéis Ronelson Barros e Evandro Lesco , ex-chefe e ex-adjunto da Casa Militar, coronel Januário Batista; e o cabo Gérson Correa Júnior,  que foi liberado após 296 dias, na semana passada. 

Entenda:
 
Em, maio de 2016, o esquema dos grampos veio à tona com reportagem publicada pelo Fantástico. O esquema foi concebido na modalidade “barriga de aluguel”, quando investigadores solicitam à Justiça acesso aos telefonemas de determinadas pessoas envolvidas em crimes e no meio dos nomes inserem contatos de não investigados.

Neste caso específico, as vítimas foram inseridas e uma apuração sobre tráfico de drogas. O ex-secretário de Segurança Pública, Mauro Zaque, afirmou que informou ao governador do Estado sobre o esquema e Pedro Taques, em coletiva à imprensa, afirmou que é vítima de vingança pessoal e determinou ainda imediata apuração do esquema.

O outro lado:

O governador do Estado Pedro Taques (PSDB) nega ter conhecimento e envolvimento em qualquer fato investigado na "Grampolândia Pantaneira". Em diversas ocasiões, insistiu para que fosse investigado pelo STJ para provar sua inocência. Nas redes sociais, chegou a declarar. "Tenho a convicção de que nada devo a respeito desse caso. Quero que a investigação formal seja feita para acabar de vez com essa história, que infelizmente vem sendo usada de forma politiqueira e vil, tentando me imputar de forma mentirosa essa acusação".
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